Não é assim que as coisas funcionam

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Por Elaine

Os minutos se passavam lentamente, parecia que eu era a única que não estava se mexendo de lá para cá dentro do apartamento. Meu pressentimento sobre algo ruim se mantinha intacto, e até então nada havia acontecido. Eu encarava um ponto fixo, enquanto ouvia suas vozes vindo da sala de estar.

- Vamos levá-la ao hospital, Ronnie! Temos que fazer exames e ver se está tudo bem! - eles debatiam.

- É óbvio que ela não está bem, mas Andy está por aí, e reconhece o meu carro de longe.- Ronnie dizia receoso. Eu me arrepiava só de ouvir seu nome.

- Mas se conseguirmos chegar pelo menos na UTI, ou num hospital mais próximo, não tem como ele nos atacar lá dentro.- sugere Mayvis buscando uma saída.

Ronnie respira fundo.- Esse não é o ponto; Andrew já evidenciou que não é um suspeito diante esse assunto quando implorou por uma procura pelo corpo na floresta, além de, que apresentou a polícia um laudo falso sobre Elaine, constando um sério problema mental de esquizofrenia, e estresse pós-traumático, e que era o namorado dela, que quando a encontrasse tomaria o dever de amparo.

- Tá me dizendo que ele pode simplesmente entrar no hospital, assinar como responsável e ainda levar ela sem mais nem menos, por mais que ela berre que ele é um psicopata?- Mayvis parecia descrer no que Ronnie havia dito.- Esse desgraçado pensou em tudo...

- Sim, ele sempre é bem cauteloso com seu estatuto social, que não é pouco, apesar de parecer especialmente singular dentre os notórios, celebridades em geral.- esclarece Ronnie.

- A gente ta fodido.- Johnnie bufa em exaustão.

Eu me sentia cada vez mais desolada ouvindo eles falarem, não posso duvidar de Andrew, em nada que ele seja competente em exercer, agora sou totalmente ciente que Andrew é capaz de tudo pra transformar minha vida em um tormento.

me aproximei da janela ficando de frente para o sol, estava quentinho e aliviava minha tensão. Olhei para baixo onde conseguia ver a entrada do apartamento, parecia um dia comum para as outras pessoas, mas pra mim não.

A imagem de Oliver vem a minha cabeça, o que fez meu coração bater rapidamente contra meu peito.

- Eu espero que você esteja bem.- digo em um sussurro, com os olhos marejados.

Porventura um carro para de frente a entrada, aquele carro vermelho vinho que eu reconheceria em qualquer lugar, um sorriso gigantesco se forma em meu rosto. Corro para o interfone que tocaria a qualquer momento, sem nem mesmo esperar.

- Elaine, aconteceu...- antes que Alex terminasse de falar o interfone toca e eu o atendo, apreensiva.

- AP Walcher? - o zelador questiona.

- sim, esse mesmo.

- tem um rapaz na portaria chamado Oliver, ele deseja entrar.

- Sim, por favor.- digo com o coração pulando pela boca.

- Elaine, quem era? E como você deixa subir desse jeito?- Mayvis me repreendeu.

- Não se preocupe, May.- a companhia toca e eu corro para atender, abrindo a porta rapidamente, sem nem olhar para seu rosto, eu lhe dou um abraço.- Me diz que você não está machucado.- digo fechando os olhos, o apertando contra meu corpo.

O silêncio se manteve, então abri os olhos vagarosamente olhando para baixo, ele não havia retribuído o abraço.

- Elaine.- A voz de Mayvis saiu meio estremecida.- tem certeza que não tenho que me preocupar?

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