Capítulo 4

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Acordei com a campainha tocando pela, provável, quarta vez. Minha cabeça estava a ponto de explodir. Nunca tive tanta dificuldade de levantar da cama, como hoje. "Sem encontros a partir de agora" minha mente me repreendia.

Quando a campainha tocou mais uma vez, não tive outra alternativa a não ser levantar.

- BELA! - escutava alguém me chamar. Com certeza, era Alyssa. Ela sabe que não costumo me atrasar para o trabalho. Ela não deixaria de vir atrás ver o que houve.

- Oi Aly! - ao abrir a porta a encontro parada em minha frente, com uma expressão surpresa e preocupada ao mesmo tempo. Em suas mãos tinha uma caixa não muito pequena, me chamou a atenção.

- O que aconteceu? Você nunca se atrasa! Está certo que fico muito feliz que tenha se divertido... - ela não parava de falar.

- Alyssa! - chamei sua atenção - Que caixa é essa?

- Não sei. Estava em sua porta quando cheguei - então ela entra para dentro de meu apartamento, deixando a tal caixa em cima da mesa.

- Mas agora me conta. Como foi? Quero detalhes! - ela continuava entusiasmada.

- Aly! Quanto menos você falar, mais agradeço - respondi por fim, olhando a caixa. Não encontrava remetente, nem destinatário, não havia nada escrito.

- Grossa! - Alyssa resmungou.

Ao abrir a caixa, fico atônita.

- O que é isso? - minha amiga fazia a mesma pergunta que estava em minha mente.

Era uma boneca, de cabelos escuros como o meu, vestida como costumo me vestir. Mas o que me atormentava, era o desenho de um tiro no peito da boneca. Era uma ameaça! Apesar de não ser incomum em meu trabalho, algo dessa vez me perturbava.

- "Você, é uma péssima detetive!" - Alyssa leu o bilhete que acompanhava - Repito Bela! O que aconteceu? - ela me questionava.

- É o caso do Noah. Ele esteve aqui... - antes que eu pudesse concluir, Alyssa me interrompe.

- Como é? Ele veio aqui?

- Sim, Aly! Veio ontem - mais uma vez interrompida, porém, pelo meu chefe que ligava.

- Capitão! - atendo.

- Está atrasada. Tem uma testemunha aqui querendo falar com você. Tem um minuto para chegar - e então desliga. Com sua simpatia como sempre.

- Precisamos ir! - digo a Aly.

- Tem ideia de quem fez isso? - ela pergunta apontando para a boneca.

- Talvez. Mas não me importo - pego a boneca e o bilhete e jogo no lixo. Não é a primeira vez que tentam me amedrontar.

O caminho até a delegacia, foi um completo silêncio, o que me surpreendeu, visto que Alyssa nunca fica quieta.

- O que foi? - pergunto a ela, ao estarcionar o carro.

- Nada! Só estou tentando entender. Você saiu para um encontro ontem, mas Noah, um criminoso vai até sua casa, e quando chego você demora para abrir a porta e há uma ameaça deixada para você - por fim ela explica.

- Isso! Minha vida normal como sempre - respondo saindo do carro.

- Não Bela! Isso não é normal! Normal é alguém ter um encontro, se divertir e no outro dia ter uma ressaca! Ter um criminoso te visitando, NÃO É NORMAL! - ela aumenta seu tom de voz, fazendo minha cabeça latejar novamente. "Obrigada Aly, está ajudando muito" minha consciência consta.

- Até que enfim! - Capitão Hoffman nos encontra - Vamos parar de tagarelice que temos trabalho garotas.

- Quem é a testemunha Capitão? - pergunto.

- Um rapaz que não quis dizer o nome. Só disse que precisava conversar com você, que tinha informações sobre o caso que está trabalhando e que não contou tudo que deveria - ele responde e Alyssa me encara por alguns segundos.

Ao encontrar a tal testemunha, chego a conclusão que as surpresas estão mal começando!

A Fera e a Quase Bela |LIVRO 1|Onde histórias criam vida. Descubra agora