→ 𝗮𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝘁𝗶𝗼𝗻 | Quando Josh Beauchamp bate na porta dizendo ser da família, tudo muda de maneira brusca na vida dos dois. Any vê toda sua sanidade e moral se esvair ao perceber que seus sentimentos pelo tio são bem mais do que uma simples a...
“Eu tenho que seguir adiante com a minha vida Chegou a hora de ser uma garota grande agora E garotas grandes não choram”
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— Se algum dia eu me arrepender das minhas escolhas, prometo não voltar correndo para os seus braços. Vou continuar seguindo a minha vida, essa é a escolha que estou fazendo agora, mamãe.
Continuei olhando em seus olhos por alguns instantes, convicta da minha escolha. Certa de que nunca mais vou ser controlada por ela ou por nenhuma outra pessoa. Já está na hora de crescer, ser a adulta que sempre quis ser.
— Para onde está indo? — pergunta, com a voz embargada.
— Vou morar com o Josh. Vou ter a minha vida a partir de agora, espero que compreenda com o tempo. — Limpei minhas lágrimas com o dorso da mão. — Sinto muito por te chegado a esse ponto.
Fechei a mala e a coloquei no chão, respirando fundo e mantendo minha cabeça erguida. Talvez se eu não agir feito uma criança, ela passe a me ver como adulta.
— Eu também sinto.
Foram suas últimas palavras antes de pegar minha mala e se retirar do quarto. Ao sair, fechei a porta do meu quarto, vendo uma última vez o imenso quadro na parede. Mamãe, papai e eu. Isso sempre vai ficar no fundo do meu coração, não importa o que aconteça.
Descemos as escadas e ela abriu a porta da frente para mim. Vendo Josh em pé, me esperando. Sem dizer algo, entregou minha mala para ele e logo me abraçou. Eu estava esperando um "eu amo você", mas ela apenas entrou dentro de casa e fechou a porta.
— Ei, vamos pra casa — disse Josh, me puxando junto a ele.
Seu apartamento não era a minha casa. Na verdade, eu estava acabando de deixar para trás a minha casa e toda a minha vida até aqui. Mas finalmente poderei ser eu mesma, me sentir viva de verdade, sem o peso da garota que perdeu a tia e o pai em um acidente de carro. Sem o peso de ser eternamente a criança de Priscila Beauchamp.
— Fez a escolha certa, amor — falou baixo, acariciando minha barriga.
É eu sei que foi a escolha certa. Só esperava que no último segundo, ela fosse entender que preciso crescer. Preciso do Josh na minha vida, tanto quanto preciso dela... Ou costumava precisar. Já posso sentir o espaço vazio que sua ausência vai deixar, mas mesmo assim; nunca mais quero voltar lá.
— Hope não para de se mexer — resmunguei, pousando minha mão por cima da dele.
Josh abre um sorriso de orelha a orelha, sentindo nosso pequeno anjinho dando pulinhos e chutes. Seu sorriso me fez sorrir também, imaginando que Hope vai ter os mesmos traços marcantes que os dele.
— Pra onde quer ir? Pode escolher qualquer lugar — falou, voltando seu olhar para a estrada, sem tirar o sorriso novo do rosto. Com certeza vai ser um grude com a nossa pequena.
— Quero ficar aqui até Hope nascer, depois podemos ir para... Londres?
Josh parece não ter gostado da ideia de ficarmos na cidade. Está tão desesperado para se livrar daqui que não lembra o quanto faria mal para mamãe não conhecer a neta com quem sonhou. Bom, ela só não pensava que iria ser sua sobrinha/neta. Mas isso já não podemos mudar mais, Priscila vai aceitar. Ela tem que aceitar.
— Prefere ficar no apartamento da cidade ou em alguma casa? — Revirei os olhos. Era tão óbvia essa pergunta.
— Não quero que compre uma casa para morarmos apenas por quatro meses, Josh.
Amo quando ele tenta me agradar e deixar tudo ao meu jeito, mas algumas vezes Josh passa dos limites. Bom, nós acabamos passando dos limites em relação ao que somos um para o outro. Então não posso julgá-lo e dizer que está errado. Liberdade, é o que estou sentindo agora. Ficar sob o olhar de minha mãe era exaustivo e sufocante, agora será apenas Josh, Hope e eu.
Isso faz meu coração acelerar, imaginar uma vida apenas nós três. Já posso prever Hope tirando nossas noites de sono ou momentos íntimos, chorando por horas a fio. Se eu ficar gorda vou deixá-la com Josh e ir para uma academia, dar uma melhorada no meu corpo.
Como vamos estar daqui a quinze anos? Ela será uma adolescente, provavelmente muito mimada se depender do pai e de Sabina. Vai estar pensando o que fazer da vida ou por quem deve se apaixonar. Também poderá nos julgar e dizer o quanto é estranho ser prima da própria mãe, mas duvido que faria isso. Ela será doce e angelical, porém com uma personalidade forte, igual a Josh.
Ela poderia terá uma adolescência completamente normal. Sem traumas sobre traições, mortes por acidentes e o principal; sem se apaixonar por alguém com o mesmo sangue do que ela.
— Ainda acha que ela vai ser loira? — perguntou ele, quebrando o silêncio.
— Tenho certeza.
Loira de olhos castanhos, aparência angelical e personalidade forte. Essa era a minha junção com Josh na primeira vez que tocamos no assunto de como seria um filho nosso. Lembro que ele falou tanto que seria o melhor pai do mundo, que eu já estava pensando se estava grávida ou se deveria tomar aquela pílula do dia seguinte. Enfim lembrei o quanto não gostava de crianças, e desisti de qualquer possibilidade de sermos pais.
Mas aqui estamos. Acariciando a coisinha que não para de se mexer dentro da minha barriga.
— Espero que não seja indecisa, como a mãe — falou, parando o carro no estácio do prédio.
— Ou bipolar, que nem o pai — devolvi em provocação.
— Eu não sou bipolar. Apenas mudo de ideia constantemente.
— E de humor. É bipolar, sim. — Deixei que ele me levasse para dentro do apartamento.
— Em vez de discutir sobre minha bipolaridade, poderíamos estar fazendo outra coisa — resmungou, colocando minha mala no chão e fechando a porta atrás de mim.
— Tipo o que?
Deixei a calcinha deslizar pelas minhas pernas, até atingir o chão e eu a empurrar para o lado.
— Eu estava me referindo a escolher um lugar para morarmos depois que Hope nascer — disse. Senti minhas bochechas esquentarem de vergonha. — Mas a sua ideia é com certeza melhor — concluiu, abrindo a fivela do cinto e aproximando seu corpo do meu.
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