Capítulo 8

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Abri meus olhos e meus sentimentos eram confusos. Me dei conta de que estava no hospital, e vi dois homens conversando na porta. Um reconheço pela cicatriz. "Até aqui!" meu pensamento exclama. O outro tem cabelo grisalho e está de costas. Vejo que Noah olha em minha direção, soltando um sorriso.

- Que bom que acordou! – ele diz se aproximando e então vejo que o outro homem é meu pai, ao vir de presa ao meu lado, segurando minha mão em seguida. O qual não via a anos.

- Bela! Fiquei tão preocupado quando Noah me ligou! – ele exclamou, fazendo minha cabeça girar.

"Meu pai? Noah? Que droga que está acontecendo?" minha consciência esbraveja. Ainda estou atordoada, completamente zonza e chego a pensar que tudo é imaginação. Quem dera!

Tento me levantar, mas minha cabeça lateja. Olho para meu braço e vejo um curativo feito. Ainda tento me lembrar o que foi que me atingiu, mas tudo continua vago. Como se os últimos minutos antes de tudo escurecer, não existisse em minha memória.

- O que você está fazendo aqui? – pergunto para Noah.

- Eu disse que você precisa de proteção! – ele respondeu.

- Foi ele que chamou o socorro Bela! Ele que te ajudou – meu pai concluiu.

- Estava me seguindo? – rebati, mas antes que pudesse ser respondida, alguém entra com tudo no quarto. Alyssa!

- Ai que bom que está bem Bela, quase me faz enfartar! – ela diz até se dar conta que Noah está ao seu lado.

- Que droga você está fazendo aqui? – ela questiona.

- Bom te ver também Aly! – ele responde com um sorriso sínico.

- Quando vou sair daqui? – pergunto inquieta. Detesto hospital, detesto ficar confinada a uma cama. Detesto não estar em meu trabalho.

- Até os resultados dos exames serem liberados. Precisamos saber se realmente está tudo bem. Você bateu a cabeça filha, ao menos 48 horas irá ficar por aqui! – meu pai amorosamente falou.

- Não mesmo! – retruquei, em um ato rápido tento tirar a agulha do soro em meu braço, mas Noah consegue impedir.

-Bela! Você não pode sair - ele diz segurando minha não.

- Não quero sua preocupação. Para ser bem sincera, quero você longe daqui! - exclamei. Não queria mais o ver em minha frente. Tudo era culpa dele.

- Isabella! Como pode tratá-lo assim? - meu pai me questiona.

- Ele é um criminoso pai! Seu lugar é atrás das... - mais uma vez sou interrompida.

- Mas que história é essa Isabella Parker? Acusando um amigo seu, alguém que sempre quis seu bem- minha cabeça girava com mais velocidade a cada palavra de meu pai - que sempre esteve ao seu lado!

- Como assim? - Alyssa perguntou por mim.

- Na verdade Senhor Parker, não estive tão presente na vida de sua filha, apenas a cuidava de longe. Quando começamos a faculdade, nossas vidas tomaram rumos diferentes - Noah explicava e apenas um nome veio em minha mente naquele instante.

- Heitor! - meu pensamento saiu em voz alta. E ele apenas assentiu com a cabeça.

- Espera! Seu nome não é Noah? - Aly tentava entender toda a situação.

- É meu segundo nome. Passei a usar mais quando entrei na faculdade. No fim, todos passaram a me conhecer como Noah e admito que prefiro assim - ele explicou a ela.

- Bela, por que acredita que Noah é criminoso? - meu pai queria saber.

- Sinceramente? Eu já não sei mais de nada e minha cabeça continua a latejar - respondi, sentindo o olhar fixo de Noah em mim.

- É melhor deixarmos você descansar - meu pai expressa, me dando um beijo em minha testa em seguida. Todos concordam e então vão em direção a porta.

- Noah! - o chamo e ele volta para perto de mim. Espero Aly e meu pai saírem.

- Acredito que devo um pedido de desculpas a você - digo a ele. Algo que nunca havia feito antes, um pedido de desculpas. Começo a pensar que a pancada em minha cabeça foi forte.

- Eu vou aceitar - ele passou a dizer - mas somente quando me deixar proteger você, em meu armazém - piscou para mim e então se retirou.

Mas dessa vez, isso não me irritou.

A Fera e a Quase Bela |LIVRO 1|Onde histórias criam vida. Descubra agora