TOQUE

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A seda deslizou ao chão quando Naruto abriu o zíper do vestido. Continuavam encarando-se, com os corpos colados, e Hinata apenas percebeu quando sentiu o carinho do tecido sobre a pele já sensível. Os olhos azuis baixaram lentos, atraídos pela curiosidade de reconhecer aquele corpo mais uma vez, saber se sentiria o coração parar, como todas as outras vezes anteriores. Era óbvio que sim. Como se apenas as curvas não fossem suficientes para tirarem-lhe a paz, ainda estavam adornadas por um corpete rendado negro, em conjunto com uma calcinha transparente, cinta liga, meia-calça e saltos agulha altíssimos, todos na mesma cor.
Cambaleante, Naruto afastou-se, até a parte traseira de suas pernas baterem de encontro à poltrona, fazendo-o desequilibrar e cair sentado, na mesma. Sua boca estava escancarada, o que facilitou a entrada de ar na profunda respiração que se seguiu.
Hinata estava corada, mas os lábios estavam ligeiramente curvados, entregando a sombra de um sorriso. Naruto não media suas expressões. Era franco. Quando se impressionava, não tentava disfarçar. Era autêntico. E isso era um dos muitos motivos pelos quais Hinata o amava tanto. Saber que era a razão pela qual ele perdera p fôlego estava se tornando viciante e, por mais desconfortável e constrangedor que fosse, no início, usar aquelas lingeries ousadas e sexies, valia muito a pena quando lhe causavam aquele efeito. Ela sentiu-se tão poderosa, que foi capaz de manter-se firme, inabalável, sob o olhar penetrante que a fuzilava dos pés à cabeça.
- Não faz isso comigo não, Hime, que algum dia desses eu não aguento. Posso ter até um infarto.
- Não fale uma coisa dessas nem de brincadeira! - ela lutou contra o ímpeto de cruzar os braços a sua frente.
- Me desculpe. É que você me deixa louco.
Ela sorriu fraco, agora já ficando um pouco sem jeito, sem saber o que fazer a seguir.
- Você pode se virar um pouco?
Ela agradeceu mentalmente, por ter o que fazer. Girou nos calcanhares, ficando de costas para ele, que soltou um palavrão diante do novo ângulo, que permitia a visão do traseiro carnudo, rijo e alvo, em contraste com a renda preta. Sua ereção veio fácil, e logo os tecidos da calça e roupa íntima o incomodavam em demasia. Em silêncio, desabotoou a camisa de linho e a removeu. Em seguida, abriu o zíper da calça, e sacou o pênis para fora, libertando- o do aperto.
Resistiu ao ímpeto de tomar-lhe nos braços e arrancar-lhe as roupas naquele mesmo segundo, pois aproveitar aquela vista também era parte do prazer. Contudo, sentiu a necessidade profunda de tocar-se, enquanto avaliava as curvas desconcertantes.
Hinata sentiu-se intrigada pelo silêncio que se seguiu após a expressão de baixo calão e, mais ainda, quando começou a escutar um som oco e ritmado, como batidas. Não fazia ideia do que poderia ser aquilo então, movida pela curiosidade, inclinou o rosto de lado. Seus olhos recaíram sobre a fonte do barulho, fazendo sua boca formar um pequeno O. O loiro estava sentado, sem camisa, a calça aberta, de onde seu membro erguia-se, totalmente ereto, envolto por uma de suas mãos, que fazia um movimento lento de sobe e desce, esfregando o mesmo. Era, ao mesmo tempo, chocante e excitante vê-lo tocar-se daquela maneira e ela sentiu suas pernas bambearem, por um momento. Em contrapartida, virou-se mecanicamente de frente para a cena, sem entender direito o que pretendia com aquilo. Porém, pensando melhor, ela queria observa-lo. Seus olhos estavam grudados ali e ela não conseguiria desvia-los, mesmo se tentasse. Deu-se conta de que nunca havia parado para observar realmente aquele órgão. Vira-o rapidamente, na sua primeira vez, ocasião na qual casou-lhe mais medo do que qualquer outra coisa. Desde então, sempre que faziam amor, Naruto era quem mais se empenhava em desvendar cada parte de seu corpo. As imagens que vinham à sua mente eram sempre de relance, sem um momento para profunda avaliação. Sentiu uma súbita vontade de se aproximar e aprecia-lo bem de perto, saber onde ficava cada veia, que textura possuía, avaliar com atenção a parte inchada no topo...
- Tira a roupa pra mim, enquanto eu assisto.
