Capítulo Nove - Margot

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Ainda estava me arrumando quando percebi que faltava menos de cinco minutos para o jantar

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Ainda estava me arrumando quando percebi que faltava menos de cinco minutos para o jantar. Soltei um suspiro exasperado e me senti patética por estar me produzindo daquele jeito só para ficar em casa e comer na sala. Sabia que no Natal costumava ser a mesma coisa, mas seria injusto comparar a melhor noite do ano com a visita formal do príncipe de Havsstenen.

Eu estava na frente do espelho naquele momento, tentando prender um cordão dourado de corrente curta em volta do meu pescoço. Meu celular não parava de apitar com mensagens de Sebastian pedindo para que eu andasse logo, o que só me fazia ficar ainda mais nervosa. Quando falhei na simples missão de fechar a droga do fecho pela quinquagésima vez, peguei a corrente e saí para o corredor.

"Você pode me ajudar com isso?"

Jack olhou para mim de sua posição junto à parede e eu balancei o colar para que ele o visse. "Não consigo fechar essa coisa. A corrente é curta demais."

Ele se aproximou de mim e eu coloquei o acessório em sua mão, me virando de costas para ele e juntando meus cabelos por sobre um ombro.

"Por que você só não pegou outro cordão?", ouvi Jack perguntar.

"Você tem noção do tempo que levei para encontrar um colar na bagunça da minha caixinha que não estivesse embolado?" Soltei um suspiro, impaciente. "De todo modo, agora eu vou com esse."

"Está implicada com um objeto?", ele disse em tom de descrença, pelo jeito interpretando muito bem a irritação na minha voz.

"Um pouquinho."

Não precisei ver Jack para saber que ele estava sorrindo. Mas não me importei. O pobre coitado merecia se divertir com alguma coisa depois de ter se arrastado por uma passagem secreta suja e escura para me impedir de fugir do alcance dele mais cedo.

"Não consigo prender o fecho com as luvas. É delicado demais."

"Então as tire."

Ele murmurou alguma coisa que eu não consegui entender, mas em seguida me passou um par de luvas brancas. Quando senti suas mãos quentes roçarem de leve meu pescoço, um arrepio desconfortável percorreu minha espinha.

"Pronto."

Eu me afastei dele no mesmo instante e entreguei suas luvas, ajeitando o colar no meu pescoço.

"Obrigada."

Eu fechei a porta do meu quarto e passei as mãos pela saia do meu vestido azul claro. Era melhor eu ir logo antes que meu pai viesse atrás de mim e me arrastasse até a sala de jantar.

Geralmente eu usava as escadas do castelo – não gostava de saber que estava ocupando algum elevador quando Sebastian podia estar precisando deles – mas naquela noite decidi me enfiar em um com Jack para tentar chegar ao primeiro andar mais depressa. Meus saltos, embora não fossem assim tão altos, também não contribuiriam em nada com a tarefa de descer depressa algumas dezenas de degraus.

Mais que uma Princesa, livro 3 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora