Capítulo 12

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JP

Dei uma passada na barreira, falei com os cria, fiquei lá naquela resenha boa, depois eu subo pra passar as drogas.

Caio: fala tu meu faixa
JP: iae mano
Caio: mo discussão da Vitória com a Tainá
JP: como é?
Caio: fiquei sabendo que saíram até no tapa
JP: tá de caô
Caio: caô? é só do que se fala cria

Peguei meu celular e liguei pra Vitória. Chamou duas vezes e ela atendeu.

Ligação on

Vitória: fala
JP: ideia errada é essa que tu bateu na Tainá?
Vitória: eu bater naquela vagabunda? eu deixei ela falando sozinha
JP: beleza
Vitória: quem tá dizendo isso?
JP: não importa não

Ligação off

Dei um tapão na cabeça do Caio.

JP: mo fofoqueiro, ta igual teu pai
Caio: ih cofoi?
JP: teve briga nenhuma não
Caio: os cara só passa informação errada
JP: e você repassa né? pau no cu
Caio: ninguém valoriza meu esforço
JP: esforço em falar da vida dos outros

Vi a Carol e Raissa saindo do colégio.

JP: bora pegar o bonde
Caio: vamo

Corremos pra alcançar elas.

JP: iae gostosuras
Raissa: que caralho viu, não tenho um minuto de paz
Caio: pra que isso mano, fico magoado
Raissa: e eu fico tão triste por isso - Debochou.
Carol: por que vocês não se assume logo?
Caio: em breve
Raissa: quem disse que eu te quero?

A gente deu risada, menos o Caio.

Raissa: mas sabe amorzinho, eu to numa vontade... - Interrompi ela.
JP: perae porra, eu e a Carol não precisa saber não
Carol: respeito né
Raissa: tá bom - Ela olhou pro Caio com uma cara maliciosa.
Caio: po irmão, faz os corre pra mim, depois eu chego lá
JP: fecho - Dei risada.

Eles foram pra um beco qualquer.

Carol: será que só eles não percebem que se gostam?
JP: só - Demos risada.
Carol: bom, vou indo
JP: bora, eu te deixo em casa po
Carol: não precisa
JP: é caminho maluca
Carol: então vamo

Vitória

Meu pai chegou em casa e eu já fui sentar no sofá com ele.

PH: Ô LOIRA
Duda: FALA
PH: COLA AQUI

Ela chegou na sala e sentou no sofá também.

Duda: tenho até medo de vocês dois juntos, fala
PH: Vitória vai entrar pra boca
Duda: é isso que você quer? - Olhou pra mim.
Vitória: sim
Duda: então ok
PH: fácil assim?
Duda: fácil assim

Ela levantou e foi pra cozinha.

PH: por essa nem o futuro esperava... vou pro asfalto, tenho que resolver umas coisas
Vitória: tchau pai, toma cuidado
PH: tchau minha princesa

Ele deu um beijo na minha testa e saiu. Levantei do sofá e fui pra cozinha, preciso conversar com minha mãe, ela agiu tão tranquilamente que me deu agonia.

Vitória: mãe
Duda: oi
Vitória: achei que você seria contra
Duda: e sou
Vitória: e por que não disse nada? não que eu esteja reclamando
Duda: você não tem filho ainda e espero que não tenha nem tão cedo
Vitória: óbvio - Demos risada.
Duda: a gente sempre sonha coisas incríveis para nossos filhos, mas a realidade é outra, os pais criam os filhos pro mundo, eles têm que tomar as próprias decisões, claro que entrar pro tráfico não é uma decisão boa, mas eu não tenho como te impedir, se eu dissesse que não ia deixar, você iria aceitar?
Vitória: não
Duda: ia fazer escondido, é isso que eu não quero, eu só te peço que você tome todo cuidado do mundo
Vitória: eu vou tomar
Duda: que bom
Vitória: a senhora é a melhor mãe do mundo
Duda: ei - Me deu um empurrãozinho. - senhora tá no céu garota

Dei risada e nos abraçamos.

Duda: aproveitando esse seu ato de bondade, me ajuda com o almoço
Vitória: a não mãe
Duda: bora palhaça

O Dono do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora