→ 𝗮𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝘁𝗶𝗼𝗻 | Quando Josh Beauchamp bate na porta dizendo ser da família, tudo muda de maneira brusca na vida dos dois. Any vê toda sua sanidade e moral se esvair ao perceber que seus sentimentos pelo tio são bem mais do que uma simples a...
“E se nós reescrevermos as estrelas? Diga que você foi feita pra ser minha Nada poderia nos manter separados”
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Josh Beauchamp (dois anos depois)
— Só um momento — pedi, ainda com o rosto na curva de seu pescoço. Ainda me sentindo em completo êxtase.
Resmunguei, saindo de cima de Any ao escutar dona Marisa bater na porta do quarto para avisar que tínhamos visita.
— Combinou algo com a Sabina hoje? — questionei, enrolando uma toalha na minha cintura.
— Com certeza não é a Saby, ela está nos desfiles de moda da sua mãe. — Puxou os lençóis, se cobrindo até a cabeça. — Vai ir até lá assim? — erguei a sobrancelha.
— Dona Marisa adora me ver só de toalha. — Lancei uma piscada de olho para ela, pegando nossas roupas do chão para colocar a lavar.
— Ela tem 62 anos, Josh — falou, assim que saí do quarto. Deixei as roupas na lavanderia e segui para a sala de estar.
Nossa empregada, Marisa, tem 62 anos mas isso não impede que Any morra de ciúmes dela. Não somente dela, mas de qualquer mulher que não seja Sabina ou minha mãe. Na verdade, sempre foi assim, ela sempre sentiu ciúmes até de quem olhasse para mim. Com o tempo foi ficando menos, mas agora que precisei contratar uma assistente, ela surtou de vez.
Não é como se minha assistente fosse tudo isso, motivo de ciúmes. Mal olho para seu rosto, e às vezes nem lembro do seu nome. Mas Gabrielly insiste em dizer que a garota vive dando em cima de mim. Nem tento contrariar, já sei que não irá adiantar.
Parei na porta da sala, observando a silhueta feminina que logo levantou-se do estofado.
— Josh. — Sorriu.
Continuei sem reação.
— Priscila. — Forcei um sorriso.
Depois que Hope nasceu, as coisas se complicaram bastante. Priscila quis a qualquer custo a guarda dela, dizendo de nós éramos incapazes de cuidar. Any ficou semanas sem nem conseguir comer direito, mesmo sabendo que nenhum juiz daria a guarda para a avó, sendo que os pais estão vivos e em perfeitas condições para cuidar da criança. Tentei entender Priscila, dizendo que ela estava certa por querer proteger Hope, mas querer a guarda dela já era demais.
Sua desculpa foi de que a culpa era minha. Minha culpa por ter levado Any dela, ter tirado a única coisa que ainda havia restado. Claro que estava tentando me manipular, e até me deixou um pouco abalado. Mas seu jogo estava sendo tão baixo, que a única coisa que consegui fazer foi me mudar o mais rápido possível com a minha família.
Ficamos exatos dois anos sem nenhum contato. Então o que ela quer aqui agora? Como descobriu onde moramos? Veio se fazer de vítima mais uma vez, trazendo consigo suas manipulações. Só espero que não seja realmente isso, porque Any mudou muito depois que Hope nasceu. Não é mais aquela garota ingênua que Priscila conseguia controlar, manter nas linhas.
— Não sabia que estaria aqui — disse, seu sorriso estava sem graça. Como se ela realmente não esperasse me ver aqui.
— Eu moro aqui, Priscila. — Apontei o sofá, para que ela sentasse novamente.
— Saby disse que Any morava aqui com Hope. Não citou você em nenhuma de nossas conversas. — Ela sentou, agradecendo com um gesto.
Sabina sempre complicando minha vida. Eu deveria saber que ela estava tramando alguma, já que logo se aproxima do aniversário de Gabrielly, e consequentemente, do meu. Com certeza esse era o seu "presente", trazer Priscila de volta para nossas vidas.
— Claro, ela deveria estar tentando nos aproximar novamente. — Olhei para baixo, lembrando que ainda estava só com uma toalha. — Vou chamar a Any, um momento.
Priscila esconder uma careta de desprezo, concordando com a cabeça. Ela só veio até aqui porque realmente achou que eu não estava mais com a filha dela. Eu não a culpo por não gostar de mim, traí sua confiança e fiz Any sofrer em alguns momentos. Mas já faz mais de anos, está na hora de superar.
Entrei no quarto, vendo Gabrielly fazendo cosquinha em Hope, que dava gritos de alegria e risadas escandalosas.
— Quem estava lá na sala? — perguntou, parando com as cócegas na pequena e prendendo os cabelos em um coque desleixado.
— Ainda está... E a sua mãe. — Any levantou as sobrancelhas, surpresa com o que acabara de ouvir. — Ela quer conversar contigo, e provavelmente ver a Hope.
Minha filha jogou os bracinhos para que eu a pegasse no colo. E assim o fiz, colocando atrás da orelha os cachos pretos que cobria seu rostinho angelical.
— Eu vou... Bom, vou descer e falar com ela — respondeu, sem jeito.
Calçou as pantufas e deu uma olhada no espelho, chegando se seus cabelos estavam em ordem. Logo parou em minha frente, pegando Hope no colo e olhando para mim.
— Tá perfeita, como sempre. — Beijei seus lábios e a testa de Hope, avisando que iria tomar um banho e depois descia para o café da manhã.
Nem imagino como deve ser para ela ver Priscila novamente. Depois de tê-la visto uma última vez no tribunal, sabendo que estar ali era inútil. Em dois anos, apenas tocou o nome da mãe uma vez quando bebeu demais e sentiu saudades. De resto, manteve para si. Sei que não se arrependeu, e nem poderia, com a vida que tem agora. Mas ela com certeza teria esperado mais um pouco, mesmo que na minha opinião tenha demorado a sair debaixo das asas da mãe.
Depois de terminar meu banho, desci as escadas, devagar para poder ouvir sobre o que falavam no cômodo ao lado.
— Por favor, filha. Não sei quanto tempo de vida ainda tenho, peço para que me deixe passar esses últimos meses com você, meu irmão e a minha neta.
Meu coração se apertou. Ela estava dizendo a verdade? Me chamou de irmão? Talvez eu tenha ficado com mágoas pelo que passamos, e nem pensei na possibilidade de estar arrependida ou apenas decepcionada depois de toda a dor que Any e eu causamos a ela.
— Como assim pouco tempo de vida? — perguntei.
Any parecia chocada, tentando assimilar as palavras da mãe. Hope brincava com seus cabelos, sem nem notar a nuvem negra que acabara de pairar sobre nós.
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