Capítulo 25

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- Não podia esperar um pouco mais para vir me vigiar novamente? - perguntei a ele, para quebrar o silêncio que havia se formado e que já estava me irritando.

- Não vim vigia-lá. Me preocupo, e continuarei me preocupando em cada segundo que estiver distante de mim! É tão difícil você entender isso? - ele contestou, dando passos em minha direção.

- Já disse que sei cuidar de mim mesma - respondi imediatamente.

- Bela, algum dia conseguirá me amar? - sua pergunta, com sua terna voz em aquele instante, trouxe sensações em mim, que eram desconhecidas. Ao mesmo tempo em que me surpreendeu, minha pele, se arrepiou, meu coração passou a acelerar, meus olhos estavam atônitos em direção aos seus, meus pensamentos, haviam cessado, minha respiração estava descompassada. Estava ficando confusa a cada segundo.

Quando me dei conta, Noah estava a centímetros de mim. Seu rosto se aproximava mais e mais. Seus lábios chegavam cada vez mais perto. Senti sua mão em meu pescoço, estava começando a me sentir segura com sua proximidade. Estava desejando o seu beijo, como jamais imaginava que um dia aconteceria. Estava paralisada, sem vontade de reagir. Mas, seus lábios tomaram outra direção.

- Me diga Bela. Conseguirá... - ele passou a sussurrar em meu ouvido, mas algo o interrompeu - SE ABAIXE - em segundos ele gritou e em rápido movimento, me induziu a me abaixar e ao fazer isso, escutei um tiro, que entrou pela janela e os estilhaços do espelho que havia na sala caiu por chão. No mesmo instante, fomos agachados até a bancada da cozinha e nos escondemos atrás, os tiros não cessavam. Havia deixado minha arma no quarto, e não tinha como ir até lá. Noah me abraçou, me acolhendo e protegendo em seus braços e ficamos ali, até o momento em que escutamos que haviam parado de atirar.

Quando me dei conta disso, escapei dos braços de Noah e fui até o cômodo em que havia deixado minha arma. A pegando, em seguida escutei alguém arrombar a porta do apartamento, ao chegar na sala, que estava cheia de vidros para todos os lados, me deparei com Noah na mira de Turner.

- Vejam só, alguém continua viva! - ele passou a dizer para seu companheiro.

- O que quer Turner? - questionei com ele em minha mira.

- Você! É claro - ele respondeu me causando repugna - Agora ande, abaixe sua arma!

- Por que acha que eu faria isso? - rebati com meu sangue começando a ferver por dentro. Ainda não conseguia acreditar que alguém que trabalhava comigo, com o mesmo objetivo de justiça, era quem devia estar atrás das grades.

- Sabemos muito bem, o quanto você gosta desse... - ele dizia, olhando para Noah - desse verme, que só sabe aparecer no lugar errado e na hora errada. E se você, não abaixar sua arma e vir comigo, ele morre!

- Não faça isso, não vá com ele Bela! Não confie nele - Noah passou a dizer.

Não sabia o que fazer em aquele instante. Turner tinha um parceiro e certamente mais homens, eu estava em total desvantagem. Mesmo sabendo que era arriscado confiar que ele deixaria Noah ir, eu precisava arriscar. Era a única saída. Sendo assim, lentamente fui me abaixando e colocando a arma no chão, observando Noah desaprovar minha ação.

- Pronto! Agora, deixe Noah ir. Se a mim que você quer, você terá - disse olhando para ele e em seguida para Noah, sentindo seu desapontamento e preocupação.

- Sabia que seu coração é mole demais. Mulheres, sempre emotivas - Turner passou a zombar, soltando uma leve risada sarcástica - pegue ela - disse em seguida para seu parceiro.

E então, ele me puxou pelo braço me levando até Turner. O qual soltou em seguida Noah, e me pegou pelo braço, apontando sua arma em direção a minha cabeça.

- Agora, nós vamos passear um pouquinho e se você nos seguir, você já sabe o que acontece - Turner disse a Noah - Vamos lindinha - concluiu olhando para mim.

Saímos então do apartamento e Turner me levou para seu carro, no qual me obrigou a entrar. Ainda não sabia o que estava acontecendo, o por que eu era o alvo. Estava completamente perdida e com uma pequena pitada de preocupação. Eu já não tinha ideia do que poderia acontecer adiante. E certamente isso me deixava muito aflita!

A Fera e a Quase Bela |LIVRO 1|Onde histórias criam vida. Descubra agora