Naruto interrompeu seus pensamentos, não deixando-a realizar seus devaneios. Mas ela obedeceu, porque estava hipnotizada por aquele movimento de vai-e-vem. E ela admitia, já havia, algumas vezes, imaginado-se naquela situação novamente: despindo-se perante seu olhar desejoso. Revisitara, muitas vezes, na imaginação, a ocasião da noite do seu noivado, quando tirara o próprio vestido e depois o provocara. Fora uma das melhores sensações que provara. No entanto, sabia que seu desempenho poderia ser melhor. Sabia que poderia ser portar de maneira mais sensual e provocante. Até chegara a ensaiar em frente ao espelho de seu quarto, antes do casamento, depois de ganhar os presentes do seu chá de lingerie. E, como resultado, terminara a noite aplacando o desejo com as próprias mãos. Era chegado o momento. Ela queria surpreendê-lo, queria fazê-lo perder o fôlego e uma vozinha pretensiosa, pouco frequente em sua mente, sussurrou que ela conseguiria.
Quando Naruto achou que a vergonha de Hinata não permitiria que ela realizasse seu pedido de striptease, dado os longos segundos que ela levou, avaliando suas palavras, ela se virou, novamente de costas, sem nem uma palavra. Juntou as mãos a frente do corpo e ele percebeu que ela estava abrindo os colchetes do corpete, um por um, numa tortura lenta. Quando chegou ao que devia ser o último, a peça finalmente se soltou, caindo ao chão. Ele via as costas de pele clara, parcialmente escondidas pelo longo cabelo brilhante e podia apenas imaginar seus seios livres. Aquilo era maquiavélico, mas, de certa forma, muito sedutor, porque o fazia ficar ainda mais excitado. Ela ergueu uma perna e pisou na beirada do colchão da cama, o salto alto valorizando ainda mais os músculos definidos e hipertrofiados pelos anos de treino. Ela inclinou-se ligeiramente, resultando que sua bunda ficasse levemente inclinada em sua direção. O movimento era para que ela soltasse a cinta liga da meia calça, mas ele teve a impressão de que era, deliberadamente, uma tentativa de enlouquece-lo. Podia ver a curva do seio, encostando-se à coxa, enquanto ela levava uma eternidade para liberar cada uma das ligas.
A impressão tornou-se certeza quando ela repetiu o movimento do outro lado. O bumbum arrebitado perturbando-lhe o espírito, o vislumbre não suficiente do seio roubando-lhe o controle. Quando terminou de soltar as ligas, voltou a ficar ereta, com os dois pés no chão e soltou a peça da cintura, que caiu ao seu lado, abandonada.
Hinata estava apenas de calcinha, meias e saltos. Não olhar para Naruto havia sido benéfico, pois lhe dava mais coragem, podendo fingir que estava de volta ao seu quarto, sozinha. Ela levou as mãos aos seios, inclinando a cabeça para trás ao senti-los. Então deslizou-as vagarosamente pelo lado do corpo, até atingir as alças da calcinha. Brincou com as mesmas, puxando, esticando. Ouviu o ritmo do som que Naruto produzia ao tocar-se aumentar, trazendo-a de volta àquela realidade. Finalmente começou a puxar a fina renda para baixo, inclinando o tronco e empinando o bumbum, na direção dele, levando o tecido até o chão, debruçando-se no limite, totalmente empinada para ele, numa posição imoral, sobre a qual não queria racionalizar muito naquele momento. Então se levantou, jogando os cabelos teatralmente para trás e virou de frente, escondendo os seios com um braço (ou, pelo menos, iludindo-se que podia esconde-los), e a virilha, com a outra mão.
Surpreendeu-se com os olhos de Naruto. Estavam em chamas. Os músculos de seu maxilar estavam tensos, como se estivesse trincando os dentes. A respiração era curta e superficial. Mesmo sem havê-la tocado, sentia-se consumida, devorada pelo olhar predatório que lhe lançava. Olhou novamente para sua região íntima. Sua mão subia e descia, frenética e havia um brilho viscoso na ponta. Estava ainda maior. Congratulou-se internamente. Ele a desejava, tanto quanto ela a ele. Ela conseguia levá-lo à loucura, como ele fazia com ela. Essa consciência era sublime.
- Você gosta de me ver batendo uma por você?
Hinata agitou-se, nem um pouco preparada para aquela pergunta. Assentiu, de forma quase imperceptível. Não sabia porque, mas era verdade.
- Eu já bati muitas punhetas com você na minha cabeça, Hinata. Já acordei várias vezes de madrugada de pau duro depois de sonhar com você. Até antes da gente fazer amor pela primeira vez. - ele exibia um sorriso perverso, ao ver a expressão chocada de Hinata - Já voltei pra casa frustrado do distrito Hyuuga, tendo que usar as mãos e fechar os olhos, enquanto lembrava da maciez da sua pele e do seu cheiro e dos seus gemidos.
Hinata mordera o lábio inferior, acanhada, porém sentindo o ventre contrair-se diante das declarações tão cruas.
- Eu me pergunto se você sabe do que eu to falando. Se você já se tocou pensando em mim.
Hinata entreabriu os lábios, deixando escapar uma interjeição de surpresa. Sua face avermelhou-se em questão de segundos.
- Me responde, Hime. Você já se masturbou pensando em mim?
A morena estava perplexa e paralisada. Apesar dos anos de incapacidade em interpreta-la, a partir do momento que compreendeu seu sentimento por ela, o ninja passou a observar cada sorriso, cada trejeito, cada ruga ou vinco que denunciasse suas expressões. Naquele momento, sentia-se capaz de lê-la como a um livro aberto e soube, com absoluta certeza, que a resposta para sua pergunta era sim, por mais que ela se recusasse a dize-lo.
- Me mostre como.
Ele sabia que sim, não adiantaria tentar negar, Hinata pensou. Algo em sua expressão havia lhe denunciado e, apesar de já estar absolutamente mortificada, Naruto ainda lhe exigia mais. Era impossível. Ela queria ser ousada, ela queria surpreende-lo e aceitar cada um de seus desafios, mas, na prática, tudo era muito mais complicado. Balançou a cabeça, negando-lhe.
- Por que não, Hime? Não é justo, eu me mostrei pra você...
Ele fez um beicinho, fingindo mágoa.
- Não, Naruto-kun, eu não posso fazer isso.
- Mas por que não pode? Você não quer?
- Você sabe que eu sou envergonhada... e-eu não poderia...
- A sua vergonha é o real motivo?
- S-sim...
Ele levantou-se, indo de encontro a ela e tomando-lhe a cintura, colando seus corpos e roubando-lhe um beijo ardente. As mãos dela, que escondiam seu corpo teimosamente, finalmente soltaram-se para que ela se agarrasse a ele, para manter o equilíbrio perante a investida firme. Sentiu seu membro pressionado contra o ventre, lambuzando-a. Naruto ergueu-a nos braços e jogou-a na cama, para sua surpresa. Em seguida, debruçou-se sobre ela.
- Eu vou deixar você louca, como você faz comigo, e essa vergonha vai desaparecer.
Antes que ela pudesse responder, ele atacou seu pescoço com beijos, lambidas, chupões, descendo vertiginosamente para seu colo e seios, enquanto ambas as mãos passeavam pelo traseiro e coxas, apertando, deixando a pele vermelha.
O corpo de Hinata era só sensações e ela sentia-se cada vez mais úmida e sedenta. Naruto usava a língua para brincar com seu mamilo, traçando círculos ao redor do mesmo, até tocar o bico, totalmente rijo. Ela gemia, jogando a cabeça para trás e sentindo-se latejar.
Em nenhum momento até ali, o Uzumaki a tocara em sua intimidade. Provocava, com as mãos, chegando bem perto, mas sempre recuando, sem chegar ao destino desejado pela kunoichi. Tampouco aproximava o membro de sua entrada. Ela já estava ficando completamente impaciente. Impaciente?!? Aquela palavra nem ao menos combinava consigo, mas era exatamente como se sentia.
- Naruto-kun, por favor...
Ele se afastou, triunfante.
- Só se você se tocar pra mim.
Hinata arregalou os olhos. Então era disso que se tratava? Ela devia saber que ele não desistiria.
- Vamos, Hime... por favor. Você sabe que eu não vou desistir. - ele disse, como que lendo seus pensamentos. - Eu quero saber onde você se toca, o que te dá prazer. Eu quero tudo seu.
Hinata deu-se por vencida. Seria mais uma barreira de timidez que Naruto a obrigaria a derrubar, o que era ótimo. Ela encararia da forma mais positiva. Era um desafio que ajudaria na sua jornada em busca de ser uma mulher mais segura e poderosa. Ela fechou os olhos. Olha-lo, enquanto fazia aquilo, já seria pedir demais. Notando que vencera mais uma batalha, Naruto sentou-se na cama, com joelhos dobrados, e pôs-se a observar, em expectativa.
