A Fera e a Quase Bela |LIVRO 1|

Capítulo 10

- Parker, Carter! – Capitão Hoffman nos chama logo no início do dia de minha volta ao trabalho. Meu pai conseguiu me segurar dois dias em casa para descansar, mas já estava ficando maluca com seus sermões, ainda mais ao lembrar que tenho uma vida completamente própria e independente.

- Sim Capitão – Aly repete comigo quando entramos em sua sala. Seu semblante demonstra que não são boas notícias e isso não se refere a apenas algum raro caso complicado que o afete, na verdade, não sei realmente se Hoffman tem algum sentimento, ou algo que possa afetá-lo.

- Tenho más notícias meninas – ele nos diz sentando em sua cadeira em seguida e fazendo sinal para que façamos o mesmo.

- O que houve? – Alyssa pergunta antes que eu possa dizer qualquer coisa. Sua curiosidade sempre é mais aguçada, e fato, sua paciência não é das compridas.

- É sobre o detetive Turner – parece que sua voz engasga, sinceramente, não sabia que ele se importa com algum de seus colegas.

- Ele está bem? – Aly mais uma vez não contém a fala.

- Não sabemos – diz em tom baixo.

- Como assim? – resolvo perguntar, é muita enrolação para uma notícia ruim.

- Ele está desaparecido. Sua casa foi arrombada. Não sabemos o porquê, nem ideia de quem pode ter feito isso, mesmo que todos estamos sujeitos por conta de nosso trabalho – ele nos explica - uma vingança provavelmente. 

- Nós vamos encontrar ele – digo me levantando determinada a saber o que aconteceu – vamos analisar os últimos casos em que ele estava envolvido e alguma ligação com certeza vamos encontrar Capitão.

- Você não deveria estar em casa descansando ainda Parker? Acabou de sofrer um... – antes que Hoffman pudesse continuar, decido interromper.

- Não tenho fraturas, e estou me sentindo bem. Que emoção eu teria ao continuar em casa? – deixando-o com um olhar surpreso por minha audácia, saio de sua sala e me dirijo a minha mesa a procura dos casos de Turner. E claro, o último caso era exatamente o qual eu estava trabalhando, o qual, resultou em uma tentativa de me atropelar. Seria muita coincidência? Certamente que não. Isso me leva novamente a uma pessoa. Noah!

- Nem mesmo um acidente é capaz de te fazer sossegar – escuto Aly resmungar se sentando em sua mesa ao meu lado.

- E por que deveria? – retruco, enquanto procuro minhas chaves.

- Não vou nem tentar argumentar, sua teimosia me dá palpitações – ela desiste por fim – o que está procurando?

- Minhas chaves – respondo já impaciente. Nunca perco minhas coisas, sempre estão em seus respectivos lugares. Quando me dou conta, Alyssa a balança em suas mãos.

- Eu peguei, e somente eu, irei dirigir – ela provoca.

- Que história é essa? Desde quando você que dita quem vai dirigir o meu carro? – respondo perdendo a paciência.

- Apenas para evitar que faça besteiras. Ou tentar. Pretende ir aonde?

- Preciso ver Noah, agora me entregue as chaves – ordeno a ela e em seguida vejo se levantar.

- Eu levo você, mesmo achando que é um passo para fazer outra besteira. Mas tenho algumas curiosidades – ela diz sorrindo.

- Ele tem namorada – me levanto, questionando a mim mesma do por que havia falado aquilo – Vamos então!

- Isso é sério? – Alyssa pergunta enquanto nos dirigimos até meu carro.

- Sim, é! – solto ao entrar.

- Não importa, posso coloca-la para escanteio – ela responde, e sem entender meu sangue começa a ferver por dentro.

- Alyssa! – chamo sua atenção, que olha para mim surpresa, pois sabe que é em caso extremamente raro eu chama-la por seu nome inteiro – Ele não é pra você. Vai por mim, você não quer essa encrenca, até por que ele é um...

- Assassino? – ela me interrompe – nós sabemos bem que não é ele. Melhor, não é o Heitor! O cara por quem você sempre foi apaixonada – conclui.

- Que? – pergunto atônita.

- É evidente Bela. Sua crise de ciúmes a um segundo atrás, foi... – ela faz uma pausa procurando a palavra certa – lindo, de se ver. Sério! Agora sei que você tem um coração ai dentro! 

Sem conseguir rebater sua fala, permanecemos em silêncio até o armazém de Noah. E eu pensando que seria fácil conseguir o que queria. Até ele aparecer, tudo era fácil.