Capítulo Cinco - Jack

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Eram seis da manhã quando bati na porta do escritório do comandante Doran, o cansaço que estava sentindo ao me obrigar a levantar da cama de manhã já substituído pelo nervosismo da conversa que eu estava prestes a enfrentar

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Eram seis da manhã quando bati na porta do escritório do comandante Doran, o cansaço que estava sentindo ao me obrigar a levantar da cama de manhã já substituído pelo nervosismo da conversa que eu estava prestes a enfrentar.

Eu mal tinha chegado ao subsolo do palácio onde o refeitório e todos os outros aposentos dedicados aos guardas ficavam quando recebi a notícia de que o comandante queria falar comigo. Eu estava no meio de uma tigela de cereais e Josh tagarelava sobre os acontecimentos da noite anterior para todos os nossos colegas que queriam ouvir o que tinha acontecido. Assim que me chamaram, me levantei e minha mente se encheu de perguntas sobre o que eu devia ter feito de errado.

Tinha errado uma ronda no dia anterior? Havia me demorado demais no meu posto junto à muralha norte quando na verdade já era para ter trocado o turno com Pate Harris?

"Não deve ser nada demais", Josh tentou me tranquilizar, só então parando de falar sobre a boate. "Relaxa. Todo mundo sabe que você nunca cometeu um deslize."

Por enquanto, pensei, mas apenas assenti e fui logo até a sala de Doran. Era melhor enfrentar aquilo de uma vez.

"O senhor queria falar comigo?", perguntei ao homem de meia-idade sentado junto a uma escrivaninha de mogno quando ele me deu autorização para entrar. Miles Doran ergueu os olhos de seus papeis e abriu um pequeno sorriso para mim.

"Sim, sim. Sente-se, Payne, por favor."

Eu fui até a cadeira e me sentei. Em uma ocasião qualquer o estofado macio pareceria confortável, mas naquele instante eu tinha que me concentrar para ficar quieto e não me remexer como um moleque encrenqueiro na sala da diretoria.

"Algum problema, comandante?", perguntei de uma vez.

"Nenhum problema", ele disse tranquilo, e eu me segurei para não soltar um suspiro. Aliviei a força com que segurava nos braços da cadeira e relaxei um pouco. Não parecia que meu emprego estava em risco. Graças a Deus. Eu não fazia ideia do que faria se perdesse meu posto como guarda no palácio.

"Na verdade, tenho uma proposta para te fazer", Doran continuou, remexendo uma gaveta da escrivaninha e tirando seu celular de lá de dentro. Ele mexeu na tela por um momento e em seguida deslizou o aparelho na minha direção. "Reconhece essa foto?"

Eu me inclinei para a tela e estreitei os olhos para a imagem escura voltada para mim. Reconheci meu rosto e vi meus braços estendidos, tentando conter uma multidão eufórica. Atrás de mim, os olhos azuis esverdeados da princesa de Steinorth encaravam tudo com aquela expressão corajosa que facilmente podia ser confundida com orgulho.

"A princesa foi vista ontem em um nightclub da cidade, como o senhor já deve saber", Doran disse, jogando o corpo para trás em sua cadeira reclinável, os olhos fixos em mim. "Devo dizer que foi uma benção que o senhor e o soldado Lee estivessem lá ontem à noite para ajudar a princesa até que um carro do palácio fosse buscá-la."

Mais que uma Princesa, livro 3 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora