17º Capítulo

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Chegamos à casa depois de uma tarde muito bem passada num restaurante caseiro de uma amiga do Chris. Ficamos lá um bom tempo, até começar a escurecer e só depois do Sol se pôr voltamos para casa.

— Vai lá que eu espero por ti. — disse o Chris para mim —Até amanhã, pequeno. — beijou a testa do Dean e seguiu para a sala enquanto nós subíamos as escadas para o quarto.

— Acho que podemos tomar um banho bem quentinho, não achas? — perguntei ao pequeno enquanto pousava as nossas coisas no quarto.

— Vamos! — gritou o Dean a correr até ao outro lado do corredor e eu fiquei para trás para pegar as nossas roupas. Quando entrei para a casa de banho já o pequeno tinha tirado a roupa e ligado o chuveiro para aquecer a água. Peguei nas suas roupas sujas já dobradas e separei-as das limpas. Ajudei com o básico o Dean, que a cada dia que passava estava cada vez mais inteligente e autónomo.

— Mamã? — voltei para a terra com a voz do pequeno que estava a ser limpo por mim.

— Sim, meu amor.

— O tio Matt deixou-nos? — a minha respiração parou de fluir regularmente e deu-se um tempo para pensar antes de voltar a sua rotina normal. As minhas mãos começaram a suar frio com o pensamento e obriguei-me a recompor as minhas feições para conseguir formular uma resposta prudente.

— Não, pequeno. — virei-me para pousar a toalha e pegar o pijama azul e vermelho de um boneco que não reconheci no momento.

— Então onde está ele? — essa pergunta nem eu sabia a resposta mas não deixaria um espaço vago na sua cabeça para produzir outras dúvidas.

— Ele viajou para tratar de negócios. — abanei as sobrancelhas e esbocei um sorriso engraçado para ele, porém, incrivelmente ridículo para qualquer outra pessoa. — Não sabes como é a vida de um empresário? — perguntei com uma incredulidade fingida e extremamente exagerada. Puxei as calças para cima depois de passar em cada perna do pequeno e ouvi a sua gargalhada gostosa enquanto fazia cócegas — É cheia de viagens à lugares lindos e reuniões com pessoas sérias. — fiz uma cara séria que gerou uma gargalhada ainda maior — E ah! Não te podes esquecer que pode ter casas bonitas como esta e carros lindos de morrer. — penteei o seu cabelo para trás e dei um beijo na sua testa.

— Eu também quero ser um empresário! — Dean saltou quando acabei de o vestir.

— Tu podes ser o que quiseres, meu amor. — levantei e comecei a arrumar as roupas sujas.

— Mas eu gosto muito de matemática. Os empresários trabalham com matemática, mamã?

— Sim, trabalham. Se tu quiseres saber mais sobre o que os empresários fazem, podes falar com o tio Chris. — apaguei a luz quando saímos da casa de banho — Mas isso vai ter que ser amanhã, porque hoje, — apontei para a cama — o senhor vai para a cama porque amanhã tem escola novamente.

— O professor pediu para entregar um papel que está no envelope. — o Dean pegou o envelope na sua mochila da escola e entregou-me.

— Obrigada. — pousei o envelope por cima da cama, do meu lado — E agora entra para a cama, que eu vou tomar o meu banho e vou conversar algo importante com o tio Chris. — dei um beijo na sua testa depois de aconchegá-lo nos cobertores.

— Eu te amo, mamã.

— Eu também te amo, meu anjo.

Saí do quarto depois de ligar a luz da minha banca e pegar o envelope com o símbolo da escola e a assinatura do professor com o meu nome. Fechei a porta do quarto, abri o envelope e comecei a ler o que estava escrito.

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