Quando a princesa Margot Arthenia, quarta na linha de sucessão ao trono de Steinorth, se mete em apuros que quase termina em tragédia em uma das boates mais famosos da capital do país, seu pai decide que é hora de impor um castigo severo a filha mai...
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"VOCÊ ESTÁ TÃO ENCRENCADA", UMA voz disse bem perto de mim, invadindo meus sonhos agitados. Me virei na cama e abri os olhos devagar, tentando me adaptar à claridade do quarto. Sebastian estava perto da minha mesinha de cabeceira, me olhando através das lentes dos óculos com um sorrisinho zombeteiro.
"Acordar vendo a sua cara feia deve ser uma premonição que diz que esse dia não vai ser dos melhores para mim", resmunguei para ele.
"Nós somos gêmeos!"
"Mas não idênticos. Eu sou infinitamente mais bonita que você."
Eu me ergui na cama enquanto Sebastian soltava uma risadinha. Meus pensamentos estavam uma confusão só e eu não sabia no que pensar primeiro. A noite anterior parecia um borrão e a única coisa que se distinguia com claridade era o olhar frio do meu pai quando cheguei em casa depois de todo o tumulto no clube, sua voz ressoando nos meus ouvidos: "Vamos ter uma conversa amanhã, Margot."
Eu soltei um gemido ao me lembrar daquilo e escondi o rosto no travesseiro mais próximo. Sebastian estava certo. Eu estava muito encrencada.
Peguei meu celular e dei uma olhada rápida nas mensagens. Steven, meu irmão mais velho, queria saber se estava tudo bem. Aparentemente meu pai o tinha tranquilizado, porque as mensagens seguintes eram um monte de reprimendas que eu não queria ouvir. Ou melhor, ler. Layla também tinha escrito, assim como Penelope, Alexia e todos os membros da minha família que àquela altura já deviam saber da minha completa desgraça. Lilah, que tinha sido deixada em casa na noite anterior quando um carro do palácio foi nos buscar, pediu que eu ligasse para ela assim que acordasse.
Meu estômago revirou ao ler as mensagens dela. Será que alguém tinha se machucado durante as explosões? Alguém teria descoberto sobre o nosso segredo? Uma busca rápida no Google responderia as minhas perguntas, mas a verdade é que eu não queria ter que enfrentar o que quer que a Internet estivesse falando sobre mim naquele momento. Eram só oito da manhã e o dia mal tinha começado.
"Margot", ouvi Sebastian dizer de repente naquele tom de voz cauteloso que eu conhecia tão bem. "Não deu para gente falar direito ontem, mas... Você tá legal?"
Eu ergui os olhos para o meu irmão e suspirei, começando a listar alguns dos meus problemas nos dedos.
"Vamos ver... Houve não uma, mas duas explosões no clube em que eu estava; consegui ser desmascarada, literalmente, no meio de uma multidão e agora meu rosto deve estar em todos os noticiários do país. Ah, e não vamos nos esquecer que eu provavelmente não vou sobreviver ao papai para desfrutar do café da manhã. Na verdade o mais provável é que ele sirva a minha cabeça em uma bandeja prateada. Tirando isso...", eu encolhi os ombros e tentei sorrir, "É. Eu estou legal."
Sebastian abriu um sorrisinho triste e conduziu sua cadeira de rodas para mais perto da minha cama.
