067🥀

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08/15

"Nós podemos ficar juntos, querida
Enquanto céu for azul
Você age com inocência agora
Mas você mentiu tão cedo"

"Nós podemos ficar juntos, queridaEnquanto céu for azulVocê age com inocência agoraMas você mentiu tão cedo"

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Josh Beauchamp

— Any!! —  Sabina correu para abraçá-la assim que colocamos nossos pés no terraço. —  Senti sua falta —  murmurou ainda afagando os cabelos negros e enrrolados da amiga. 

Olhei em volta, satisfeito de como tínhamos conseguido fazer uma decoração incrível em tão pouco tempo. Minha ideia era levar Any ao parque de diversões, depois trazê-la para cá e começar discretamente a entrar no assunto de casamento, e talvez... no assunto de ir embora daqui. Mas Sabina achou melhor fazer uma surpresa — um chá de fraldas —, disse que só assim ela não se sentiria pressionada a deixar Priscila.

Eu estaria mentindo se dissesse que não estou afetado com isso também, mas nunca estive tão certo de minhas escolhas. Podemos ser felizes, mas só se estivermos longe dessa cidade, dando tempo ao tempo. Priscila talvez um dia me perdoe, mas no momento, não acho que isso vai acontecer. 

— Rosa e dourado? Que original — brincou Any, fazendo minha atenção ser direcionada a ela. — Eu amei, ficou tudo — Deu mais uma olhada em volta —... perfeito! — Seus olhos iluminados pelo brilho já deixavam isso bem óbvio. 

Não pude evitar sorrir alegre com seu jeitinho de dizer que havia adorado a surpresa. Sei que a conheço melhor que qualquer um, mas cada vez que passamos mais tempo juntos, eu me apaixono mais por ela. Parece que sei o que Any quer me dizer apenas pelo jeito que me olha, ou quando está brava e cruza os braços de imediato; como se fosse uma criança que não ganhou o que queria. 

—  Eu sabia que iria gostar, amor —  cochichei perto de seu ouvido, logo vendo seus lábios se curvarem em um sorriso discreto. — Laura está aqui, parece ter esquecido daquele episódio...

—  Que eu cheguei bêbada e contei a verdade na frente de todos, isso? —  perguntou com o tom de voz carregado de sarcasmo. Não iria usar essas palavras, sei que ela se arrependeu e não pretendia jogar isso em sua cara... mas era isso mesmo.

Não respondi nada, para que não houvesse brigas dessa vez. Ela é sensível, porém agora está dez vezes pior, e qualquer coisinha já é motivo de choro ou briga. E no momento, não estou nem um pouco afim de entrar em uma discussão com ela, principalmente aqui no chá de fraldas, o qual eu não deveria estar por ser o único homem presente. 

—  Sabe que isso é apenas para as mulheres, não sabe? —  perguntou com um sorriso divertido. Como sempre, eu já deveria estar acostumado com sua mudança repentina de humor. 

— Eu sou o pai, tenho direito de estar aqui — respondi enlaçando meus braços em sua cintura. 

— Minhas ex-colegas não sabem disso... e além do mais, Sina está aqui —  lembrou, se afastando um pouco. Claro, havia me esquecido que somos... afinal, o que somos? 

— A maioria das mulheres são amigas da Sabina —  resmunguei, tentando convencê-la a ficar mais perto de mim. 

Essa é a pior parte da nossa situação atual. Não posso nem beijá-la quando eu quiser, muito menos chamá-la de amor ou dizer o quanto a amo. Não em público, e quase nunca posso ir até sua casa, já que Priscila está sempre de olho em tudo. Nunca tenho tempo para ficar apenas três minutos a sós com ela, sentindo sua respiração ou a observando enquanto faz qualquer coisa. 

Inclinei meu corpo, ficando na mesma altura que Any. Sentindo sua respiração acelerar lentamente. 

— Eu te amo, Any — falei em tom de sussurro, encostando com suavidade nossas testas. Já não aguento mais viver em segredo, sempre com medo do que os outros vão pensar. Sempre andei nas linhas para que meus pais não me xingassem, mas os tempos são outros. Ela precisa aceitar de uma vez por todas que tudo isso é real, que nós somos reais.

— Aqui não, Josh — suplicou, se afastando aos poucos.

Vendo-a assim até parece que Priscila estava certa. Parece que foi tudo eu quem manipulou Gabrielly para se entregar a mim e fazer o que fizemos... somente nós dois sabemos que isso não é verdade, mas por ora, é o que parece.

— Stefan, oi! — Any me afastou em segundos, olhando para a dona da voz. — Não sabia que estaria aqui, já que... Ah, havia esquecido — murmurou, com um pouco de sarcasmo em seu tom de voz.

— Scarlett, sempre no lugar certo e na hora certa — falei com ironia. Vendo seu sorriso diminuir à medida em que Any entrelaça nossos dedos.

Sorri ao lembrar de uma cena parecida com essa. Quando eu e Gabrielly estávamos falando que se tivéssemos filhos seríamos um desastre, e logo Scarlett chegou, fazendo Any morrer de ciúmes e dar um salto do banco. Não sei porquê ela acha que Scarlett me interessa, já que fui eu quem não quis mais nada com ela quando ainda éramos amigos.

E agora estamos aqui, quase na mesma situação. Se não fosse por Hope, ou melhor, pela minha princesa que está a poucos meses de nascer.

— Você... Engordou desde a última vez que te vi... Parabéns! — disse por fim, parecendo uma pouco abalada com a situação.

Se eu fosse ela, também ficaria de certa forma. Não tem como ser indiferente a isso. Em um dia eu era seu melhor amigo, fazíamos de tudo um pelo outro e sempre nos apoiamos. E de uma hora pra outro, depois de transarmos, eu simplesmente fui embora. Depois de meses apresentei Any como minha namorada, logo soube que isso era mentira e que na verdade ela era minha sobrinha. Agora vamos ter uma filha e... Tudo isso é uma grande confusão.

Uma confusão que eu amo, mesmo não sabendo resolver e nem entender.

— Pode soltar minha mão agora, só pro sangue circular — disse, me virando para Any que ainda estava com o ciúmes estampado na cara.

— Claro, desculpas — resmungou baixo. Parecendo envergonhada por eu ter que lembrá-la disso.

— Ei, sabe que não precisa se desculpar por nada. — Meu polegar acariciou com delicadeza suas maças do rosto.

— Eu só... Eu te amo também, Josh. E eu não quero te perder por medo do que os outros pensam a nosso respeito — falou entre lágrimas, com a voz tão baixa que eu mal pude ouvir.

— Não vai me perder, amor — sussurrei, beijando a ponta de seu nariz. — Nunca vou deixar vocês duas, eu prometo! 

 — Nunca vou deixar vocês duas, eu prometo! 

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𝗶𝗹𝗶́𝗰𝗶𝘁𝗼 | 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora