Ella

15º Capítulo

Acordei a transpirar com o mesmo sonho terrível. Já estava cansada dele atormentar o meu sono, o meu momento de descanso. Frustrada com a tentativa de descansar, levantei da cama deixando Dean continuar a dormir com almofadas à volta, já que ele gosta de navegar pela cama enquanto sonha alto. Eram apenas três da manhã e eu estava cansadíssima mas sabia que conseguiria dormir mesmo se quisesse. Escolhi uma peça de roupa para o que queria fazer: umas leggings e uma tshirt larga, com os ténis mais confortáveis que encontrei. Saí do quarto com a minha bolsa de higiene de emergência que andava na minha carteira. Andei até ao fundo do corredor e entrei na casa de banho do outro lado de onde começavam as escadas. Fiz a minha higiene e tomei um banho rápido para despertar o meu corpo e a minha mente. Saí de lá pronta e voltei para o quarto apenas para deixar as minhas coisas e pegar no meu telefone e nos fones. Desci as escadas devagar, já que a casa estava toda apagada porque ninguém ainda estava acordado. Acendi a luz da cozinha para fazer um café antes de começar o ''dia''. Dei um grande gole no café depois de entorna-lo na caneca do Thor. 

Acabei o café rapidamente e saí pela porta da lavandaria para o jardim. Estiquei os meus braços e pernas para começar a fazer o aquecimento. Liguei a música depois de posicionar os fones no lugar correcto e a voz do Adam Levine preencheu os meus sentidos, dando a energia que eu precisava para começar a correr. Decidi fazer uma corrida matinal, já que estava parada durante muito tempo. Já não fazia o mínimo de exercício que antes fazia, nem que fosse apenas a corrida matinal para apanhar o autocarro e o apressar de passo sempre que estivesse a andar numa zona escura e sozinha, ou até mesmo carregar Dean adormecido nos meus braços depois de um dia de arrumação de novas colecções na loja. Os meus olhos estavam atentos ao chão por onde pisava e o meu cérebro fez-me seguir um caminho recto, entrando na floresta escura. O meu coração estava preocupado com o caminho que eu seguia mas o meu cérebro estava confiante de que lembraria quando fosse hora de voltar. As primeiras músicas acabaram, consecutivamente já não ouvia a voz do Adam mas sim a de James Arthur. 

A semana passada, primeira semana de trabalho, correu super bem. Consegui cumprir com todos os objectivos da semana e ajudei Matt a organizar alguns eventos que teriam lugar na semana depois da que acabava de começar. Participei em apenas uma reunião, onde maior parte das pessoas eram estrangeiras e falavam línguas que eu não sabia então limitei-me a ficar a observar e apontar apenas o que Matthew dizia para apontar. A primeira semana foi extremamente calma, o que seria completamente diferente da segunda. Muitas reuniões foram marcadas para aquela semana e foram marcados dois eventos em comemoração do que eu aprendi ser o aniversário da empresa, que estava dividida em duas festas: uma à nível da empresa, onde alguns trabalhadores estavam a organizar um cocktail simbólico, e a outra seria um baile para sócios e investidores.

Quanto à busca pelo meu apartamento, Matt mostrou-se um verdadeiro cavalheiro e amigo. Vimos alguns apartamentos que um amigo do Matt, que estava no negócio de imobiliário, encontrou com os critérios que eu dei. Passamos por muitos na semana anterior durante a nossa hora do almoço mas todos eram um pouco mais caros do que eu podia pagar. Até que na sexta-feira encontramos um apartamento que foi o ideal para mim e para Dean. Era numa zona um pouco mais afastada do centro da cidade, pouco antes da saída para a outra parte da cidade. O apartamento tinha dois quartos, dos quais um era suite, uma casa de banho, a cozinha era separada da sala de estar por um balcão simples. Tinha ainda uma varanda grande o suficiente para ter uma mesinha de jardim. As paredes eram todas brancas, não possuía nenhuma mobília mas estava limpo e parecia arejado. Eu gostei dele precisava considerar um todo de condições que envolviam ficar com aquele apartamento. Quando disse que havia gostado do apartamento, Matt mostrou-se apreensivo e disse que não gostou muito do apartamento nem do pequeno edifício em que ele se localizava. E ele realmente tinha razão porque o quesito segurança não estava presente naquele quarteirão onde localizava o edifício.