Matthew correu com a mulher da sua vida desacordada nos seus braços até encontrar uma maca nas Urgências do hospital.
— O que é que aconteceu? — perguntou o doutor Hayes ao ver o corpo desanimado da Ella na maca.
— Ela teve um acidente, bateu com a cabeça e parece ter alguma lesão na coluna. — o doutor começou a distribuir tarefas pelos enfermeiros que pareciam estar em perfeita sincronia.
— O senhor é parente? — o doutor perguntou enquanto mexia-se de um lado para o outro.
— Sou o namorado. — Matthew respondeu e estranhou o gosto agradável de dizer aquilo. Hayes continuou o trabalho que tinha e apercebeu-se de algo grave.
— Tem como contactar algum parente agora mesmo? — perguntou vendo o tempo para fazer uma cirurgia esgotar-se.
— Não, ela vive sozinha e não temos o contacto de nenhum parente.
O vestido vermelho foi rasgado e quando os olhos de Matthew viram o seu corpo descoberto, as suas mãos subiram até aos seus cabelos, puxando-os com força para tentar descontar a raiva que sentia. Primeiro pelo corpo da sua mulher estar livre para todos verem e segundo, pelas marcas, nódoas e cortes que tinha pela sua pele.
O arrependimento estava presente em todo o seu ser. Devia ter ouvido quando ela disse para não ir, para ficar com ela quando ela mais precisava. Mas a sua teimosia levou o melhor de si e teve que sair pela cidade que nem um louco, conduzir para longe, onde estava o centro dos seguranças privados que tinha. Precisava encontrar um trastezinho que no mesmo momento estava a levar a sua mulher de casa para um destino incerto e muito doloroso que poderiam facilmente resultar na sua morte. Arr! Aquele pensamento fê-lo tremer da cabeça aos pés.
O seu punho foi parar na parede, fazendo um buraco nela. Não aceitaria perder aquela mulher por nada desse ou doutro mundo.
— Senhor. — um dos enfermeiros tocou no ombro de Matthew e ele afastou-se do toque com repulsa de um toque que não fosse o dela — O senhor tem que sair, por favor. — os olhos azuis encararam o enfermeiro com fúria.
— Podem fazer o vosso trabalho que eu daqui não saio. — ele disse bem firme, obrigando o pobre enfermeiro a chamar os seguranças para retirá-lo.
— Não é necessário. — o doutor Hayes dispensou os seguranças e chegou perto do moreno — Se não sair da sala vai estar a prejudicar-nos e por conseguinte, prejudicá-la. — os olhos de Matthew encararam o doutor primeiro irritados mas depois ficou mais sereno e obedeceu, puxando uma cadeira para o lado de fora e sentou-se mesmo à porta — Obrigada. — assentiu a cabeça para o doutor.
Dentro da sala, os anjos do Senhor tentavam salvar a vida da jovem mulher que entrara nos braços do namorado que não sabia o que realmente aconteceu, mas que mostrou-se inquietantemente preocupado e desconfiado pelo que pudessem fazer com ela. Agulhas, tubos, análises, medicações, tudo era feito para que a vida de Ella ficasse estável.
Do lado de fora, Matthew levantou-se para receber um abraço de homens de Christopher, que acabava de chegar.
— Já tens notícias? — perguntou o loiro ao moreno.
— Ainda nada. — assim que acabou de falar a porta da sala onde estava a sua amada abriu-se e empurraram-na para fora, à caminho do elevador — Onde é que ela está a ir? — os seus olhos agéis buscaram o doutor.
— Ela precisa de uma cirurgia agora! — ele não deu tempo que o moreno dissesse nada e correu, juntamente com os enfermeiros para o elevador.
— Eu preciso de ir com ela! — Matthew gritou e tentou ir atrás deles mas Christopher travou-o.
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Ella
RomanceMatthew David Williams, um lobo solitário que vivia somente pela carne, conhecido em qualquer lugar que fosse seja por humanos ou mundanos e que desprezava qualquer um que se metesse no seu caminho. Mas, como toda gente tem um ponto fraco, o dele ap...