Capítulo Vinte e Dois, parte um - Margot

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"Eu posso contar uma história, se você quiser

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"Eu posso contar uma história, se você quiser."

"Uma história de princesas?"

Eu fiz uma careta enquanto passava a mão pelo cabelo de Cassie.

"Ah, essas não são muito a minha praia."

"Mas você é uma princesa, Margot!" Ela disse, se mexendo na cama e olhando para mim. "Pensei que gostasse desse tipo de histórias. Tipo A Princesa e o Sapo, Branca de Neve..."

"Não é bem assim." Eu sorri e comecei a enumerar alguns pontos importantes nos dedos. "Primeiro de tudo, sempre achei ridícula essa história de beijar um sapo para que ele possa se transformar em um cara bonito. Você beijaria um sapo gosmento só por conta disso?"

Cassie tamborilou os dedos no queixo, parecendo pensar seriamente sobre o assunto.

"Se ele fosse se transformar em um príncipe muito bonito, sim."

"Mas e se ele acabasse sendo um chato?"

"Então, não."

Eu estalei os dedos para ela e sorri.

"Esse é o meu ponto. Não dá para ter certeza quando se trata de sapos. Ou de príncipes." E, continuando com meu raciocínio, completei: "Além disso, a maioria das princesas de antigamente não fazia muita coisa em suas próprias histórias, não é? É claro que não estou me referindo a todas elas. Eu adoro a Cinderela, por exemplo - aguentar uma madrasta insuportável e irmãs metidas à besta não deve ter sido nada fácil - e amo os filmes modernos da Disney. Mas quando se trata de histórias clássicas de contos de fadas... meh. Dá para achar algo melhor."

Do sofazinho que ficava perto da cama, Lilah revirou os olhos para mim.

"A pobre criança só pediu uma história, Margot", minha amiga falou enquanto descia o feed do Instagram em seu celular. "Não sua opinião detalhada sobre o porquê contos antigos que envolvem princesas são péssimos."

Eu olhei para Cassie, que ainda me olhava com certo fascínio em sua cama de hospital.

"Quer ouvir sobre Os Três Porquinhos?", sugeri, e Cassie balançou a cabeça animada. Eu me aconcheguei ao lado dela, contando a história que minha sobrinha Eloise também amava ouvir.

Jude tinha ido até o abrigo naquela manhã tomar um banho e descansar um pouco, e eu tinha me oferecido para ficar com Cassie. Lilah, que já tinha dito que queria me acompanhar da próxima vez que eu fosse ao hospital, veio comigo. Apesar de estar distraída com suas redes sociais, ela ainda era uma boa companhia.

No dia anterior, quando cheguei em casa, papai não pediu muitas explicações a respeito de Cassie, o que para mim foi uma benção. Eu só disse que ela era uma garotinha que vivia em um abrigo que eu ajudava e de quem gostava muito. Não sabia se papai insistiria naquilo mais tarde, mas eu só podia esperar pelo melhor e pedir a Deus que me ajudasse a me safar de mais aquela.

Mais que uma Princesa, livro 3 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora