Capítulo Trinta e Quatro - Margot, parte dois

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Me sentei no sofá

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Me sentei no sofá. Outra vez.

O garoto que eu não conhecia me ofereceu uma xícara de chá quando Henri apareceu com a bandeja, mas ele deve ter percebido pelo meu olhar que não era sensato colocar na minha mão qualquer coisa que eu pudesse usar como arma contra Nikolai.

Aliás, se o líquido estivesse quente o suficiente, eu poderia jogá-lo na cara do príncipe e depois quebrar a xícara e usar as partes cortantes para fatiá-lo em pedaços.

Parecia uma ideia muito agradável para mim.

Jack se sentou ao meu lado, enquanto Nikolai e o outro garoto ficaram no outro sofá, de frente para nós. Meus olhos não deixavam a figura do príncipe nem por um segundo, por mais que as imagens da noite em que nos conhecemos no The Rebels me deixassem cega para qualquer outra coisa.

Será que ele já sabia, naquela época?

Talvez.

Além do mais, aquele devia ter sido o plano dele o tempo todo.

"Como você soube?", perguntei, sem paciência e tempo para conversa fiada. Desejei que só a força do meu ódio fosse capaz de incinerar Nikolai. "Como soube que eu era uma das proprietárias do The Rebels?"

O príncipe suspirou, apoiou os cotovelos nos joelhos e escondeu o rosto nas mãos. Quando falou, sua voz saiu abafada.

"É uma longa história."

"Então é melhor você se apressar", foi o garoto quem disse, com os olhos fixos em Nikolai. "Tenho certeza que a princesa não merece mais ser uma peça nos seus jogos falhos."

"E quem é você?", perguntei, sem me importar em ser delicada.

"Henrik", foi Jack quem respondeu, os olhos fixos no garoto de olhos, cabelos e pele escura.

Henrik assentiu à menção de seu nome, encarando Jack por um segundo.

"Nós nos conhecemos. No hospital."

Jack tinha me contado aquela história mais cedo, mas eu ainda não entendia o que aquele rapaz tinha a ver comigo. Tudo que sabia até então era que ele parecia estar a par dos planos de Nikolai, e aquilo já o fazia entrar para a lista de pessoas que eu queria colocar em um foguete e mandar para Júpiter em uma passagem só de ida.

"Nikolai?", chamei, impaciente.

O príncipe ergueu a cabeça, respirou fundo e começou a falar:

"Eu frequentava a Festa Mascarada desde a inauguração do clube aqui em Arthenia", ele falou, parecendo medir cada palavra com cuidado. "O que eu disse para você antes é verdade, Margot. Eu realmente aprecio e aproveito todas as oportunidades em que posso escapar e só... ser eu mesmo."

"Ser um babaca?", não resisti à tentação de dizer. "E um mentiroso?"

Nikolai decidiu me ignorar.

Mais que uma Princesa, livro 3 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora