Quando a princesa Margot Arthenia, quarta na linha de sucessão ao trono de Steinorth, se mete em apuros que quase termina em tragédia em uma das boates mais famosos da capital do país, seu pai decide que é hora de impor um castigo severo a filha mai...
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Jack chegou pouco tempo depois de Nikolai ir embora. Lilah também se despediu quando a mãe de Cassie veio para ficar com a filha e eu decidi ir para casa para descansar um pouco. Estava me sentindo como um zumbi desde o dia anterior e agora que tinha certeza de que a cirurgia de Cassie havia sido um sucesso e que tudo ficaria bem, só queria me jogar na cama e dormir por horas.
"Tem uma tempestade vindo aí", Jack comentou quando entramos no meu carro, que estava estacionado nos fundos do hospital. Eu sabia que a imprensa estava escondida por aquela área, ansiosos por uma foto ou qualquer mínima informação a meu respeito, mas não estava disposta a dar aquilo a eles.
Eu olhei pela janela, percebendo que o céu escurecia rapidamente, cobrindo a capital do país em uma sombra escura.
"Não vou correr para escapar da chuva", falei ao dar partida no carro. "Estou cansada demais até para dirigir."
"Podia ter chamado alguém do palácio para te buscar."
"Eu não sou tão preguiçosa assim."
Jack virou o rosto para o outro lado, mas eu sabia que estava se esforçando para não rir de mim.
"Você é um chato. E assim que tirar sua carteira, vai ser meu guarda pessoal e motorista."
"Eu não vou conseguir uma habilitação para dirigir tão cedo."
"Vai, se aceitar ajuda. Mas você é teimoso demais para isso." Jack não falou nada. Pelo visto, nós já tínhamos concordado em discordar a respeito daquilo, mas eu não desistiria tão cedo.
Conforme saía da cidade com ele ao meu lado, me senti um pouco estúpida por meu corpo estar todo arrepiado com sua presença. Não conseguia parar de pensar no que havia acontecido no outro dia no armário de vassouras, assim como ficava revirando na minha mente que aquela não havia sido a primeira, mas a segunda vez que Jack escapara das minhas investidas idiotas.
O que eu estava pensando? Que eu poderia beijá-lo e ficar por isso mesmo? Não era assim que funcionava. Não para ele, pelo menos. Jack era correto demais, e apesar de saber que devia ficar grata por um de nós ter a cabeça no lugar, não conseguia deixar de me perguntar se o que eu sentia quando estava perto dele lentamente se transformava em algo além da atração física.
Aquilo era confuso demais. Eu nunca tinha colocado sentimentos nos meus casinhos com caras da escola e da faculdade. Nunca havia gostado de alguém de verdade na vida. Mas com Jack tudo era diferente, e saber que ele talvez não sentisse o mesmo... Aquilo me incomodava de uma forma que eu nem sabia descrever.
Conforme subia a colina do palácio, raios iluminavam o céu em uma frequência cada vez mais curta. Eu estava mais ou menos no meio do caminho quando um barulho estranho, muito diferente dos trovões ao longe, chamou minha atenção.
Eu parei de súbito quando o som ficou mais alto, vindo do meio das árvores. Jack, que estava distraído, foi arremessado para frente, sendo contido pelo cinto de segurança.
