004🥀

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“Preciso ter auto-controle
E bem no fundo, eu sei que isso nunca funciona”

“Preciso ter auto-controleE bem no fundo, eu sei que isso nunca funciona”

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Observo as paredes, tentando pensar em alguma coisa para escrever. Odeio fazer redações! Isso não faz sentido, não entra nada na minha cabeça com a pressão de que vou ter que ler em voz alta para a classe toda.

Coloco as pantufas e desço as escadas com as folhas e uma caneta azul. Vejo Josh sentado na ponta da mesa enquanto minha mãe faz o jantar, estavam rindo e conversando como se realmente nunca tivessem se afastado.

— Mãe, eu preciso de ajuda. — me sento e coloco as coisas em cima da mesa.

— Ajuda no que? — Pergunta sem se virar, continua mexendo nas panelas sem parecer prestar atenção em mim.

— Trabalho da escola, preciso fazer uma redação para entregar amanhã. — mordo a tampa da caneta e ignoro o olhar de Josh.

— Querida, eu estou fazendo o jantar. Pode ser mais tarde? — Pergunta, vejo que já era 20:30. Ela nem vai ajudar nada.

— Eu sou bom em fazer redações, quer ajuda? — Josh pergunta me fazendo encará-lo, balanço a cabeça em afirmação e ele se levanta andando até mim. Estremeço e abaixo a cabeça olhando para as folhas em minha frente. — Já escreveu alguma coisa? — Questiona se aproximando e quase cobrindo meu corpo, por ele estar em pé e eu sentada na cadeira. Analisa o papel com poucos rascunhos e pega a caneta da minha mão.

— Só escrevi isso daí, um rascunho sem coerência alguma. — Digo desanimada e tentando não olhar para ele, merda! Posso senti-lo respirando a centímetros de distância do meu ouvido.

— Hm, eu gostei. Tem coerência, só falta um meio e um final. Isso é rapidinho. — Murmura com um sorriso esboçado nos lábios, estava tão distraída olhando para ele que não escutei uma palavras se quer.

— Que? O que é rapidinho? — Pergunto tentando afastar os pensamentos...

— Fazer a redação, você está bem? — Questiona olhando para mim, está tão perto que não consigo dizer nada. Só sinto meu coração batendo tão forte que parece querer saltar pela minha boca.

— O jantar está pronto. — Fala minha mãe fazendo com que Josh se afaste e volte para onde estava sentado antes. Ela pega a louça e coloca na mesa junto com as panelas. Era mais fácil pedir para a Tânia fazer isso, já que minha mãe não faz comida a décadas.

— O cheiro está ótimo, mas estou sem fome. Posso comer depois? — Pergunto e ela me encara com as mãos na cintura e a cabeça inclinada pro lado. Mostrando seu descontentamento.

— Por que depois? A comida vai esfriar, Any. — Diz me fazendo revirar os olhos. — Conseguiu fazer o trabalho? — Pergunta e eu olho para as folhas quase sem nada escrito.

— Sim, depois eu passo a limpo. — Resmungo me levantando e pegando meus materiais. Saío de lá o mais rápido que posso. É estranho jantar em "família" já que Josh chegou faz só três dias. E depois daquele episódio da queimadura não tivemos mais contato.

Volto a encarar as paredes, o que está acontecendo comigo? Tenho tudo e mais um pouco. Mas nada parece o suficiente no momento, o que é estranho. Pois antes eu não sentia isso.

Me jogo na cama e fico rolando de um lado para o outro, até pegar no sono.

Acordo e procuro o celular pela cama, onde foi parar essa merda?

Levanto os cobertores e não encontro nada. Olho no chão e lá está ele, meu coração até doeu agora.

Pego com cuidado e sem virar, se tiver quebrado eu não quero nem ver...

Suspiro aliviada vendo a tela intacta, vejo que já era 7:30. MERDAA! Estou meia hora atrasada. Me arrumo em um flash e desço as escadas com uma velocidade absurda. Minha mãe sempre me leva quando é 7:00. Não sei porque ela não me acordou hoje.

— Tá indo aonde? — Questiono vendo Josh a recém parando a moto em frente a minha casa.

— Estou chegando, por quê? Quer que eu te leve pra escola? — Pergunta olhando as horas no relógio de pulso. Faço que sim com a cabeça, ainda morrendo de vergonha. Ele me oferece o capacete dele eu coloco, como eu vou subir nessa moto? Só é duas vezes o meu tamanho. — Quer ajuda?

— Não, eu consigo! — Digo ignorando suas risadinhas e me apoiando nele para subir.

— Tô vendo que consegue... — Debocha, reviro os olhos e me seguro nele. Eu estou mais vermelha que um tomate nesse momento. — Vai ter que segurar mais firme que isso, se não quiser cair. — Avisa me fazendo enterrar o rosto em suas costas, que vergonha.

Quando chegamos a escola eu desci tão rápido da moto que nem dei tempo do Josh se despedir.

— Eu venho te buscar. — Fala em voz alta me fazendo travar no lugar, a minha vontade de correr para dentro da escola é grande.

— Não precisa, a minha mãe me busca. — Anuncio me virando para ele mas andando para trás. Quase que fugindo.

— Ela vai fazer plantão hoje. — Resmunga colocando o capacete, o vejo ligar a moto e se sumir do meu campo de vista. Suspiro aliviada. Por que estou assim? Não consigo ficar normal ao lado dele. Talvez porque nunca convivemos, e agora descobrimos que somos parentes e ele está morando comigo. Isso é meio estranho.

— Quem é o gatinho loiro? — Escuto a voz ao meu lado me fazendo dar um salto, merda, Heyoon!

— Yoon? Pensei que não estava mais falando comigo. — Digo tentando esconder minha felicidade, ela sempre foi minha única amiga... Odiaria perder sua amizade. — Ele é meu tio, não me diga que ficou interessada. — Murmuro olhando pra ela, da um sorriso sacana e me puxa para dentro da escola.

— Não vamos estragar nossa amizade por causa daquele merda do meu ex. — Diz forçando um sorriso.

— Ah meu Deus, ele te traiu? — Pergunto já sabendo que quando ela termina com ele sempre o xinga.

— Não precisa falar pra escola inteira ouvir. E sim, ele me traiu, e admitiu ter te beijado a força. Me desculpas por não acreditar em você. — Fala e me abraça, eu estava com tanta saudade desse abraço. — Mas agora me diz, quantos anos tem seu tio? — Pergunta e eu faço uma careta.

— Muito velho pra você. — Digo e ela da uma risada. Na verdade ele não tem nada de velho, é só quatro anos mais velho que nós.

 Na verdade ele não tem nada de velho, é só quatro anos mais velho que nós

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𝗶𝗹𝗶́𝗰𝗶𝘁𝗼 | 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora