Capítulo 22

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Kaleo

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Kaleo

Elevei o meu palmo, o apoiando todo o peso que consegui em cima da maçaneta. Naquele momento, eu não estava esboçando reação nenhuma com o que a Formiguinha havia me contado outrora, apesar do notável sentimento de estar com o sangue fervendo, e para piorar o cortisol liberado em abundancia, o pequeno remate de madeira de forma piramidal acabou soltando e caindo das minhas mãos.

- Porra! – Exclamei, com a frequência respiratória alterada – Que se foda! – Me pus um pouco virado para o lado, com a perna dominante voltada para a porta e dei um chute lateral forte na área abaixo da maçaneta. Quando o executei, meu centro de gravidade estava ligeiramente concentrado na perna de apoio, para que o meu corpo tivesse impulso o bastante para avançar contra a porta. Ao chutar, senti o meu corpo "caindo" em direção ao alvo.

Meu olhar logo caiu sobre o rosto surpreso do Armor, que me fitava como quem diz: "Que merda é essa?!". Do meu lado havia uma pequenina mesa de canto, decorada com uns enfeites, incluindo um vaso, que possuía flores brancas – que eu não saberia distinguir - muito bem cuidadas pelos funcionários, além do vaso ser uma relíquia muito importante para o meu tio. Bem, eu estava pouco me fodendo para isso agora, apenas segurei firme aquele objeto, jogando na direção dele, que desviou rapidamente.

- Você está maluco?! – O barulho do vaso se quebrando ao bater na parede ecoou pela sala de convivência

- O maluco aqui é você – Estalei meus dedos um a um, me preparando para partir para cima do Armor, e quase como se fosse um salto rápido, o agarrei pela sua blusa, o encarando. Apesar de ser um pouco mais alto que eu, conseguia encarar o seu rosto apenas erguendo um pouco a cabeça. Eu não era mais a criancinha de antes.

- Do que você está falando? – Ele me encarou com aquele olhar podre, analisando cada detalhe da minha feição irritadiça.

- Da Mikki. – Senti uma aura negra cair sobre mim, assustando Armor, que tentou se afastar um pouco, mas quase como se fosse um impulso, o puxei, mantendo-o no mesmo lugar. Aquela força tão repentina parecia tomar conta de mim cada vez mais com o passar dos nano-segundos. Aquilo foi suficiente para que eu jogasse o meu tio em cima da mesinha de centro, fazendo o vidro se quebrar em mil pedacinhos e ele soltar um gemido de dor.

- Eu não tenho nada a ver com essa garota – Dei uma risada sarcástica. Aquilo não era hora para as mentirinhas tão fanáticas pela máscara imunda

- Cala a merda da boca! – Respirei fundo por um momento – Eu sei de tudo. Diga a verdade uma vez na vida... Você tocou na minha namorada?

Ele se levantou, me fitando com o seu típico olhar de ironia

- Toquei sim! – Sorriu – Antes mesmo dela ser a sua namoradinha. Antes mesmo dela pensar em ter um romance. – Deu de ombros – E quer saber? Eu tocaria de novo, com toda certeza. Aquele corpo gordo e nojento só servia para uma coisa, de qualquer forma. Eu só aproveitei, criança babaca. Me diz, você aproveita tanto dela quanto eu aproveitei um dia, Kaleo? É excitante, não é?

Quando As Ruínas Chorarem (ℍ 𝕀 𝔸 𝕋 𝕌 𝕊)Onde histórias criam vida. Descubra agora