Capítulo 16

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Abel

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Abel

O meu primeiro dia nas aulas extracurriculares foi um verdadeiro pesadelo... Ou talvez não. Lembro que ficamos encarregados de fazer um trabalho, precisávamos montar uma coreografia improvisada, nosso tempo foi menos de dez minutos. Eu não entendia nada de dança, então eu mal ajudei. O pior é que na sala só haviam meninas, o que me deixou ainda mais desconfortável.

Uma das meninas que formaram um trio comigo, na verdade era a Seraphina, a melhor dançarina do colégio. Ela costuma dizer abertamente que seu sonho é se tornar a melhor dançarina do mundo e que faria de tudo para conseguir isso. Admiro ela por tamanha força de vontade, mesmo assim, não temos uma relação muito boa. Ela não tem nada a ver comigo, além de ser um pouco esnobe. Fora que namora o Aurellius, o maior valentão da nossa escola. Eu realmente quero distancia dessa gente.

A outra garota é a Lyra. Bem, eu não a conheço muito, mas ela realmente parece ser uma garota legal, apesar de ser um pouco louquinha. É o tipo de pessoa que emana animação para o mundo todo. Sua boca parece não ter filtro, portanto ela fala algumas besteiras as vezes. Seu cabelo é preto e acima do ombro, com mechas que variam entre rosa, roxo e azul, o que na minha opinião forma uma combinação perfeita. Uma coisa um pouco inusitada que aconteceu, foi Lyra chegar em mim, em um dia como qualquer outro, perguntando se eu gostava de homens. Ela achava mesmo que eu era gay? Eu tinha cara de ser? Ela citou algo como "Gaydar". Isso não fazia sentido! Então eu respondi que não, é claro.

Para uma coreografia criada em cinco minutos, eu diria que ficou razoável. Confesso que me senti bem quando ouvi os aplausos da professora Ruth ecoarem por toda a sala. Talvez porque eu nunca havia sido aplaudido antes, e a sensação foi ótima.

Foi bom ouvir comentários como: "Nada mal" ou "Mandou bem!". Digamos que eu não estava acostumado a escutar coisas assim, mas isso realmente não vem ao caso.

Ao final da aula, me joguei no chão, respirando fora do ritmo normal, um tanto arquejante. O restante dos alunos tiravam os sapatos próprios para a dança, pegavam suas bolsas e coisas do tipo. Quando a sala estava vazia, ou quase, me sentei no chão, sorrindo por um motivo besta. Mas aquele sorriso foi embora quando notei a professora Aviv na sala, arrumando alguns papeis.

- Pelo visto desfrutaste da aula de hoje – Ela deu um típico sorriso amigável – Devo confessar que tens talento, miúdo!

- Desfrutar? – Balancei a cabeça – Não, não, a senhora sabe que só estou fazendo isso para manter a boa aparência depois do que aconteceu.

- Mesmo assim. Não seria uma má ideia se tu quisesses ficar por cá definitivamente.

- Deus me livre – Me levantei rapidamente, agora tudo que eu queria era sair dali o mais rápido possível – Olha, nada contra as senhora e nem com a sua aula, mas isso realmente não combina comigo, dona Ruth.

- Tudo bem, tu que deves decidir, ó gajo.

Ergui as minha mão direita, acenando sutilmente para a Ruth e sai da sala sem responde-la, afinal eu nunca poderia fazer parte de algo assim, nem se estivesse fora de mim.

Quando As Ruínas Chorarem (ℍ 𝕀 𝔸 𝕋 𝕌 𝕊)Onde histórias criam vida. Descubra agora