DOBRO

751 59 11
                                    

Um milésimo de segundo após Naruto começar a pronunciar a invocação da técnica, Hinata cerrou as pálpebras.
O Naruto-kun é louco. E eu sou pior, porque eu gosto. Kami-sama, me perdoe...
Quando voltou a abri-las, havia não apenas um, mas dois loiros estonteantes, de olhos muito azuis, encarando-a. Eram exatamente iguais. Cabelo loiro curto, três riscos de cada lado da bochecha, mesma altura. Ambos usavam um roupão escandalosamente aberto até próximo ao umbigo, mostrando músculos abdominais definidos idênticos. Hinata engoliu em seco. Uma, duas, três vezes. Seu coração disparou e sentiu a cabeça rodar, embora soubesse que não era do álcool. Era apenas um clone. Um clone. Ela já havia visto ele produzir dezenas, centenas, até milhares. Mas nunca se sentira assim. Por que reagia daquela forma agora? Por que estava tão nervosa e tinha um zilhão de borboletas enlouquecidas em seu estômago? Podia muito bem desmaiar nesse instante. Não. Provavelmente, teria uma síncope e seu coração pararia de bater a qualquer segundo, não dando conta mais de bombear sangue ao resto do corpo. Olhou nos olhos daquele que estava exatamente a sua frente, provavelmente o original. Ele parecia paradoxalmente tranquilo. Não, tranquilo não. A palavra mais adequada era "satisfeito". Satisfeito em ver o seu estado de nervos. O sorriso oblíquo continuava ali, debochando da sua sanidade. Averteu o olhar para o outro. O clone. Este possuía uma expressão mais estupefata e engolia em seco, tal qual ela mesma. Mas o seu olhar varreu a kunoichi de cima a baixo e ele umedeceu os lábios.
- N-naruto-kun...
- Hinata.
Os dois responderam, deixando-a confusa, sem saber a quem se dirigir. Por fim, olhou para baixo, juntando as pontas dos dedos indicadores a frente do peito.
- O-o que significa isso?
- Meus Deus, cara, ela é muito linda envergonhada, eu não sei como a gente demorou tanto tempo pra perceber isso!
Hinata levantou os olhos, surpresa com a declaração, que havia partido do clone.
- É verdade, a gente era idiota, mas deixa pra lá. - o original respondeu.
Hinata olhava de um para o outro, agora com os braços cruzados à frente do corpo, abraçando-se.
- Ela vai ficar tímida no início, mas depois...
O original deixou no ar, ampliando o sorriso, sendo imitando pelo clone. A morena sentia-se uma presa pronta para o abate. Um arrepio correu por sua espinha e seu âmago contraiu-se.
- N-naruto-kun, me responda... - agora ela manteve a cabeça ereta, alternando o olhar entre os dois - o-o que significa isso?
- Você quer que a gente te fale ou te mostre?
Respondendo com outra pergunta, ele a deixou sem palavras. Então continuou.
- Nós vamos te mostrar.
O Uzumaki fez um sinal de cabeça rápido para o outro, voltando a encarar Hinata, em seguida. Então, lentamente, começou a desamarrar o nó de seu roupão. O clone, por outro lado, talvez temendo que o Naruto original mudasse de ideia, fez tudo muito rápido e, em um segundo, jogava a peça longe. Hinata optou por manter a cabeça erguida, olhando seus rostos. Ainda não havia descartado a possibilidade de desmaiar.
Já despido, o original aproximou-se e tomou-a nos braços. O peito de Hinata subia e descia muito depressa.
- Calma, Hime. Relaxa. Sou eu. E você. Somos nós.
Ele acariciou sua face com um toque muito suave, na testa, escondida pela franja, bochecha e queixo, o qual segurou entre o polegar e indicador, erguendo seu rosto. Beijou cada um de seus olhos. A ponta do nariz afilado, os cantos de sua boca, até, finalmente, selar seus lábios. Era um beijo muito terno, lento e carinhoso. Segurava seu rosto com ambas as mãos. Começando a sentir-se mais relaxada, ela envolveu as costas dele em um abraço. O beijo durou vários minutos e ela quase esqueceu que tinham companhia. Quase. Por que, quando sua mente estava começando a esquecer, ela sentiu alguém afastar seus cabelos para o lado. Não podia ser Naruto, pelo menos não o que a estava beijando, porque suas mãos continuavam firmes em seu rosto. Antes que pudesse elaborar o pensamento, porém, sentiu um par de lábios tocar seu pescoço, e um par de mãos se acomodar de cada lado de sua cintura. Arfou em resposta, arregalando os olhos pela enésima vez aquela noite e apartando sua boca do toque. De olhos semicerrados, o Naruto a sua frente sussurrou:
- Relaxa, Hime. Me beija!
Ele cobriu sua boca novamente, porém, dessa vez, estava exigente. O beijo não era mais terno e, sim, lascivo. Torturou seus lábios com chupões e mordidas, além de invadi-la e explora-la profundamente com a língua. A sensação maravilhosa de lábios em sua nuca repetiu-se e a sua pele pareceu incendiar-se. As mãos que estavam em sua cintura deslocaram-se para a barra superior do seu roupão, afastando-o para baixo, expondo parte de suas costas e colo.
Logo sentiu aqueles lábios iniciarem uma trilha de beijos de sua nuca, descendo pelas costas, delicadamente.
"As costas não... como ele sabe o meu ponto fraco?" Pensou Hinata. Uma outra vozinha, no fundo de sua mente, respondeu: "Ele é o Naruto, ele sabe".
Os dois Narutos a imprensaram entre eles, formando um sanduíche humano sabor Hinata. E, enquanto a boca era atacada impiedosamente pelo original e as costas pela cópia, ela sentiu a dureza e robustez dos dois de uma só vez amassando-lhe através do tecido felpudo do roupão. Um de encontro ao seu ventre, o outro de encontro ao seu traseiro. Aquilo era loucura e ela sentiu-se escorregar, cair, vertiginosamente, em uma espiral, do plano onde era a Hinata tímida para outro, no qual era uma mulher que apenas queria se afogar no mar de sensações que aquele homem provocava.
Estremeceu e ofegou dentro do beijo, a cada beijo e lambida que recebia nas costas. Sentiu mãos soltarem o nó de seu roupão e logo este deslizou ao chão. Ambos Narutos se afastaram alguns centímetros, para contemplar sua nudez.
- Vamos trocar? Eu preciso muito ver ela de frente...
A voz veio de trás, com o hálito batendo em sua orelha, provocando arrepios.
- Tá bom, eu te entendo. - o Naruto a sua frente respondeu.
Ele a girou, com mãos firmes em seus quadris, e logo ela estava de frente para o clone, que a olhava, embasbacado.
- São os peitos, né? Eu sei como é. - o original disparou, compreensivo.
O clone pareceu sair de seu transe e agarrou sua nuca, trazendo-a para outro beijo que não durou muito, pois logo sua boca percorria seu pescoço e colo, as mãos que estavam em seu pescoço agarraram seus seios e sentiu o bico do seio direito ser sugado num frenesi desconcertante. Como se isso não fosse o suficiente, recebeu uma mordida audaciosa na nádega esquerda. Pelo o que podia deduzir, seu marido original acabava de se ajoelhar atrás de si e banqueteava-se de seu bumbum.
- Tenho tara nos peitos dela, mas essa bunda também me deixa louco!
Sentiu o hálito brincar contra sua pele, fazendo ela arquear o corpo, involuntariamente enterrando ainda mais o seio na boca do outro, que parecia muito concentrado para responder, o que pareceu não importar muito ao primeiro, que continuou falando.
- Mas não há nada que se compare ao gosto dessa mulher. Nem lámen.
- Nem lámen!
O outro finalmente afastou os lábios, para concordar, então passou para o outro seio, rodeando o mamilo com a ponta da língua. Ao mesmo tempo, o loiro original forçou Hinata a afastar as pernas com pouca dificuldade e logo enterrou boca entre elas, sorvendo seu sumo de maneira sedenta.
A kunoichi gemeu alto. Tudo aquilo era demais para manter o controle. Duas bocas atacando seus pontos mais sensíveis, sem qualquer piedade. Kami-sama, como era sortuda. Ela não iria negar.
Como, na posição em que Naruto estava, ajoelhado às suas costas, era difícil lamber-lhe toda a extensão de sua fenda, ele adicionou os dedos à equação, invadindo-a, enquanto chupava onde alcançava.
- AH! AH! AH!
- Droga, desse jeito eu não alcanço o clitóris!
- Deixa comigo!
Então o clone deslizou uma das mãos para baixo e começou a massagear aquele ponto, sentindo-o duro e pulsante, enquanto o original metia dois dedos para dentro, fazendo movimentos de vai-e-vem, ambos sem deixarem de lhe chupar nos respectivos nichos.
Enlouquecida, Hinata começou a rebolar, gemendo alto, em sincronia. Sentia sua perdição muito próxima. Não havia escapatória. Estava encurralada numa armadilha de prazer intenso demais para resistir. Aquilo era covardia. Um Naruto já era enlouquecedor demais. Mas dois? Faziam-na sentir como se estivesse prestes a explodir em milhares de pedacinhos. Foi o último pensamento antes de sua mente ficar absolutamente em branco, enquanto espasmos incontroláveis tomavam seu corpo, deixando suas pernas fracas, incapazes de sustenta-la sozinhas. Foi como uma explosão de fogos de artifício dentro de si e seus lábios pronunciaram o nome do Uzumaki como um mantra, diversas vezes, durante toda a duração daquele longo orgasmo.
Naruto lamentava apenas não poder ter visto o seu rosto naquele momento. Mas, brilhante que era, logo teve mais uma ideia para contornar esse detalhe. Levantou-se e a virou de volta para si, sustentando-a nos braços, pois ela parecia fraca. Seus olhos estavam fechados e inspirava grandes golfadas de ar, buscando estabilizar a respiração. Linda.
- Vamos para o quarto.
Ele a ajudou a caminhar até o interior do aposento, acompanhado de perto pelo clone. Deu uma olhada rápida neste e concluiu que era um reflexo de seu próprio estado: o pau duro como pedra e a ponta da glande brilhando com uma "lágrima". Ajudou a morena a deitar-se na cama e, misteriosamente, sentou-se na poltrona contígua. Hinata e o clone, que permanecia em pé, ao lado da cama, olharam-no, confusos.
- Naruto-kun?
Ele sorriu para a esposa e olhou para seu clone.
- Ela é toda sua. Eu quero ver. Vou ficar aqui, assistindo a tudo.
Hinata não conseguiu esconder a expressão assombrada. Será que aquela mente criativa não conhecia limites? O clone, por outro lado, sorriu de orelha a orelha, mostrando o polegar apontado para cima.
- Pode deixar!
Ele então subiu na cama sobre os quatro apoios, ficando sobre a morena. Ela o encarou. Ele já não sorria, mostrava então um semblante nublado de volúpia, tão típico de Naruto. Ele aproximou-se e foi fácil ceder-lhe os lábios, com paixão. Suas mãos percorreram o corpo curvilíneo despertando um novo formigamento na kunoichi. Ele se afastou, de repente.
- Eu preciso sentir também...
- O quê? - ela pegou-se perguntando.
- O seu sabor. Eu conheço, mas preciso sentir com a minha própria boca.
- Oh...
Então ele desceu e afastou suas pernas, posicionando o rosto muito próximo de sua feminilidade. Respirou fundo e beijou-lhe ali. Lambeu, sugou, experimentou, grunhindo ocasionalmente de prazer. Hinata estava excitada novamente. Sentiu-se derretendo e, num lampejo, virou o rosto e o viu. Ela não queria olhar para ele, pois achava que ficaria envergonhada demais. Mas esqueceu e virou o rosto sem querer, seus olhos se encontrando instantaneamente. Seu marido, o original, olhava com olhos muito escuros, como o mar em noite de tempestade. Era puro desejo cru. Aquele olhar a fez sentir uma deusa. Ela sempre havia confiado nele demais, mas sempre conseguia se surpreender o quanto ele acertava naquelas empreitadas loucas. Ter sua língua entre as pernas, ao mesmo tempo que seus olhos a devoravam do outro canto, era o mais louco e delicioso sonho erótico do mundo.

Aprofundando laços - NARUHINAOnde histórias criam vida. Descubra agora