12º Capítulo

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É um eufemismo dizer que o meu coração parou de bater e que chorei durante a viagem até ao Shopping. Todas as curvas feitas com uma velocidade exagerada eram pedaços de gelo enviados para o meu coração, nem é necessário dizer que não vou voltar a subir nesse pedaço de metal mortífero.

Desci da mota com as pernas trémulas enquanto que Christopher mal conseguia respirar de tanto rir. Idiota. Puxei o capacete da minha cabeça numa velocidade exagerada, arranhando a minha bochecha. Idiota. Rolei os olhos perante a situação do meu cabelo preso no capacete e do Chris só a olhar para mim a rir. Idiota!

— Vais ajudar ou vais continuar a rir? — perguntei tentando puxar o cabelo do velcro irritante do capacete irritantemente bonito do ser humano irritante e idiota.

— Encosta aqui. — Chris ajudou a tirar o cabelo e depois recebeu o capacete das minhas mãos — É melhor guardar isso antes que certas pessoas decidam partir. — revirei os olhos — Vamos. — disse depois de arrumar. Acompanhei o seu andar até dentro do Shopping.

— Já podes dizer o que te traz até ao Shopping? — Chris dobrou o seu braço num convite para que colocasse o meu e assim o fiz.

— Preciso de renovar o teu escritório, ordens do chefão. — ele disse puxado-me para dentro de uma loja de construção e coisas de casa. Não me opus ao que ele disse porque aquela aranha pregou-me um susto muito grande e não quero que aquilo se repita, então posso ajudá-lo a renovar aquilo sem gastar muito mas de forma a ficar lindo e confortável, já que aquela sala diz muito sobre a empresa, uma vez que é a que dá acesso a sala de Matthew.

— E o que pensas mudar? — perguntei enquanto andávamos pelos pequenos corredores entre as pequenas exposições de cómodos.

— Primeiro queria mudar aquele cinzento morto e colocar uma cor mais viva. — ele olhou para uma mesa de centro de vidro com algumas manchas de tintas de tons claros e chamativos e apontou no seu telefone a referência.

— Acredito que o problema não seja da cor mas sim da forma como a sala não tem mais nada a oferecer. — apontei para um conjunto de dois sofás e uma poltrona — O que é que aconteceu para aquela sala ficar daquela forma? Não acredito que alguém conseguiu trabalhar ali com a sala daquele jeito, e pelo que vi, nem Matthew aceitaria. — Chris continuou a olhar alguns objectos decorativos.

— Nada importante. — disse vago — Vamos ver as secretárias. — o seu braço desenrolou-se do meu e ele passou a mão atrás das minhas costas como se quisesse que eu andasse mais rápido. Ele estava a esconder algo, eu senti e o meu cérebro pôs o seu quite detective fora da caixa.

— O que é que não é suposto contares? — olhei em volta e reparei num movimento estranho das pessoas, elas estavam a olhar muito para nós os dois. Ignorei e voltei o meu olhar para o loiro que tentava disfarçar a sua aflição. — Chris... — eu chamei o seu nome — Eu pensava que éramos amigos.

— Não posso ser eu a contar.

— Ha! Então existe uma razão para isso. — continuei a andar, deixando-me ser guiada por Chris.

— Quem tem de contar é o Matthew, não eu, então, por favor não insistas. — ele pediu a olhar para os meus olhos.

— Okay. — voltei a agarrar no seu braço — Então vamos despachar isso para voltarmos para casa rápido. — Chris riu e eu abanei os ombros — Não tenho culpa de ser curiosa.

— Só não tenho certeza que vais querer saber dessa história. — o meu cérebro revirou os olhos para o drama que o meu coração estava a fazer.

Continuamos a fazer as compras, isto é, tirar as referências das coisas que achávamos interessantes e continuar a andar e a conversar sobre trabalho. Há um rapaz muito bonito e carinhoso por trás daqueles músculos e feições másculas. Christopher é um amor de pessoa e não podia estar mais feliz por estar nas compras, logo eu, que não aprecio a arte de fazer compras.

EllaOnde histórias criam vida. Descubra agora