Capítulo Vinte e Nove - Margot

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"Vamos, Jack, por favor

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"Vamos, Jack, por favor..."

"Eu já disse que não."

"Por que não?"

"Porque é errado."

"Você é certinho demais."

"E você não bate bem da cabeça."

Respirei fundo, fingindo parecer magoada com o comentário. Cutuquei uma pedra solta com a ponta do sapato e aguardei. Jack não falou mais nada, mas quando soltei outro suspiro longo e lamurioso, ele xingou baixinho e disse para eu andar depressa.

Sorri e me aproximei dele na ponta dos pés, quase flutuando de contentamento. E flutuar até seria uma coisa boa, já que o meu mais novo objetivo na vida era espreitar pela janela que ficava há alguns metros de altura daquele pátio isolado do castelo, antes que as duas pessoas lá dentro mudassem de cômodo e eu não pudesse mais ouvir a conversa.

Jack se abaixou e eu subi em seus ombros, agradecendo baixinho pela sua ajuda enquanto me agarrava ao seu pescoço. Ele resmungou qualquer coisa e pediu que eu ficasse quieta, em seguida se erguendo como se eu fosse apenas uma pena que ele carregava nas costas.

A janela do primeiro andar estava quase na altura dos meus olhos agora, e eu me estiquei mais um pouquinho até encontrar Mirian e papai conversando alegremente perto de uma estante velha de livros.

"Por que você só não ficou ouvindo atrás da porta?", Jack perguntou baixinho enquanto me equilibrava. "Seria muito mais fácil..."

"As portas daquela ala do palácio são grossas demais", murmurei. "Seria impossível." A janela estava entreaberta, e eu me aproximei para tentar ouvir o que eles estavam dizendo. Eu tinha visto Mirian chegar ao castelo naquela manhã pela janela do meu quarto, mas como naquele dia não teríamos nossa aula de italiano, soube que ela havia vindo com outros propósitos. Propósitos que eu estava maluca para desvendar.

Só precisava chegar um pouquinho mais perto, então...

Me inclinei para frente, mas aquilo acabou se mostrando um erro. Jack perdeu o equilíbrio e quase me derrubou, e o incidente o fez resmungar tanto que fui obrigada a lhe dar um chute leve no quadril.

"Dá para você calar a boca? Estou tentando obter informações aqui!", sussurrei entredentes, meus olhos fixos no rosto de Mirian, que se iluminava e corava sempre que meu pai abria a boca. Ele não estava agindo de maneira muito diferente, para ser sincera.

"Eu vou te descer", Jack falou naquele instante, chamando minha atenção.

"Não vai, não."

"Eu não sou seu burro de carga, Margot!"

"Eu nunca disse isso, mas agora que você veio com a comparação..."

Jack rugiu e começou a se abaixar, mas eu fui pega de surpresa e me desequilibrei de seus ombros. Tentei me agarrar aos seus cabelos, mas aquilo só piorou a situação. Antes que acabássemos nós dois espatifados no pátio, me segurei à beirada da janela e Jack se afastou de mim depressa.

Mais que uma Princesa, livro 3 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora