011🥀

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“Você sabe como me puxar de volta
Quando eu vou correndo, correndo tentando fugir de amar você”

“Você sabe como me puxar de voltaQuando eu vou correndo, correndo tentando fugir de amar você”

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Não consigo dormir, não consigo respirar direito... Só consigo sentir meu coração acelerado, meus batimentos tão fortes que chegam a me sufocar. Ainda sinto meu corpo trêmulo, sei que foi só um quase beijo... Mas dele é meu tio, o mesmo sangue que corre nas minhas veias, corre nas deles.

Viro para um lado, viro para o outro; nada do sono aparecer. Só consigo pensar nele, desejando acordar desse pesadelo de estar sentindo coisas por Josh. E ao mesmo tempo, desejando que estivéssemos abraçados agora, queria estar em seus braços...

Ele quase me beijou, então quer dizer que sente o mesmo que eu, né? Ou quer dizer que ficou com pena e quis ser legal... Que tipo de pessoa beija o canto da boca de alguém só por pena? Isso nem deve existir. Talvez ele me queira, goste de mim, mas sei que isso é só coisa da minha cabeça doentia. Josh pode ter a mulher que quiser, não perderia tempo vivendo um amor ilícito por mim.

Vejo que ainda são 6 horas da manhã, poucas horas para a aula e eu não conseguir nem fechar os olhos. Levanto e vou para a cozinha nas pontas dos pés, na intenção de não acordar minha mãe e Josh.

— Não pode voltar assim depois de tantos anos! E pra quê? Para ver o irmão que você nunca nem se deu ao trabalho de procurar? Não queremos você aqui, Laura! — a voz de minha mãe se fez audível, me fazendo congelar e escutar atentamente a conversa.

Sigo a passos lentos em direção a sala e entro, vendo as duas irmãs uma de frente para a outra. Com olhares furiosos e cabeças erguidas. Como se nem uma das duas quisesse ceder... O que Laura faz aqui?

— Está errada Priscila! Eu procurei por Josh, mas quando cansei e percebi que nunca encontraríamos ele, eu desisti. — fico incrédula. Não acredito que Laura está aqui, só por causa do Josh!? Ela e mamãe brigaram há tempos, por isso cada uma foi para o seu lado. Faz anos que não vejo tia Laura e meu primo e também meu melhor amigo Lucca.

— Para de mentir, preferiu fugir e nos deixar a míngua. Nossos pais morreram de tristeza, tristeza pelo filho desaparecido e a filha egoísta. — minha mãe já aumentava o tom de voz, estou ficando apavorada. Não sei o que fazer para as duas ficarem calma.

— Bom dia! — meu grito abafa a briga de fundo após sentir uma mão no meu ombro, me viro bruscamente e vejo Josh. Que se assustou com a minha reação. Por que eu tenho que ser tão assustada e sempre passar vergonha em sua frente?

— Ah, Josh! — a mulher com cabelos louros médio com fios brancos e pele clara o abraça, minha tia Laura é bonita. Já mostra alguns sinais de velhice em seu rosto repleto por rugas, que ela esconde muito bem com produtos caros e plásticas. Tem os olhos azuis claros, vendo ela e Josh lado a lado, realmente, não tem como dizer que não são irmãos.

O sorriso deles é igual, igual os cabelos em loiro médio e o olhar. Eu não sei porque isso não me animou, afinal, ele não está enganando a nossa família. É mesmo um Beauchamp... Só que voltou após anos de desaparecimento.

— Você deve ser a Laura!? — diz sem se desfazer do abraço da irmã, observo a cena ainda parado feito estátua. Minha mãe está com uma cara nada boa, dê certo, pensando no quanto a irmã é pode ser um ser humano ruim. Já que por anos nem ligará para saber se estávamos vivas.

Eles conversam por alguns minutos, enquanto eu vou para o meu quarto e me arrumo para a escola. Pego a mochila e desço as escadas, mexendo no celular, lendo as mensagens de Heyoon. Que eu não faça ideia de como conseguirá meu número novo.

— Mãe, preciso de carona. Pode me levar? — pergunto vendo os três sentados à mesa tomando café. Josh estava sentado na ponta, enquanto Laura e dona Priscila se encaravam, sentadas uma na frente da outra. Essa família é bizarra.

— Josh, pode levar ela pra mim? Acho que vou precisar desocupar um quarto para nossa hóspede. — ela diz erguendo as chaves do carro e as alcançando para Josh.

— Dois quartos, mana. O Lucca também vem, só não está aqui agora. — avisa minha tia me fazendo dar gritinhos de alegria.

— Quando ele vem? Estou com tanta saudades. — digo recebendo um sorriso gentil dela. Afinal, por que eles estão aqui? E que falta de educação chegar e pedir dois quartos, ela acha que aqui é hotel? Gasta bastante dinheiro com seus cremes faciais, por que não economiza e aluga dois quartos de hotel? Já que quer ficar tão perto assim do meu tio.

Eu estou sendo ridícula! Ela é minha tia também. Me pegou no colo quando eu era criança e também cuidou de mim. Foi muito atenciosa e me deu amor e carinho, talvez ao invés de eu criticar eu devesse ajudar ela a ficar aqui.

— Vamos, Any!? — murmura Josh já fechando a porta. Ah eu não vou aguentar ficar nem um segundo no mesmo carro que ele. Não conseguirei não tocar no assunto, ou melhor, no beijo.

Entro no carro e o vejo colocar os óculos de sol, ignorando minha existência e ligando o automóvel. Talvez eu deva puxar assunto, já que estou surtando com isso.

— Ressaca? — questiono e ele balança a cabeça em afirmação. Reviro os olhos e pego meu celular, já não aguentando mais essa indiferença... Talvez eu esteja errada, e eu realmente estou. Mas quero falar sobre ontem, sobre nós... Mesmo que não exista um nós.

— Desculpas, fui um idiota ontem a noite. Não sei o que deu em mim. — suas palavras saem baixas, como se ele realmente estivesse arrependido. E deve estar mesmo.

— Não precisa se desculpar, Josh. — é a única coisa que consigo dizer, já que minha cabeça está repleta de pensamentos e confusões.

— Preciso sim, eu fiz errado. Não deveria ter beijado tão perto da tua boca, eu confundi o lugar, e na cara de pau... Colocarei a culpa na bebida. — ele da um sorriso e eu seguro uma risada. Não acredito que estamos rindo ao falar de um assunto tão sério.

— Não confundiu minha bochecha com a minha boca, isso eu tenho certeza... — falo o vendo estacionar na frente da escola. Volto meu olhar para ele que me observa com o cenho franzido e passando as mãos nos cabelos, posso sentir seu nervosismo no ar. — Eu preciso ir.

 — Eu preciso ir

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𝗶𝗹𝗶́𝗰𝗶𝘁𝗼 | 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora