Capítulo Quatorze - Margot

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Quando voltei a abrir os olhos, percebi que tínhamos parado em frente a uma casa de paredes laranja claro, de porta e janelas brancas

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Quando voltei a abrir os olhos, percebi que tínhamos parado em frente a uma casa de paredes laranja claro, de porta e janelas brancas. A cerca baixa e o jardim pequeno repleto de margaridas dava ao lugar um ar de aconchego, mesmo que as construções da rua parecessem se amontar umas em cima das outras.

Desci do carro e fui pagar o taxista, mas ele sorriu de orelha a orelha e balançou a cabeça, dizendo que não era todo dia que tinha a oportunidade de levar a princesa de um ponto a outro da cidade. Eu agradeci e me perguntei se ele continuaria assim tão satisfeito quando ouvisse o que algumas pessoas estavam falando de mim por aí.

"Que lugar é esse?", perguntei a Jack quando o táxi se afastou e nós dois nos vimos na calçada. O bairro era calmo e só consegui ver um homem passeando com seu cachorro mais adiante. "Sua casa?"

"É." Jack foi à frente e abriu o portãozinho da cerca, me chamando para entrar. "Não consegui pensar em nenhum outro lugar. Tudo bem para você?"

"Tudo ótimo!", disse, já chegando mais perto dele. "Eu não disse que queria conhecer sua família?"

Jack sorriu e eu fui entrando, toda a confusão no café sendo parcialmente esquecida. Eu só queria me distrair e lidar com aquele problema mais tarde, jogando-o para escanteio o máximo que pudesse. Mesmo assim, as palavras de alguns tuítes que tinha lido continuavam rondando minha cabeça, me fazendo sentir como alguém terrível apesar de toda a situação que tinha gerado aquilo ser tão boba.

"A minha chave está no palácio junto com as minhas outras coisas", Jack explicou quando tocou à campainha. "Mas minha mãe está em casa."

Poucos segundos depois, ouvi passos apressados do lado de dentro e o barulho da porta sendo destrancada. No instante seguinte me vi de frente para uma mulher bonita de meia-idade. Ela tinha cabelos castanhos compridos presos por grampos, seu rosto era magro e ela tinha olheiras profundas debaixo dos olhos, olhos esses que eu percebi serem do exato tom dos de Jack.

"Mas o quê..." Ela olhou para o filho, as sobrancelhas franzidas em confusão, então se voltou para mim e seu rosto já claro ficou pálido como se tivesse enterrado a cara em um pote de farinha. "Santo Deus!"

"Oi, Sra. Payne", cumprimentei, abrindo um sorrisinho. "Desculpe aparecer assim sem avisar. É um prazer conhecê-la."

A mulher ficou parada diante de nós por mais algum tempo, piscando repetidamente como se não acreditasse no que seus olhos estavam vendo. Senti meu rosto esquentar e Jack deve ter notado meu nervosismo, porque falou:

"Mãe, estava pensando se podíamos oferecer um café para a princesa antes de voltarmos para o castelo."

A mãe de Jack pareceu despertar de um devaneio, pois naquele instante nos deu passagem para entrar e sorriu para mim.

"Claro. Desculpe, Alteza. É só que eu não esperava vê-la."

"Eu sei. Aconteceu algumas coisas e eu... Bom, é uma longa história. E pode me chamar de Margot."

Mais que uma Princesa, livro 3 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora