Olhos que condenam

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Para não perder o ritmo do exercícios Derek subia as escadas com uma espécie de corridinha. Vez ou outra saltava de dois em dois degraus.

Desde que encontrara tempo – isso há três dias – encarava os lances de escadas como o último desafio. Até vigésimo terceiro andar; visando perder a barriga que seu amigo fez o favor de mencionar na tarde anterior.

Ao som de Wonderwall ele mantinha o pique. A camisa estava colada no seu dorso, de quando em quando o gosto salgado invadia sua boca; o maior desejo de Derek naquele momento era um bom e demorado banho. E um copo d’água bem gelada.

Um pequeno impasse tornou impossível realizar seus simples desejos de imediato. Assim que alcançou o seu andar e o corredor que o levaria ao seu apartamento foi surpreendido por duas figuras paradas defronte a sua porta.

Um era atarracado e já de idade avançada; olhava com certa fixação para o relógio no pulso e para a prancheta que empunhava. Ao seu lado logo atrás havia alguém com as mãos enfiadas no bolso do casaco, a cabeça oculta pelo capuz.

Derek se aproximou, olhando-os com curiosidade. E somente quando já estava bem próximo foi que lembrou-se do presente que ficara de chegar entre ontem e hoje, segundo o seu prestativo amigo.

Mentalmente xingou-se. Passara boa parte do dia achando que aquela história seria uma pegadinha de Jackson. Que não teria evoo nenhum, que acabou deixando o assunto de lado. 

O moreno viu-se encarando a dupla mudamente. Precisamente o mais alto, encapuzado, julgando que ele seria o dito cujo.

Para a sua sorte, ou não, o senhor baixinho fez isso para si. O contato. Acenando e sorrindo em sua direção.

— O senhor se chama.... Derek Hale? — Indagou. Lendo nome escrito no papel.

Derek confirmou com um breve balançar de cabeça. Estava levemente inclinado, com os olhos semicerrados; ele tentava ver o rosto do suposto evoo. Sinceramente, não sabia muito bem o que fazer. Ainda estava um pé atrás com àquela situação em que fora enfiado.

— Ótimo. Que bom. — Disse-lhe o mais velho, suspirando satisfeito. — Estou aqui há uns bons minutos. O porteiro garantiu que o senhor estava em casa.

O entregador balbuciou. Seu esforço de esconder sua irritação era mínimo.

Derek lembrou-se vagamente de não ter olhado-o na recepção. Mas ainda assim eles deveriam ao menos ter ligado avisando.

De qualquer forma, não fazia diferença naquele momento.

— Pois bem. Só preciso que assine aqui. E aqui. — O entregador indicou uma linha escura no finalzinho da folha, ao direcionar a prancheta ao homem.

Derek hesitou por um instante, mas acabou pegando o objeto. Empunhou a caneta e apertou com certa força, imaginando ser o pescoço do seu amigo. Sorria amarelo enquanto assinava. Não demorou mais do que um segundo e logo entregou a prancheta.

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