A mão direita de Hinata, que jazia ali próximo, percorreu um caminho lento até o seu ventre, onde hesitou um pouco, até descer, devagar, à virilha. Suas pernas estavam fechadas e ela não conseguia alcançar o centro, mas a coragem arrefecera e ela sentiu-se paralisada. Até sentir um toque delicado em cada um de seus joelhos, exercendo uma pressão muito sutil, mas que indicava que ela deveria abrir-se.
E ela o fez. Arreganhando-se, exposta. Seu coração batia muito forte, acelerado. Não era hora de voltar atrás. Seus dedos deslizaram para o seu cerne, tocando a viscosidade morna. Timidamente, movimentou-os. Sentiu o clitóris inchado e duro e, mesmo o mínimo movimento sobre ele, disparava descargas elétricas por todo o seu corpo, anuviando a mente. O organismo gradualmente demandava mais, tornando praticamente involuntário o aumento da intensidade de seus movimentos.
Naruto sempre achava que era impossível sentir-se mais excitado, mas cada nova descoberta com Hinata provava que estava errado. Naquele momento, estava duro como rocha, como nunca antes. Seu pau latejava numa intensidade dolorida e o pré-gozo não deixava de sair da ponta da glande. A visão de sua princesa masturbando-se era a mais erótica do mundo inteiro. Sua mão delicada, de dedos finos e elegantes, começara hesitante, acanhada, como o esperado, entretanto, a deusa do sexo que vivia oculta, no interior de Hinata, e que, com a graça do bom Deus, apenas ele conhecia, libertava-se aos poucos e ele teve a oportunidade de assistir, com a respiração suspensa, o vai e vem de seus dedos aumentarem, ora penetrando-a, ora roçando o singelo clitóris intumescido, de maneira ritmada, enquanto seu rosto contorcia-se numa miríade de expressões: desejo, ardor, necessidade, prazer. Era lindo, um verdadeiro espetáculo para os olhos e ouvidos, quando sua boca entreabriu-se, deixando escapar suspiros e gemidos. Para sua frustração, ela tinha os olhos fechados. Gostaria muito de ver, através daqueles olhos verdadeiros, todas as nuances de sentimentos.
- Hime, olha pra mim, por favor.
A voz do loiro estava diferente do normal. Muito grave e rouca, um pouco falha e quando Hinata abriu os olhos, relutantes, pode ver em seu semblante a razão. Seus olhos estavam escuros de desejo, os lábios apartados devido a dificuldade em respirar e uma vermelhidão que não era fruto da vergonha, ela sabia, e, sim, do ardor que ele sentia no momento. Ela não podia acreditar naquele momento. Não era ela mesma. E, ao mesmo tempo, era. Contra todas as possibilidades, admitiu sentir-se confortável naquela pele. A pele de uma devassa. Mas sabia que ele era o único capaz de despertar aquilo. Nascera para ele. Todo o seu corpo sabia disso.
- Naruto-kun... você me deixa fora de mim... - suspirou, numa voz manhosa.
Era inevitável. Ele não podia mais, não queria mais se segurar. O olhar e as palavras dela impeliram seu corpo a agir e, antes que percebesse, estava enterrado por completo dentro dela. Soltou um rugido gutural, ao sentir seu interior úmido, apertado, pronto para recebe-lo. Do mesmo modo, a morena gemeu perante sua invasão, sentindo-se deliciosamente preenchida. Em meio a toda a insanidade daquilo, Naruto temia durar muito pouco, então refreou a velocidade de suas estocadas. Só não contava com o pedido inusitado que se seguiria.
- Naruto-kun, mais... mais...
- Mais o que, Hime? - sua voz soou quase desesperada.
- Mais rápido... Mais forte... por favor...
Pedido atendido de imediato. Talvez fosse se arrepender, porque não cogitava durar mais de três estocadas, mas a esposa parecia não ter dó de um pobre homem enlouquecido de tesão e seu amigo lá embaixo, que muito em breve, seria um soldado abatido.
Para seu alívio e alegria, na segunda estocada impiedosa, sentiu o corpo da sua mulher chacoalhar, entre espasmos intensos, enquanto ela gritava seu nome. Assim como ele, ela também estivera no limite. Arremeteu uma última vez e a explosão veio, mais intensa do qué nunca, fazendo-o esquecer, momentaneamente, do próprio nome, que sempre ostentara com tanto orgulho.

Aprofundando laços - NARUHINAOnde histórias criam vida. Descubra agora