Capítulo 27

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Abel

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Abel

Me inclino em uma das janelas da minha casa, dessa vez, era a da sala de estar. Me apoiei no encosto, no objetivo de observar melhor a rua, e como esse era o primeiro andar da casa, não era uma tarefa muito difícil. Por um momento senti o sol praticamente cegar os meus olhos, por que os cômodos da minha casa tinham que ter tanta incidência no período da tarde? O dia de hoje estava com um clima extremamente estranho, uma mistura de sol e chuva nos céus fariam logo aparecer um arco-íris. Ainda assim, o dia estava monótono.

Foi quando vi um físico cambaleando pela calçada de pedra. Não estava bêbado, apesar de parecer estar delirando. O que fiz foi correr para fora de casa e o segurar entre os meus braços antes que caísse no chão. Murmurei um "Merda" para mim mesmo ao ver o rosto vermelho de Hiro, estava tão quente quanto o asfalto no horário de meio dia e meio num dia comum da semana.

- Hiro? Hiro, por favor, responde! A sua casa fica longe daqui? – Tento ajeita-lo, a fim de segura-lo em meus braços, mas seria difícil carregar alguém mais pesado que eu – Caralho... – Senti o garoto agarrar a minha blusa, sussurrando coisas incompreensíveis. Tudo o que ele falava parecia ser desconexo e sem sentido algum.

Faço todo o esforço possível para traze-lo para dentro de casa. Acho que devo ter ganhado três ou quatro machucados na perna de tanto ter batido nos moveis da casa. Quanto ao garoto, parecia estar completamente longe da realidade. Tentei colocá-lo no sofá com delicadeza, mas ele praticamente escorregou nos meus braços na hora, parecendo mais que foi jogado no lugar.

Eu não precisava medir a sua temperatura, pois nitidamente o cara estava com febre. Corri para a lavanderia da casa para pegar um pano limpo e o lava-lo com agua gelada e colocá-lo em sua testa.

- Frio. – Quase como se fossem falas incompreensíveis, o cara dizia entre cochichos, fazendo com que eu pegasse um cobertor. Por Deus, isso estava certo? Lembro de nas aulas ter visto que precisaria tirar os excessos de roupa e... O ventilador!

Puxo o aparelho de ventilação e o ligo na tomada, virando-o diretamente para o Hiro, enquanto tiro os agasalhos do garoto. Por hora, achei melhor não tirar a sua blusa. Lembro de ter ouvido falar em alguma aula que o suco de laranja fortalece o sistema imune, então cortei uma, trazendo um pedaço e levando até a boca dele. Uma situação constrangedora, se eu parar para pensar.

Era como se, depois de um longo repouso, ele conseguisse raciocinar melhor, ou pelo menos soubesse dizer o seu nome e perguntar em qual lugar ele estava. Levo a minha mão até a sua testa, sentado em uma cadeira que eu arrastei da cozinha até o lado do sofá. Seu corpo já não estava mais tão quente, o que era um bom sinal.

- Está... Quentinho aqui – Ele se virou para mim, observando com cautela cada parte do meu rosto assustadiço. Provavelmente estaria com vontade de rir em ver a minha feição tão espantada, eu literalmente estava correndo para mantê-lo bem e diminuir a febre a qualquer custo, ainda que não entendesse nada de enfermagem.

Quando As Ruínas Chorarem (ℍ 𝕀 𝔸 𝕋 𝕌 𝕊)Onde histórias criam vida. Descubra agora