Capítulo 5

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– Noah? – meus olhos se arregalaram ao vê-lo sentado na sala de interrogações.

– Sei que está feliz em me ver, Parker – respondeu me provocando mais uma vez.

– Primeiro é completamente grosso no armazém, depois aparece em meu apartamento querendo me ajudar, em seguida, deixa uma ameaça para mim e agora... – sou interrompida.

– Espera! Ameaça? Não tenho nada a ver com isso – ele disse surpreso.

– Não tente me enganar Noah. Você deixou a mesma frase que disse, nem consegue disfarçar – rebati controlando meus nervos por vê-lo ali.

– Isabella...

– Não lhe dei a liberdade para me chamar assim. Detetive Parker para você – o interrompi.

– Tudo bem, Bela – ele provocou.

– Você é sempre assim? – questionei.

– Assim como? – ele retrucou com seu olhar fixo em mim, causando um efeito desconhecido.

– Mal educado, provocador. Sabe que posso prendê-lo! – o ameacei.

– Mas, sei que não fará – ele pausou por alguns segundos – detetive Parker – conclui em tom de deboche.

– Me diga logo o que veio fazer aqui – aquela situação estava a cada segundo me irritando mais. Precisava de provas de uma vez, precisava vê-lo atrás das grades o quanto antes.

– Eu sei por que recebeu a tal ameaça, que você me acusa de fazê-la. Por isso disse que deveria ficar em meu armazém. Você precisa de proteção – ele se explicou sério, me fazendo ter um ataque de risos.

"Proteção? Eu?" minha mente se divertia. Um criminoso estava a minha frente, propondo me proteger. Era a pior cantada que já havia escutado.

– Eu não saio com criminosos, Noah. Agora por favor, pare de dar em cima de mim – ele nunca deixava eu terminar de falar.

– Dar em cima de você? É isso que pensa que está acontecendo? – ele questionou me causando dúvidas.

– O que poderia ser? Ou é isso, ou me quer por perto para não deixar eu descobrir as provas que te incriminam – respondi.

– Detetive Parker, pela última vez, não sou um criminoso – ele se levantou e foi em direção a saída – e, também não me interesso por você – concluiu com a audácia de piscar para mim e se retirar em seguida.

Passei alguns segundos tentando raciocinar tudo que acabara de acontecer. Ele se foi e nem descobri o que queria vindo aqui. Estou passando a perder minhas habilidades por culpa de um estúpido e irritante. Agora entendo por que o chamam de fera. Mas, não entendo o porquê perto dele, perco completamente o foco que sempre fui boa em manter.

– O que o gato veio fazer aqui? – Aly se aproximava de mim.

– Me irritar – respondi indo em direção a minha mesa.

– Bela, você não está – ela passou a dizer sem querer continuar, apenas insinuando algo, que no momento eu não conseguia entender o ponto.

– Não estou o que Aly? – resolvi questionar.

– Ah sei lá – ela enrolava – tipo, se apaixonando por ele?

Nem fiz questão de responder Alyssa. Apenas revirei os olhos, o que a faz entender perfeitamente. Ou, apenas não tocar mais no assunto. "Apaixonada?" minha consciência exclama, "por um criminoso, irritante e grosso? Jamais! Quero assassinos atrás das grades, não em minha vida".

Tudo que eu precisava era focar no meu trabalho novamente. Precisava me livrar desse caso o mais rápido possível. E o próximo passo, era conseguir um mandato para investigar o seu armazém. Em seguida, sou surpreendida pelo toque do meu celular.

– Ollie! – atendo ao ver o seu nome na tela – Desculpa não ter te ligado.

– Tudo bem Bela. Seu trabalho em primeiro lugar – escutei sua voz desapontado.

– Não fale assim. É que, o caso que estou trabalhando agora, está tomando todo o meu tempo – tentei me explicar, sabendo que não seria o suficiente.

– Bela, eu gosto de você, de verdade. E esperei muito tempo para ter uma chance com você e quando consegui, percebi que sempre vou ficar em segundo lugar. Melhor, nem em segundo estou, em último lugar. Não quero atrapalhar, vou continuar aqui Bela, como sempre. Mas, não posso continuar esperando vaga na sua vida – eu estava recebendo um lindo fora por telefone, e sei que merecia.

– Entendo Ollie – foram as únicas palavras capazes de sair de minha boca.

Oliver não prolongou muito na ligação. Apenas concluiu dizendo que sentia muito e logo desligou. Sei que estava muito desapontado e com razão. Mas, eu não podia prometer que seria diferente, por que sei que não seria.

– Parker! Carter! Preciso de vocês em minha sala em um segundo – Capitão Hoffman, gritava.

"Mais encrenca me esperava", pensei. E estava certa!

A Fera e a Quase Bela |LIVRO 1|Onde histórias criam vida. Descubra agora