Um pé na estrada

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Como se todo o tempo do mundo estivesse a sua disposição, Derek bebeu seu café lentamente. Os olhos estavam fixos nas vidraças do outro lado do cômodo – as das portas da varanda – observando a luz fraquinha do Sol ganhar intensidade de pouquinho em pouquinho. Ignorando o peso dos olhos. De como eles queriam se fechar a todo custo.

Amanhecia quando ele terminou seu banho. A água espantou sua moleza e esperava que o café reforçasse isso. Os cabelos ainda estavam húmidos, gerando-lhe um friozinho no couro cabeludo.

Se remexeu no sofá quando o evoo adentrou a sala. De relance Derek observou o evoo jogar a mochila recheada no sofá. E mais uma vez – pela milésima vez desde que explicou sobre a viagem – Stiles tateou o bolso da bermuda que usava; só para ter certeza de que o controle ainda estava ali. De que não havia criado pernas e fugido. Ou escorregado. O rapaz estava beirando a paranóia.

Stiles estava em posse do objeto desde que tomou das mãos de Derek, enquanto esse explicava sua conversa com o amigo. O controle andava consigo como se fosse algo de extrema importância para a sua sobrevivência. Como um coração bombeando sangue para todo o corpo. O ar entrando em seus pulmões. A água matando sua sede.

Muito embora Derek tenha afirmado – e reafirmado de forma categórica – que só viajariam por volta das nove horas daquela manhã. Avisar de nada adiantou; Stiles o acordou quatro horas antes. E não parava quieto desde então. O evoo praticamente o derrubou da cama. O moreno se assustou com o ato e se perdeu nos dizeres do evoo, bêbado de sono como estava. Mas não se deu ao luxo de ficar irritada por seu sono ter sido interrompido. Para se manter alerta bebia café. Mais canecas do que deveria beber em um dia. Era a quarta e já cogitava uma quinta. A correria do evoo lhe cansava.

Stiles parou de repente. De fronte para o homem. Olhando com os olhos estreitos.

— Já arrumou suas malas?

Derek riu baixinho. Girava a caneca entre as mãos. Já esperava por aquela pergunta. A mesma usada para lhe acordar.

— Não vamos nos mudar Stiles. — Ele observou. — Passaremos o dia, apenas. Uma mochila com algumas peças de roupa é o suficiente.

Por um instante os olhos do Hale se recaíram sobre a mochila no sofá – estava estufada e pesada – antes de voltarem-se para o castanho.

Stiles revirou os olhos, bufando. Haviam combinado de fazerem isso depois do jantar. Pelo visto só ele se adiantou.

— Já? — Insistiu, olhando-o da mesma forma. Possuía uma expressão cansada. Do jeito que era certamente não dormiu nada na noite anterior.

— Stiles. Relaxa, está bem? Sou eu quem estou me entupindo de café. — O moreno indicou o objeto vazio que segurava. — Mas assim é você quem vai infartar.

O evoo se aproximou um pouco mais. Tinha essa necessidade de gesticular para enfatizar suas palavras.

— Vou infartar com essa demora. — Reclamou. Referia-se ao horário. Mesmo sabendo que foi o único disponível, o mais cedo segundo Derek lhe informara, não conseguia controlar a ansiedade.

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