𝗶𝗹𝗶́𝗰𝗶𝘁𝗼 | 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 ✓

031🥀

“Quando o sol brilhar, nós brilharemos juntos
Te disse que estaria aqui para sempre”

— Eu acabei tirando os olhos dela por alguns segundos, sabe como adolescentes agem em festas. — Minha mãe levanta as sobrancelhas e me encara.

Sei que ela não desconfia nem um pouco de quem realmente fez isso. Mas também não quero ter que ficar de castigo e perder a privacidade que eu já não tenho.

— Ok! Dessa vez eu vou deixar passar. Mas quero que você entenda a gravidade de ter uma tatuagem com o nome do seu tio — ela diz se arrumando no cadeira ao lado de Pablo. — O que as outras pessoas pensariam? Que eu sou uma mãe desnaturada que deixa a filha tatuar nome de homem. — Meu sistema nervoso implora para que eu comece a rir agora... Porque é exatamente isso que aconteceu. Mas que bom que ela não percebeu.

— Certo, eu não vou mais fazer tatuagem alguma. Essa foi só... Um deslize — sorrio para ela que concorda com a cabeça e volta a conversar com o namorado.

Não acredito que nos safamos dessa, estou respirando tão rápido, eufórica demais por ter conseguido manter em segredo meu... Relacionamento extremamente proibido e imoral.

Sinto Josh entrelaçar nossos dedos por debaixo da mesa. Enquanto minha mãe chamava sua atenção para conversar sobre os planos dele para o dia do seu aniversário... Quando é o aniversário dele?

— Quando? — questiono apoiando minha outra mão no meu queixo.

— É na semana que vem. Vai querer comemorar, irmão? — pergunta. Olho para Josh que está com um sorriso forçado.

— É que... Minha mãe adotiva vai fazer de tudo para me prender lá. Então podemos deixar para algum outro dia quando você estiver de folga.

— Certo! — fala voltando a atenção para o homem ao seu lado. — Sabia que a Júlia está grávida? Esbarrei com ela... — nesse momento engasgo com o suco de laranja, chamando atenção deles.

Sentindo Josh dar umas batidinhas nas minhas costas.

Preciso tomar algum remédio, já que fui uma idiota e nem pensei em gravidez na hora.

— E-eu preciso... Esqueci de entregar uma coisa pra minha professora — murmuro tentando não demonstrar o quanto estou tremendo agora.

Subo as escadas correndo e entro no meu quarto. Merda! Por que eu vim aqui? É óbvio que não vai ter nada no quarto de uma virgem... Mesmo que eu já não seja mais.

Não adianta nem procurar no quarto da minha mãe, já que ela nem pode mais engravidar.

— Oi, Heyoon? — questiono ao atender o celular. — Precisa de alguma coisa?

Ela eu não sei, mas eu preciso.

— Só liguei pra pedir desculpas... Queria te ver também. — Arqueio as sobrancelhas e faço uma careta. — Eu e a Sina vamos ir pra sua casa, Ok?

— Certo! Me faz um favor? — abaixo o tom de voz ao ouvir barulhos na escada. — Compra uma pílula do dia seguinte, obrigada! — Desligo a chamada e me viro.

— Oi, pode me mostrar onde fica o banheiro? — engulo em seco e balanço a cabeça em afirmação.

— Você só vai reto nesse corredor, é a última porta. — Pablo concorda e olha para o corredor que eu apontei.

— Tá bom, obrigado.

— Pablo, por que achou que eu fosse namorada do Josh? — Deixo minhas dúvidas falarem mais alto, ele me encara e abre um sorriso que me dá medo.

— Eu dormi aqui essa noite, no quarto da sua mãe. — Ele faz uma pausa, meu coração chega a parar de bater. — Estou passando por um divórcio difícil, então ela me deixou passar a noite aqui. — Não acredito que ele ouviu tudo, ou melhor, sabe de tudo.

— Não é o que você tá pensando...

— Isso é entre vocês, querida. Só não quero ver sua mãe sofrer por algo que eu sabia e não contei pra ela. — Mesmo dizendo em voz calma, parece ameaçador e rígido.

— Minha irmã está te esperando, Pablo — Josh diz passando por ele e entrando no meu quarto.

O homem concorda e se afasta com passos largos. Não acredito que ele sabe. Com certeza vai falar pra minha mãe e... Não quero nem imaginar.

— Ele encostou em você? Te disse alguma coisa que não gostou? — questiona acariciando minha maçã do rosto.

— N-não, nada demais — murmuro forçando um sorriso.

Devo estar pálida e suando frio, Josh com certeza já percebeu. Por isso perguntou se Pablo me fez alguma coisa.

Não vou contar a ele, já que pode ficar paranóico e se afastar de mim.

Como eu não percebi que tinha gente em casa? Por que deixei meu celular desligado? Talvez minha mãe nos avisasse se eu não fosse tão idiota e ignorasse ligar o celular para ouvir o que ela tinha a dizer.

— Tá tudo bem, Any. Sua mãe não sabe de nada e muito menos desconfia — fala se abaixando rápido e encostando brevemente seus lábios nos meus.

— A porta tá aberta, Josh — resmungo, vendo-o dar de ombros e esboçar um sorriso. — Onde estava hoje pela manhã?

— Com Noah, ele precisava me ver para contar que Sabina está o deixando louco — fala com naturalidade. Acho que acredito nele, mas também sei que é um perfeito mentiroso.

— Minhas amigas vão vir aqui, mantenha distância — digo rígida, demonstrando meu ciúmes e passando por ele.

Sinto Josh me agarrar por trás e fechar a porta do quarto.

— Ei! Minha mãe está em casa — murmuro sentindo seus beijos no meu pescoço e sua apertada na minha bunda.

Quero me separar dele e dizer que é perigoso aqui, mas só de olhar para Josh já sinto vontade de me agarrar a ele não o soltá-lo mais.

— Eu sei, só estou te dizendo que suas amiguinhas não chamam minha atenção — sussurra ao pé do meu ouvido, mordendo levemente o lóbulo da minha orelha.