→ 𝗮𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝘁𝗶𝗼𝗻 | Quando Josh Beauchamp bate na porta dizendo ser da família, tudo muda de maneira brusca na vida dos dois. Any vê toda sua sanidade e moral se esvair ao perceber que seus sentimentos pelo tio são bem mais do que uma simples a...
“Sei que errei, Deixei seu coração despedaçado. É isso que os demônios fazem? Te levei tão baixo Onde apenas os tolos vão Eu abalei o anjo em você.”
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Josh Beauchamp
Não acredito que ela está fazendo isso. Com todos aqui, até o afilhado de Pablo e a namorada dele que no caso é Scarlett. Estamos mais do que ferrados, Any parece não ter noção do que está fazendo, apenas joga todas as palavras para tentar amenizar o que está sentindo.
A culpa disso tudo é minha, acabei deixando que isso acontecesse. Prometi ficar aí seu lado, e agora estou quisto, ouvindo Any falar, falar e falar.
Brigamos pelo motivo mais idiota, não sei nem como começamos aquela briga, tínhamos acabado de nos reconciliar e agora já foi tudo ladeira abaixo.
— Se você não abrir essa maldita boca, nem precisa mais olhar na minha cara, Josh! — Ela limpa as lágrimas e segue olhando para mim.
Na verdade, todos estão com seus olhares curiosos e horrorizados pousados em mim. De qualquer jeito, não vou mais continuar com Any. Ou ela se afasta por eu não falar, ou Priscila nos afasta quando eu contar a verdade.
— É tudo verdade, Priscila. Eu e a Any estamos juntos. — Ou estávamos, pensei.
Ela vai sentada na cadeira, chocada, sem dizer uma palavra. Olhando para o nada, como se estivesse tentando processar tudo e seu cérebro se recusasse a aceitar as informações.
— Acho que já está na nossa hora — fala Pablo, levantando e sinalizando para o afilhado e Scarlett.
— Estavam juntos esse tempo todo? — Minha irmã mais velha, Laura pergunta, me fazendo revirar os olhos. Ela não tem nada a ver com isso, quem deveria estar fazendo as perguntas é Priscila.
— C-como? P-por quê? Eu pensei que vocês... — Seus olhos estão cheios d'água. A voz baixa e embargada. — Pensei que você cuidava dela, que era um irmão pra minha filha, mas estava se aproveitando da inocência e carência de Any. — Seu olhar está em mim, enquanto ela cospe as palavras com ódio.
— Priscila, eu amo a Any e... — Tento me explicar.
— Ama a minha filha? Qual é a sua doença, Josh? Olha o estado que deixou ela, e ainda quer dizer que ama? — Engulo em seco e olho para Any.
Realmente, muito diferente da Any que eu conheci. Seus olhos não brilham mais, estão vermelhos e inchados. As lágrimas rolando e uma vez que outra ela limpa com o dorso da mão.
— Eu juro que nós tentamos nos afastar, mas... — Eu não tenho argumentos. Qualquer coisa que eu diga, não justifica estar transando com a minha sobrinha e ser apaixonado por ela. — Desculpas.
— Só vai embora, Josh. E não volta mais, por favor. — Arregalo os olhos quando percebo que isso veio de Any. Ela só pode estar ficando louca.
— Não entendi — sorrio nervoso e finalmente levanto, ficando em sua frente.
Agora é ela quem não consegue me olhar nos olhos. Não estou entendendo, eu assumi. Falei a verdade, então qual é o problema?
— Agora é real, não estou tentando despistar ou qualquer coisa do tipo. Sou mulher demais pra você, e hoje me provou isso.
Ela se afasta, subindo as escadas e sumindo do meu campo de visão. Sem deixar que eu diga alguma coisa e fique mais uma vez parado no mesmo lugar, só vendo eu a perder pela segunda vez.
— Já ouviu a minha filha, agora pode ir embora. Se chegar perto dela de novo, eu te coloco atrás das grades ou em um hospício. — Priscila está vermelha de raiva, com os punhos cerrados, como se estivesse se segurando para não avançar em mim.
— Priscila, por favor. Eu não me aproveitei dela em nenhum momento, nós estamos apaixonados, eu juro. — Sei que estou bancando o idiota, mas se for por Any eu não ligo.
— Acho que você está obcecado por ela, enquanto Any só estava confusa e se sentindo sozinha. Não existe paixão nisso, Josh. É uma doença da sua cabeça. — Ouvir ela dizer isso, acabou de fazer meu mundo parar por alguns segundos.
Foi quase isso o que falei para a minha mãe quando ela desconfiou de nós, e agora, todas essas malditas palavras estão voltando diretamente para mim.
— O que? Não. Não estou obcecado por ela, Any disse que me ama e sim ela é apaixonada por mim. Ela não estava confusa e eu não me aproveitei dela! — explico, tentando convencer nós dois de que isso é verdade. Mas e se Priscila estiver certa? E se nunca tiver existido amor de verdade?
— Vai embora, Josh. Volta pro hospício de onde você veio e deixa a minha filha em paz. — Ela passa por mim e abre a porta, sem olhar para mim, esperando que eu saia.
Se ela acha mesmo que vou desistir e esquecer de tudo e da Any, ela está bem enganada. Se Gabrielly não me ama, quero que ela diga pra mim, com todas as letras e olhando em meus olhos.
Mas se tudo o que vivemos tiver sido real e não movido pelo desejo e impulso, então eu vou dar um jeito. Nós vamos dar um jeito e vamos fazer isso dar certo, foda-se o que a Priscila ou qualquer um pensa, dessa vez não vou deixar Any ir embora de verdade, não vou deixar ela ir atrás de mim porque já vou ter amarrado meu orgulho e ido atrás dela.
“Sou mulher demais pra você, e hoje me provou isso.” O que ela quis dizer com isso? É por eu ter mentido e demorado para contar a verdade? Ou pelas garotas com quem já fiquei? Pensei que ela nunca falaria isso, e não sei porque, mas sinto que Any estava falando aquilo só para se livrar da mãe dela.
Mas ela mesma disse que não estava tentando despistar ou mentindo, era real. Ela realmente estava terminando algo que mal começamos. Ou talvez isso já tenha ido longe demais, sem que nos déssemos conta por estarmos envolvidos demais.
Agora não sei o que fazer, só quero tê-la de volta. Acordar e ficar olhando-a dormir por horas. Depois fazer aquela merda de macarrão e nunca ter deixado que ela tocasse naquela maldita conversa sobre as garotas. Gostaria também de nunca ter falado aquilo sobre seu pai, dessa vez, eu iria impedir que ela fosse embora, impedir que fosse beber e depois contasse tudo para Priscila...
Dessa vez, eu iria ter feito a coisa certa, mesmo que nós sejamos parte de um erro. Um belo e perfeito erro.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.