→ 𝗮𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝘁𝗶𝗼𝗻 | Quando Josh Beauchamp bate na porta dizendo ser da família, tudo muda de maneira brusca na vida dos dois. Any vê toda sua sanidade e moral se esvair ao perceber que seus sentimentos pelo tio são bem mais do que uma simples a...
"E eu preciso que você saiba que nós estamos caindo muito rápido, Nós estamos caindo como as estrelas"
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Estou perdida em meus pensamentos, bem longe onde eu não precise escutar o que eles estão dizendo. Onde não preciso pensar no acidente de Lucca e se ele vai ficar bem, não preciso pensar que estou grávida, na casa da mulher que me odeia e sob o olhar fixo de Josh.
Tudo na minha vida desmorona tão rápido que eu fico com medo quando os dias se passam. Em um dia eu tinha tudo, meu pai, minha mãe, minha vida perfeita. Tinha amigas, meu primo, minhas tias, uma boa sanidade mental e minha adolescência inteira pela frente. E tudo desmoronou. Agora meu pai está morto, igual minha tia e meu primo está em uma cama de hospital quase morto. Minha mãe me sufoca para que eu não saia de perto dela, não saia dos trilhos novamente. Eu estou grávida... Do meu tio. Com a porra do meu psicológico frágil e fodido, um pouco por causa dos hormônios.
Mas essa é a realidade, a minha realidade. Nada na minha vida é duradouro e feliz. Eu tinha Josh, então eu tive que estragar tudo. E agora nem tenho coragem de olhar para ele sem me sentir culpada ou querer contar a verdade.
Éramos perfeitos juntos. Aquele dia no terraço, daquele restaurante que ele me levou. Aquele dia estava perfeito, e é uma das minhas lembranças mais perfeitas que tem ele. Pois nem nos conhecíamos direito, mas mesmo assim eu já sabia que o amava e que era recíproco.
Ou também aquela vez que Josh estava todo convencido dizendo que eu adoraria ter um filho dele, que se fosse igual a ele seria perfeito. Eu estava concordando, pensando que isso seria impossível e nem precisaríamos continuar aquele assunto pois nunca aconteceria. Mais uma vez que fui enganada por mim mesma.
E ainda tem essa maldita e perfeita tatuagem. Com um significado maior do que eu posso suportar, porque sei que significa o nosso fim. O fim de algo que não poderia ter acontecido, algo que mesmo sendo errado, sempre ficaria marcado em nós dois. Mesmo distantes, sempre teríamos um ao outro.
Sinto falta dele, todos os dias, toda hora. E agora mais do que nunca, pois não posso nem chegar perto dele... Mesmo estando bem aqui, na minha frente com os cabelos bagunçados — como sempre —, a camisa branca que deixa ele ainda mais lindo. Mas sou suspeita de falar, já que amo branco e também amo Josh.
— Com licença — peço, me retirando rápido da mesa e apressando os passos até chegar na escada, onde corro para o banheiro do primeiro quarto que abro a porta.
Okay, ainda não me acostumei com isso. E acho que não vou me acostumar tão cedo, mas ainda tenho muitos meses pela frente a aprender pelo menos a me acostumar com as náuseas e mal-estar.
Lavo o meu rosto e me apoio na parede do banheiro, fechando os olhos, deslizando até atingir o chão; escorando minha cabeça para trás e recuperando o ar.
