Capítulo Dezenove - Margot

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"Você não parece muito bem", ouvi meu pai dizer da outra ponta da mesa, enquanto eu revirava meu café da manhã no prato e me sentia como um daqueles bonecos infláveis de posto, mas sem o ar

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"Você não parece muito bem", ouvi meu pai dizer da outra ponta da mesa, enquanto eu revirava meu café da manhã no prato e me sentia como um daqueles bonecos infláveis de posto, mas sem o ar. "Ouvi você e Sebastian chegarem tarde ontem à noite. Bebeu demais?"

Eu ergui os olhos para o meu pai, franzindo o cenho quando a luminosidade da sala me acertou com toda força.

"Por que as janelas daqui são tão grandes?", resmunguei, deixando parte do meu cabelo cair sobre o olho para tentar me proteger daquele raios solares diabólicos. "É um exagero."

Meu pai soltou uma risadinha contida e eu me encolhi ainda mais na cadeira, me forçando a beber um pouco do suco de laranja que tinham preparado para o café da manhã.

"Logo vai passar", papai disse. "Quer algum remédio?"

"Não, obrigada. Eu prefiro passar por tudo isso e me lembrar de na próxima vez pedir para tirarem o vinho de mim depois das três primeiras taças." Massageei as têmporas e soltei um suspiro, tentando não me sentir ofendida com o fato de que papai parecia estar se divertindo com a situação.

Sebastian tinha ido até o apartamento de Penny naquela manhã, por isso nós dois éramos os únicos sentados naquela mesa enorme. Havia guardas a postos junto às paredes, mas eu tinha pedido para Jack esperar do lado de fora. Ainda estava morrendo de vergonha dele. "O senhor parece alegre, hoje", comentei enquanto papai erguia sua xícara e bebia um gole do café. "Algum motivo especial?"

Era claro que eu o estava sondando, mas tomei cuidado para parecer casual.

"Não que eu saiba", ele disse com um leve dar de ombros.

"Hum..." Brinquei com a comida e esperei um momento até dizer em voz alta: "Estou pensando em cancelar minha aula de italiano hoje. Não estou mesmo muito bem."

"Devia ter pensado nisso antes de se embebedar."

"Obrigada pela delicadeza, pai." Eu sorri para ele de maneira afetada e me recostei na cadeira, examinando minhas unhas com um ar entediado. "Falando em aula de italiano, deu tudo certo quando o senhor levou Mirian para casa naquele dia?"

Fazia dois dias desde que Sebastian, o resto da nossa equipe e eu tínhamos colocado nosso plano em ação. Papai não tinha tocado no assunto Mirian hora nenhuma, e eu não havia me encontrado com ela no dia anterior quando veio buscar o carro para sondá-la e buscar alguns detalhes. Por mais que soubesse que devia ser cuidadosa, minha curiosidade estava me matando.

"Eu só a deixei em casa", papai disse, me fazendo ficar com os ouvidos atentos. "Fazia tanto tempo que eu não dirigia que sua professora deve ter me achado o pior motorista do mundo."

Eu me ajeitei na cadeira, tentando não demonstrar minha excitação ao ouvir o comentário.

"Ah, ela não pensaria isso", eu falei. "Mirian é alguém muito gentil, educada, bondosa... O senhor não achou?"

Mais que uma Princesa, livro 3 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora