4º Capítulo

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Se o mundo te atirar pedras, pega nelas, faz uma fogueira e queima com tudo. Okay isso não faz sentido para vocês mas para mim faz mais sentido do que qualquer coisa, principalmente depois de passar pelo que passei. Esqueçam isso, eu não estou bem da cabeça. Se por um acaso alguém dissesse o que iria acontecer naquele dia, para meu 'eu' do passado, eu não iria negar por saber que o azar é meu melhor amigo e a sorte está do outro lado do mundo, a viver feliz com outras pessoas. Por vezes chego a confortar o meu cérebro suicida, com frases do tipo: errar, superar, aprender e recomeçar. Tudo um dia vai dar certo, espero eu.

Tirei a minha cabeça do peito de Matthew e corei.

— Não és obrigado a fazer nada, — ele tirou as mãos do meu corpo e o meu cérebro revirou os olhos, insatisfeito com a sensação de frio que percorria a minha alma. — eu arranjei esse problema. E-eu vou lidar com ele nem que tenha que sair desta cidade, eu vou—

— Nem penses nisso! — Matthew arregalou os olhos — Eu vou ajudar-te, Ella. — ele agarrou no meu rosto com as duas mãos, uma de cada lado e eu não tive outra opção se não olhar para os seus olhos e calar a boca. Fiquei mais corada do que já estava. A sua atenção estava totalmente em mim, o que me agradava bastante. — Não podes simplesmente fugir de onde tu pertences porque alguém representa uma ameaça para ti. — desviei o olhar dos seus olhos. Se ele soubesse que não seria a primeira vez — Tens que enfrentá-la de cabeça erguida e eu vou estar aqui, contigo. Não precisas de fugir para outro lugar, apenas deixa-te estar que eu vou proteger-te de quem quer que vier. — os meus olhos estavam marejados. Faz um bom tempo desde a última vez que me senti protegida do jeito que estou a sentir agora. O olhar de Matthew era verdadeiro e eu acreditava que nem Elijah Mikaelson conseguiria fazer uma promessa tão forte quanto a que ele estava a fazer naquele momento, o que me fez sentir burra por acreditar, sem nenhum ponto de dúvida, que eu estava mais do que segura. Mas e Dean? Ia abrir a boca mas ele foi mais rápido que eu — E ao Dean também, já que ele é uma parte de ti. — ele sorriu e o meu coração começou a fazer os aquecimentos para começar a correr. Tudo naquele momento parecia certo, mas o meu cérebro começou a fazer uma lista de coisas que poderiam dar errado, o que eu decidi ignorar.

— E-eu não sei, Matthew, é arriscado. — comecei a ver que o meu cérebro tinha razão, talvez fosse melhor eu simplesmente desaparecer daqui, ir para um lugar onde ninguém saiba sequer o meu nome e fazer a minha vida. Mas o destino parece estar a brincar de gato e rato comigo, sempre que eu tento recomeçar, ele faz mais um buraco no barco que é a minha vida. Já chego a um estado de esgotamento.

— Eu só peço-te uma chance, Ella. — nós estávamos a falar da mesma coisa? O meu cérebro notou um certo duplo sentido na frase e espalhou um alerta vermelho para o resto do corpo — Eu posso proteger-te e tomar conta de ti, enquanto tomas conta de Dean, é a única coisa que estou a pedir, Ella. — ele fechou os olhos e encostou as nossas testas — Só uma chance para fazer-te feliz.

E lá começou a desordem dentro de mim. O cérebro gritava para que os outros órgãos ficassem quietos e comportados mas o meu coração instalava a desordem, fazendo o meu cérebro querer matar o vermelho mas sabia que não podia, então limitou-se a apertá-lo ao ponto de estar quase morto e depois soltá-lo. O meu cérebro observou o meu coração quase parar quando eu senti a respiração de Matthew na minha cara, mais exactamente nos meus lábios. O seu cheiro fazia as borboletas no estômago ganharem vida e as suas mãos queimavam todo o meu corpo. Eu estava rendida. Não havia nem um pedaço de mim que dissesse para afastar-me, tudo em mim queria tudo nele. E ele sabia.

— Tudo bem. — eu sussurrei e ele sorriu, acabando com o espaço entre nós, juntando os seus lábios à minha testa. O meu cérebro, que estava a comer pipoca, cuspiu a mesma e sentiu-se revoltado por ele não ter juntado os nossos lábios. O telefone de Matthew começou a tocar e eu afastei-me dele, tirando as suas mãos da minha face.

EllaOnde histórias criam vida. Descubra agora