A Fera e a Quase Bela |LIVRO 1|

Capítulo 44

- Bela, eu realmente ainda não sei o que te deu na cabeça! Eu sei que muita coisa está acontecendo, sei que deve ter mil e uma preocupações e não é por menos, mas confiar assim, no Oliver, tem certeza... – Alyssa tentava dizer, até que a interrompi.

- Eu sei Aly! Eu sei que parece maluquice, mas no momento é a única opção que me resta, e acredite, já pensei em todas as possíveis. – respondi em seguida.

- Tudo bem, tudo bem. Se realmente é a única opção, é assim que será. Mas, vamos com cuidado, por favor – ela dizia enquanto aguardávamos a chegada de Oliver.

Assim que o vimos chegar, descemos do carro e fomos ao seu encontro. Disse a ele tudo que tinha em mente, enquanto Aly ficava inquieta ao meu lado, e Ollie aceitou prontamente, e eu constantemente esperava ter tomado a decisão certa. E assim que ele se foi, voltamos ao caso que o Aguirre havia aprontado e que seria o meu dever agora, limpar sua barra.

Era mais um pobre coitado que provavelmente falhou com Aguirre e foi deixado em um galpão retirado qualquer, o qual explodiu como que sem explicação alguma. Ele estava irreconhecível. Alyssa e eu passamos a analisar o local e a colher provas. Sem testemunhas claro, o local era planejado, como sempre por Aguirre. Chamamos os peritos para analisarem qual havia sido a causa da explosão, com algumas digitais e outras coisas que encontramos no local, voltamos a delegacia para verificar quem era o proprietário do local que já não se restava muita coisa.

- E então, o que temos? – Capitão Hoffman veio perguntando assim que sentamos em nossas mesas.

- O corpo está irreconhecível, irá algum tempo para descobrirmos a identidade. Encontramos algumas digitais que está para a análise e bom, preciso descobrir quem é o proprietário do local – respondi por fim.

- Certo. Dessa vez Parker, precisamos de qualquer evidência, mínima que seja, que ligue isso a Aguirre – o Capitão retrucou em seguida.

- Mas, e que garantia realmente temos que foi ele? Sei que o queremos atrás das grades o quanto cedo possível, mas não podemos todos os crimes que surgem, o colocar como principal culpado! – respondi e senti o arrependimento logo em seguida, pois senti no olhar do Capitão Hoffman, que isso não seria algo que eu diria, e ele estava certo, eu estava tomada pelo medo em aquele instante.

- O que aconteceu com você? – ele questionou em seguida.

- Ela está estressada Capitão, só isso. Estamos todos cansados de sempre tentar encontrar provas que incriminem Aguirre e nunca conseguir. É só isso! – dizia Alyssa para assim evitar que eu desse outro passo em falso, visto que já havia observado que Turner já estava atento ao que estava acontecendo.

- Sim! Mas será a última vez. Tenho certeza que agora vamos conseguir, trabalhem duro para isso, ouviram? – Hoffman disse e em seguida se retirou.

- É! Você nunca serviria para ser atriz – Turner disse enquanto passava por minha mesa, com sua risada sarcástica, fazendo o meu estomago embrulhar em seguida, me fazendo ficar pior ainda por tudo que estava acontecendo. Realmente, o plano com Oliver, precisava dar certo.

Depois do longo dia, voltei ao meu apartamento, pela permissão de Aguirre, desejando uma noite na medida do possível, tranquila. Ao chegar, encontro Noah e meu pai na sala e ao encontrar os olhos de meu pai, meu coração se aperta.

- Pai! – digo com os olhos cheio de lágrimas logo em seguida.

- Eu estou bem! – ele responde e em seguida o abraço, com certo medo de o machucar ainda mais. Pois vejo o seu rosto com diversos hematomas.

- Como pode estar bem? O que fizeram com o Senhor? – começo a questionar cedendo as lágrimas.

- Aguirre disse que o libertaria, mas que não o faria totalmente impune. Pelo fato de que tentamos o enganar – Noah responde cabisbaixo, pois sinto o quanto se culpa por tudo que está acontecendo - mas ao menos agora pude o trazer de volta.

- Algo tem que ser feito – meu pai dizia em seguida, com a força que ainda lhe resta. Ele sempre foi um homem forte, capaz de enfrentar tudo pelas suas filhas, e isso não havia mudado.

- E Mirella? Onde ela está? – começo a perguntar procurando respostas nos olhares deles, mas vejo apenas eles se entreolharem, o que me causa um aperto no peito – o que aconteceu com minha irmã?

- Ela ficou em meu lugar! – respondeu meu pai.

- Mas eu fui até lá para isso! Eu havia decidido isso, ele havia dito... – comecei a dizer sentindo o desespero tomar conta.

- Calma Bela. Ele disse que quer algo que a princípio te lembre de tudo o que ele falou. E assim que ver que você está seguindo todas as ordens dele, então ele irá soltá-la. Ela não está machucada, eu a vi. Mas está com ele por enquanto, não entendi muito a atitude dela e certo o que conversaram, mas é o que sei no momento. – Noah me explicava enquanto minha cabeça girava cada vez mais com tudo o que eu estava sentindo e vendo acontecer.

- Por enquanto, vamos cuidar de você meu pai – respondi por fim, me recompondo e recuperando forças, as quais eu precisa urgentemente.