Capítulo 23

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Abel

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Abel

A essa altura da madrugada, eu fitava o teto amarelado do meu quarto, arrancando os pequeninos pedaços de pele que insistiam em se levantar ao redor das minhas unhas, talvez pelo fato de eu sempre estar com as mãos na boca, as roendo incontrolavelmente. Era doloroso, mas eu não conseguia parar.

Geralmente era nas madrugadas que os pensamentos começavam a me atormentar de forma abrupta. É algo difícil de se explicar, como se a sua mente estivesse tão cheia de coisas, e ao mesmo tempo tão vazia ao ponto de você não conseguir focar em nada.

Era como se a minha mente reproduzisse todas as coisas que eu disse e que eu não disse durante o dia, todas as interações que não foram boas o suficiente e o pior: Todos os comentários recebidos por idiotas como o Aurellius, o Zacreus e bem... Há o Hiro, que nunca me ofendeu diretamente, mas anda com eles... Então de qualquer forma é um merdinha.

É como se eu fosse castigado pelos erros, e torturado com preocupações das quais eu não poderia me livrar. Era pior que levar uma surra do meu pai, era pior que qualquer coisa que eu pudesse imaginar. Para qualquer pessoa, a luz diminuía e a produção de melatonina começa a aumentar, avisando que de fato era o momento de descansar. Para mim, era quando o meu corpo começava a lutar contra esse ritmo circadiano, me fazendo ficar cada vez mais acordado em torno de pensamentos noturnos.

E o pior momento é quando eu percebo que estou sozinho, e que todos que eu amo podem me odiar, que sou um fracasso como aluno, filho, tudo. E que talvez, eu mereça tudo isso. Por Deus, eu sou um merda, e isso me dá uma vontade absurda de rir de mim mesmo.

Foi nessa noite em especifico, que fiquei ainda mais próximo do meu doce apontador, mergulhando cada vez mais em um ciclo vicioso de algo que poderia me dar um alivio, ainda que seja momentâneo

Os raios do sol já invadiam o meu quarto nesse momento, meu olhar estava pousado vista da janela, que basicamente consistia na parede ligeiramente acastanhada do prédio, em estado de descamação, e também a área de lazer do condomínio, onde as cria...

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Os raios do sol já invadiam o meu quarto nesse momento, meu olhar estava pousado vista da janela, que basicamente consistia na parede ligeiramente acastanhada do prédio, em estado de descamação, e também a área de lazer do condomínio, onde as crianças costumavam brincar. Os gritos infantis só ajudavam mais a tornar o clima do dia mais depressivo, me lembrando dos tempos em que eu costumava fugir de casa para brincar com os meus colegas.

Quando As Ruínas Chorarem (ℍ 𝕀 𝔸 𝕋 𝕌 𝕊)Onde histórias criam vida. Descubra agora