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03/10

“Você seria aquela em um milhão. Aquela que  seguraria a minha mão quando todos soltassem.”

Minha cabeça está doendo, meus olhos vermelhos e provavelmente inchados

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Minha cabeça está doendo, meus olhos vermelhos e provavelmente inchados. Okay, foi eu quem quis assim. Mas foi pelo simples motivo que não tinha outra saída. Não naquele momento. Era melhor assim do que ela contar para minha mãe. Precisei mentir e dizer que estava tudo acabado, mas nada do que eu falei foi verdade. Não existe um mundo em que eu não queira e não seja completamente apaixonada por Josh.

Ver ele tão vulnerável foi o que me deixou pior. Ouvir todas aquelas coisas terríveis da mulher que se nomeia sua mãe foi... Já nem sei mais o que pensar.

Em algumas horas eu me imagino voltando no tempo, nunca ter voltado para essa cidade, então nunca teria aberto aquela porta e hoje seria uma adolescente normal; com uma vida normal.

Mas ao mesmo tempo, não me arrependo de nada. Eu estava afundando e Josh me salvou. Posso dizer com certeza que os melhores momentos da minha vida foi ao seu lado.

Agora eu gostaria que nunca tivéssemos nos conhecido, mas é só porque a dor de não tê-lo aqui é insuportável.

Eu estou o odiando por ele simplesmente ter aceitado o fim. Como assim ele não veio atrás de mim? Como assim já fazem dias e ele não mandou nem uma mensagem?  Mas como eu vou odiá-lo se fui eu mesma que coloquei um ponto final nisso.

Amanhã minha mãe chega e eu vou ter que explicar pra ela o maldito motivo pelo seu irmão ter sumido. Ou melhor, nos abandonado. Talvez eu minta, ou então talvez eu conte a verdade e diga tudo o que está instalado na minha garganta.

Preciso me recompor. Passar uma maquiagem, tomar um banho decente e comer algo saudável. Sem contar que precisarei limpar a bagunça que fiz pois Tânia está de férias.

Quando minha mãe chegar eu estarei apresentável. Não deixarei transparecer o quanto estou mal e fodidamente destruída por dentro. Pensei que ele lutaria de verdade por nós, mas agora vi que suas promessas não eram tão verdadeiras quanto as minhas.

Preciso parar de criar histórias na minha cabeça onde ele bate na porta, eu abro e depois Josh pede desculpas e acabamos na minha cama. Preciso cair na realidade. Voltar para o mundo real, perceber que relacionamentos assim não duram muito mesmo e devemos aceitar quando acaba.

Mas é difícil aceitar isso. Ele é a primeira pessoa que se importou comigo de verdade, além da minha mãe. Meu primeiro melhor amigo e namorado... Que idiota eu sou! Achei que isso iria durar só porque ele foi o primeiro.

— Tá bom, tá bom, Any Gabrielly Beauchamp. Chega de drama! Você vai agora tomar um banho e limpar essa casa! — digo para mim mesma, levantando da cama e olhando em volta. Queria que ele estivesse aqui...

Como as pessoas superam os grandes amores de suas vidas? Elas algum dia superam mesmo ou carregam esses sentimentos e lembranças para o túmulo?

Okay, isso já não importa mais. Já faz quase uma semana e Josh não deu sinal de vida, então acho que a única que amor de verdade era eu. À essas horas ele já deve estar em New York, feliz da vida e rodeado de garotas.

Eu só preciso me convencer de que fiz a coisa certa. De que eu era o peso em suas costas e que isso nunca teria dado certo de forma alguma. Que nunca nem poderíamos nos casar por ter o mesmo sobrenome ou ter filhos por termos o mesmo DNA. Mamãe provavelmente infartaria e nós seríamos os culpados pela sua morte.

Essa seria a nossa realidade.

Mas em um pequeno pedaço da minha cabeça a história é ao contrário. Tudo daria certo. Nós seríamos felizes e teríamos filhos, minha mãe e a família dele aceitariam que nosso amor é real e verdadeiro. Nos casariamos na beira da praia e... Eu estou enlouquecendo e criando expectativas que Josh e eu mesma já fizemos o favor de destruir.

Percebo que estou em uma situação deplorável. Acho que é isso o que o amor faz com você. Te leva até às nuvens, te deixando fascinada e viciada com todos aqueles sentimentos e depois faz você cair de queda livre, quebrando a cara, ficando tão mal que perde até a vontade de comer.

Finalmente tomo um banho, coloco uma camiseta cumprida e vou comer alguma coisa.

Ouço as batidas na porta e em segundos já estou na frente dela. Okay, sem desespero. Se for ele... Respira, inspira...

— Sabina!? — Meu sorriso morre aos poucos.

— Tem alguma coisa pra comer? Acabei de amamentar e estou faminta. — Ela coloca a criança em meus braços e passa por mim, entrando na casa e olhando em volta.

Que merda ela está fazendo aqui? Nem sabia que gostava de mim ou qualquer coisa do tipo.

— Fiz macarrão. Está na geladeira — aviso, embalando a criança para um lado e para o outro.

Entro na cozinha e ela realmente estava comendo. Sorri e puxei uma cadeira, sentando na sua frente e aconchegando melhor o bebê que acabara de dormir em meus braços.

— É identico ao Noah — resmunga e logo revira os olhos.

— Acho que ele tem bastante traços seus também — falo sorrindo, fazendo carinho no rostinho dele.

Sabina parece não ser fã de crianças. E não estou falando isso por ela ter... Abortado seu primeiro filho. Até porque nem sou ninguém para julgá-la já que a situação era delicada demais e o filho da puta do Ryan foi... Já fico estressada só de lembrar o que ela disse.

— Por que está aqui? — Sou direta e pergunto o que queria saber. — Foi o Josh que te mandou vir?

Ela faz uma careta. Solta um suspiro pesado e me observa.

— Eu já amei alguém mais do que amei a mim mesma. E essa foi a pior merda que eu fiz, foi o que me deixou aos pedaços. Josh não me pediu para vir, eu apenas queria saber como você estava. Lembra que eu já passei por isso? — Abre um sorriso fraco e coloca o prato na lava louças.

Já me sinto melhor. Muito melhor mesmo. Saber que não estou completamente sozinha me deixa feliz e me dá motivações. Não esperava por Saby, mas que bom que ela apareceu.

 Não esperava por Saby, mas que bom que ela apareceu

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𝗶𝗹𝗶́𝗰𝗶𝘁𝗼 | 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora