→ 𝗮𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝘁𝗶𝗼𝗻 | Quando Josh Beauchamp bate na porta dizendo ser da família, tudo muda de maneira brusca na vida dos dois. Any vê toda sua sanidade e moral se esvair ao perceber que seus sentimentos pelo tio são bem mais do que uma simples a...
"Me fiz em mil pedaços Só para você juntar. E queria sempre achar explicações para o que não tinha."
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Sinto um desconforto na minha barriga, tentando não fazer nenhuma careta. Isso vai se tornar cada vez mais frequente, à medida que Hope for crescendo.
Não quero nem pensar nisso... Barriga grande, corpo inchado, fraldas, berço, roupas, noites sem dormir, estresse... E muito mais.
Estou decidida a contar para Josh, mesmo sabendo que posso colocar em risco tudo o que já tivemos ou poderíamos ter ainda.
Ele vai ficar magoado comigo, perguntar por que não contei antes, isso tudo se ele acreditar em mim... Acreditar que o filho é dele mesmo.
Sei o tipo de pessoa que ele é, não estou tentando parecer a vítima. Mas Josh sempre consegue fazer ou falar algo errado, e eu como sou explosiva acabo terminando de estragar tudo.
Okay, eu preciso estar preparada. Mas o que vou dizer?
"Então, lembra aquela vez que nós transamos sem camisinha? Pois é, eu tô grávida e já escolhi o nome". Isso é patético, não tem um jeito menos ruim de dizer que estou grávida e sei há algum tempo.
Tenho medo dele já ter percebido, não é burro e se até Ryan já notou... Josh com certeza também.
Nesse exato momento eu só estou enrolando e criando coragem para descer as escadas e contar na frente de todos. Já pensando nas consequências e julgamentos pela parte de Saby e da mãe do Josh.
Sabina não vai julgar, só vai dizer o quanto eu fui burra e idiota. Mesmo ela nos alertando deixei que isso acontecesse... Acho que julgar seria melhor do que um choque de realidade.
Desço as escadas, minhas pernas estão relutantes; querendo me forçar a voltar e entrar no quarto novamente. Abraço a mim mesma, sentindo meu corpo tremer. Okay, está tudo bem!
Entro na sala e todos estão, menos Josh. Não sei se estou aliviada.
— Cadê o Josh? — questiono atraindo os olhares de todos.
— Ele acabou de sair, não disse para onde vai — fala Noah, olhando para Saby logo depois.
Sempre tenho a sensação de que eles estão escondendo algo de mim. O que me irrita, pois parece que sou criança e não posso ou não deveria saber das coisas dos "adultos".
— Ele vai demorar muito? — Já fiquei todo esse tempo sem contar sobre a gravidez, algumas horas não iria fazer muita diferença... Mas iria me fazer perder a coragem e a determinação que estou agora.
— Não consegue deixar meu filho em paz? — A voz estridente vem da mulher no estofado. Finjo que não escutei, como sempre faço quando suas palavras são dirigidas a mim. — Fiz uma pergunta, garota. Responda!
— Para de tratar o Josh como se ele fosse uma criança, deixa que ele consegue fazer as próprias escolhas! — esbravejo. Cerrando os punhos e a olhando com a testa franzida.
Ela levanta, me encarando com um olhar furioso. Ficando em minha frente, segurando uma xícara de café... Eu vou fazê-la engolir essa xícara se virar café quente em mim.
— Fica correndo atrás dele feito uma cadela no cio, isso não te deixa envergonhada, querida? — Meu queixo cai com suas palavras.
— Cindy! Deixa a garota em paz. — Seu James a reprende, com um olhar severo.
— Eu só estava dizendo a verdade...
Sem pensar muito, pego a xícara da sua mão. Jogando o líquido quente nela. Ouvindo-a dar um grito e começar a se abanar.
— Any Gabrielly! Vem comigo, agora. — Estou parada no lugar, apenas vendo a idiota queimada. Suas roupas brancas agora manchadas com o café preto. — Any! — Noah me puxa para fora da casa.
Não acredito que joguei café quente na mãe do Josh. Eu só estava me vingando pela queimadura com chá quente.
Um misto de arrependimento e euforia toma conta de mim. Eu deveria pedir desculpas pra ela... Mas adorei ver sua cara quando enfim percebeu o café queimar sua pele.
Sinto minhas pernas bambas, como fraqueza. Minha visão está ficando turva; as náuseas se tornam mais frequentes.
Respiro fundo, escutando ao fundo a voz de Noah me chamando.
— Não consigo respirar — sussurro, sentindo meu coração bater muito rápido. Como se fosse explodir dentro do meu peito.
— Acho melhor eu te levar em um hospital — diz ao pousar sua mão na minha testa.
Me puxa para ele e me leva para o carro, ainda perguntando se eu estou bem. É claro que não estou bem!
— Vai... Passar... É que eu... estou grávida... — Deito minha cabeça no banco e fecho os olhos, sentindo-os pesados cada vez mais. Não consigo ficar acordada, acabo me entregando ao sono.
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