Capítulo 9

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Daqui a pouco haverão flores

E orações que dizem saber

Mas não os deixem chorar

|Glommy Sunday|

Garota sem nome

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Garota sem nome

12 anos, o ano em que a minha vida virou um inferno

Ou pelo menos parecia, depois daquele dia

Foi em um - 'BELO' - dia de treinamento na floresta, era um dia produtivo, assim como todos os outros dessa semana, eu não estava mais aprendendo a defesa, e sim o ataque. Kaleo dizia que não seria tão importante, porém eu insisti. Algo me dizia que eu realmente precisaria saber disso, sendo que naquela época, eu não sabia o quão necessário isso realmente seria.

É claro que eu estava me remoendo por dentro pelo fato de estar novamente naquela floresta, uma vez que tal lugar era perigoso, segundo a minha tia. Porém a tentação de lutar com espadas novamente, sendo isso o meu maior passatempo, era maior.

Eu nunca havia sentido a minha barriga doer assim, ela doía tanto que eu não conseguiria olhar para baixo - Ou seja, para ela - nem que eu quisesse. Senti meu corpo todo tremer por um momento, quando senti uma gota de um líquido, possivelmente sangue, escorrer pela minha perna, isso foi o possível para eu me desesperar totalmente.

Fechei os olhos, era uma flecha? Não, como eu ainda duvidava? Só poderia ser uma!

- Kaleo! Kaleo! KALEO! - Gritei, em completo desespero

Ouvi seus passos, eram rápidos e pesados, e assim que ele chegou até mim, soltou um inacreditável: O que houve?

- Como assim o que houve? Eu estou sangrando! Eu fui flechada! IDIOTA!

Ele pareceu me rondar com o olhar, procurando algo

- Não tem nenhuma flecha em você... Enlouqueceu?

- Mas... Mas... - Aquela dor voltou de novo, e tudo o que fiz foi me abaixar no chão, sentindo algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto - Tá doendo

Kaleo tirou o seu paletó, o colocando ao meu redor e fazendo com que eu me apoiasse nele. Assim que notou o sangue no meu vestido, ele já havia entendido o que estava acontecendo, mas não me explicou, resolveu apenas me levar até em casa, uma vez que lá a minha tia poderia explicar melhor.

- Esse paletó vai te aquecer, e possivelmente amenizar a cólica... Consegue andar, certo? Vou te levar até a sua tia, ela vai cuidar de você e vai ficar tudo bem.

- Cólica? - Balancei a cabeça, confusa. - Eu vou morrer! - Ele apenas me puxou calmamente pela mão, me direcionando até a minha casa.

- Oh! Minha pequena! Finalmente chegou! Eu estava te esperando... Demorou muito na biblioteca. - Tia Alence gritava da cozinha - Acredita que a sua irmã está trancada no quarto dormindo ainda? Por Deus! - Ela veio até nós, secando as mãos com um pano típico de cozinha, pintado à mão pelas senhoras que costumam vender os paninhos decorados, ela logo notou o sangue em meu vestido, e estranhamente me abraçou.

Quando As Ruínas Chorarem (ℍ 𝕀 𝔸 𝕋 𝕌 𝕊)Onde histórias criam vida. Descubra agora