- Uma frase valia mais do que cada golpe
Autor desconhecido
Abel
Observei as nuvens chorosas no céu do dia de hoje por meio da janela embaçada pelo ar que condensava e formava pequenas gotículas de água no vidro, provocando o vapor de água. Aquele clima taciturno foi como um gatilho para que a minha mente começasse a comparar o acontecimento de ontem com a minha convivência com o meu pai.
E também, a nossa última briga.
Ele realmente não costumava ser agressivo, ou pelo menos não sem que eu mereça. E eu sempre merecia, pois eu era um garoto mau. Isso era o que ele dizia. Nunca fomos muito próximos, e é por esse motivo que eu as vezes pego o meu cobertor e me tapo todo na cama, fantasiando memórias boas da minha infância.
Eu uma delas, eu contava sobre o meu dia para o meu pai, Zeno. Tão preocupado e ansioso! Ele acariciava a minha cabeça com um sorriso no rosto, e dizia com a sua típica voz anasalada: "Não se preocupe, criança. Veja, os céus tem um plano para você."
É uma pena que seja tudo mentira. Eu nunca olhei nos olhos dele, nunca sentávamos em nosso trono de ouro e falávamos sobre o meu nascimento. E nunca foi um lar feliz, como dizia a música. Desde que o meu pai se foi, as coisas estiveram cada vez mais escuras por aqui.
- Você lembra? Lembra do dia em que eu fiquei com tanto medo, mas tanto medo dos trovões em um dia qualquer de tempestade, que tive que me esconder de baixo da minha cama até você chegar? Nesse dia, você me tirou de lá, me deitou e me contou histórias tão interessantes de como aquilo simbolizava a justiça e... Heróis. Grandiosos heróis!
- Não, eu não me lembro. – Ele respondeu, de forma curta, ajeitando o seu óculos fundo de garrafa. A aparência dele era velha, seus cabelos antigamente pretos, agora estavam acinzentados, ou brancos, como prefira dizer. As marcas de expressão no seu rosto eram a coisa mais notável, além do seu olhar duro e a sua barba por fazer.
- Eu já imaginava. Esse dia nunca aconteceu mesmo. – Abaixei o tom de voz, juntamente a minha cabeça
- Mais uma das suas fantasias escrotas? Eu já disse, isso não é coisa de homem.
- O que? Fingir que eu tive uma infância feliz? É a única coisa que eu tenho a fazer. Do seu lado, não tem como haver felicidade, pai.
- Você está me desafiando? – Ele tirou os óculos, arqueando uma das suas sobrancelhas enquanto me olhava com seriedade.
- Sim, senhor. – Não conseguia falar mais alto do que um sussurro
- O que você disse?
- Não, senhor – Ergui o rosto, o fitando com pavor no olhar. Eu creio que estava tão pálido quanto a neve mais cristalina. Foi quando me foi dado um soco no olho, que me derrubou junto com a poltrona, o que fez com que eu batesse a cabeça no chão.
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Quando As Ruínas Chorarem (ℍ 𝕀 𝔸 𝕋 𝕌 𝕊)
FantasyEm um lugar onde só meias verdades eram contadas para a sociedade, ela estaria disposta a ir atrás das verdadeiras respostas, ainda que elas lhe custassem a vida. Afinal, era verdade, aquele mundo estava completamente tomado pelo mal, onde seres rep...