Capítulo 7

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     Chegando ao edifício de Jessy, fiquei em meu carro, respirando fundo por alguns segundos, com meus pensamentos me questionando se realmente eu estava fazendo o que era certo. Concluindo que apenas ficar pensando não resolveria nada, decidi ir até o seu apartamento.

- Pai, mas o senhor tem certeza absoluta que a carta chegou em mãos daquela detetive? – escutei ao me aproximar da porta de seu apartamento.

- Sim Jessy! Quando estava saindo escutei o capitão gritar para Parker. É este o sobrenome dela não é? – ele questionou, me fazendo ficar mais perto ainda da porta, para escutar melhor.

- É sim. Se a carta chegou em suas mãos, tudo dará certo – respondeu. Em seguida, apertei a campainha e sai do campo de visão do olho mágico.

Seu pai abriu a porta se surpreendendo ao me ver, deixando apenas uma fresta da porta aberta. Era fato que não queria que eu visse sua filha, mas já era tarde demais.

- Detetive! – por fim ele disse.

- Eu sei que ela está ai, me deixe entrar! – expressei.

- Ela quem? – ele perguntou me fazendo perder a razão, empurrando a porta em seguida para conseguir passagem. Ao entrar, vejo suas malas no meio da sala. Tudo organizado para sua partida.

- Jessy! Se esconder será pior – gritei para fazer com que ela aparecesse.

- Eu preciso ir detetive, estou correndo perigo – ela respondeu saindo da cozinha.

- E por que não contou quando vim até aqui? Perigo por parte de quem Jessy? – exigi respostas.

- Noah. Ele me ameaçou se eu contasse a vocês que ele odiava o Paul. Ele conseguiu o que queria, e agora está vindo atrás de mim. Preciso ir! – lágrimas começaram a surgir em seus olhos, mas a minha mente não parava de acusar que era tudo fingimento.

- Não vai ir a lugar algum. Fugir, só vai piorar. Nós podemos te proteger, basta você concordar em nos contar tudo e testemunhar – expliquei a ela, enquanto ela se aproximava.

- Vocês não vão conseguir me proteger dele! – em questão de segundos, Jessy correu pela porta e seu pai veio para cima de mim.

Ataquei seu pai com um golpe lateral, levantando meu braço, com meu cotovelo flexionado e os dedos abertos. Ao mesmo instante, fechei o punho de minha outra mão e transferi um soco em seu queixo o fazendo se afastar. Para ganhar ainda um pouco mais de tempo, ataquei um chute em sua virilha e corri atrás de Jessy a qual já estava nas escadas do prédio.

"Que droga! Por que esse ser tem que sair correndo?" perguntei em pensamento, enquanto a perseguia. A desgraçada era rápida, não podia negar. Até me fez pensar que é corriqueiro fazer isso. "E por que sempre tem que ter escadas? Não podia deixar para correr quando estivéssemos na rua?".

Quando saímos do prédio a persegui por mais um quarteirão. A louca atravessou a rua com carros em movimento, fazendo buzinas soarem. Mas, antes que eu pudesse ver para qual direção ela estava indo, algo se aproximava cada vez com mais velocidade em minha direção. Meus sentidos não tiveram tempo para agirem, escutei um grito, talvez o meu, não sei ao certo. A última coisa que vi, foi vultos de pessoas se aproximando e em este milésimo de segundo, meus olhos foram fechando e tudo escureceu, tudo havia desaparecido. 

A Fera e a Quase Bela |LIVRO 1|Onde histórias criam vida. Descubra agora