Capítulo 86

4.6K 222 27
                                    

Vitória

Acordei assustada com o barulho de tanto tiro sendo disparado. Minha mãe me olhou com medo, mas no fundo eu já sentia que eles estavam ai por nós.

Alguns minutos depois a porta foi a aberta, me encolhi e fechei meus olhos, mas foi só ouvir aquela voz que me deu esperança de novo.

PH: filha
Duda: carrega ela

Cobra veio na minha direção, me pegou no colo e meu pai ajudou minha mãe. Olhei pro rosto dele que me encarava segurando o choro.

Enquanto a gente descia umas escadas os tiros cessaram, o que me causou alívio. Meu pai tirou a camisa e me cobriu, já que eu estava toda exposta depois que o PK me violentou, ainda sinto ele dentro de mim me chamando de coisas absurdas enquanto sentia prazer.

Passamos por uma porta e eu me encolhi no colo do Cobra com aqueles raios de sol na minha cara. Ele beijou minha testa e foi me levando pro carro.

Fernandes: EU SALVEI ELA
Vitória: me bota no chão
Cobra: você tem que ir pro hospital
Vitória: por favor

Cobra caminhou um pouco comigo, depois me colocou no chão, na frente do Fernandes, que tava baleado na perna e barriga.

Fernandes: eu não sabia o que ele ia fazer com você
Vitória: eu acredito em você
Fernandes: desculpa, não me mata PH

Abaixei a mão do meu pai que apontava a arma pra ele.

Vitória: você é uma pessoa boa que tomou decisões ruins, mas eu sou uma pessoa ruim que toma decisões ruins

Em um movimento rápido peguei a arma do Cobra de sua cintura e atirei 2 vezes na cabeça dele. Olhei pro lado e vi o PK no chão, assim como o Fernandes, estava baleado nas pernas.

Vitória: monstro - Ele riu.
PK: acha mesmo que acabou?

Meu irmão chegou perto da gente e me pegou dos braços do Cobra, me abraçando.

JP: acabou pra você PK
PK: mas pra tua filhinha não, eu posso imaginar o que a Tainá tá fazendo com ela naquele morro
Menor: como é filho da puta? - Deu um soco na barriga dele.
PK: distração amigos
Menor: vamo atrás da Maria

JP me entregou ao Cobra e saio correndo junto ao tio Menor e alguns vapor.

Vitória: SEU MONTRO MONSTRO MONSTRO

Comecei a chorar e lembrar de tudo que ele me fez passar, me debati no Cobra tentando me soltar e gritei pra ele parar sentindo o peso do corpo do PK em mim.

Cobra: sou eu Vitória, sou eu

Fechei os olhos e perdi a consciência.

JP

Entrei no morro com mais de 1000, tava nem ai com o que tava na frente até parar na casa da Carol. Botei a pistola na cintura e abri a porta.

Tia Mel e Carol tavam sentadas no sofá, mas quando me viram me encararam. Notei que a Carol tava chorando e já imaginei tudo de ruim.

Carol: pegaram nossa filha João - Veio na minha direção e eu abracei ela.
JP: como isso aconteceu?
Mel: eu tava na cozinha e a Carol foi no banheiro, quando a gente chegou na sala, ela já não tava mais lá
JP: tem muito tempo isso?
Mel: foi agora a pouco
JP: eu vou encontrar ela
Carol: eu vou com você
JP: é perigoso, eu volto com ela bem, eu prometo

Saí dali, peguei meu fuzil no carro e dei ordem pros vapor virar essa porra de cabeça pra baixo pra achar ela.

Primeiro lugar que procurei foi na casa da vagabunda, o pai dela não sabia de nada e eu até acredito, o coroa é pelo certo.

Fui na boca, passei a visão pro Fael e nós saiu em busca da minha filha, os morador tão tudo avisado, quem abrigar ela morre igual.

Júlia: viram a Tainá entrando na escola do morro - Falou chegando.
JP: bora

Desci correndo pra escola, filha da puta, cheio de aluno, uma bala perdida aqui já era. Avisei aos vapor pra esconder a peça e só atirar em último caso.

Entramos em algumas salas, mas teve um garoto que passou a visão que ela tava no laboratório da escola. Corri até lá e entrei de mansinho, vendo ela mimar a Maria com uma cara de louca da porra. Tava com uma mamadeira na mão e um líquido parecido mingau.

Tainá: minha bebê, minha nenenzinha
JP: Tainá - Ela se assustou e afastou. - me dá minha filha
Tainá: ela não é sua filha meu amor, a nossa filha ainda vai chegar, essa daqui não é ela
JP: por favor me dá a menina
Tainá: ela precisa tomar a mamadeira
JP: o que tem na mamadeira Tainá?
Tainá: cianeto, pra ele poder viajar de onde ela nunca deveria ter saído

Puta que pariu, se a Maria encostar uma gota dessa porra na boca o organismo dela não aguenta caralho, minha filha porra.

Júlia: devolve a menina - Apontou a arma.

Fiz sinal que ela abaixasse e levantei as mãos em rendição, me aproximando aos poucos.

JP: eu também nem ligo pra essa bastarda e aquela Carol?
Tainá: aproveitadora, ela te deu o golpe da barriga meu amor
JP: você tá certa, sempre esteve, eu nunca devia ter te trocado por ela, aquela ali não é mulher pra mim
Tainá: jura?
JP: eu juro meu amor, agora eu sou só seu
Tainá: você promete?
JP: claro
Tainá: eu vou ser a rainha do Vidigal?
JP: a primeira e única - Ela sorriu.
Tainá: e você vai matar a Carol?
JP: tudo que você quiser, agora deixa eu matar essa bastarda, vem cá

Devagar tomei a mamadeira de sua mão e quando tava pegando a Maria, Carol chegou, o que fez Tainá se assustar. Eu fui mais rápido e tomei a Maria do colo dela, dei um chute em sua barriga o que a fez cair no chão.

Tainá: meu amor sou eu
Carol: eu vou te mostrar o que acontece com quem mexe com minha filha

Carol praticamente voou em cima da Tainá e começou uma briga na qual ela tava vencendo. Olhei pra Maria e escondi seu rosto no meu pescoço.
Fael pegou ela do meu colo e saiu pro postinho, queria ter certeza que ela realmente não ingeriu nada.

Carol: VAGABUNDA MANDADA DO CARALHO - Deu um soco no nariz dela.

Porra, ouvi até o osso saindo do lugar, namoral surra da porra moleque. Júlia se aproximou pra separar, tirou a Carol de cima dela e apontou a pistola.

Carol: nunca mais encosta na minha filha

Júlia disparou 3 vezes e o corpo da Tainá caiu no chão, cabeça e barriga, mais uma alma pro diabo.

JP: limpa isso, não deixa os aluno ver - Apontei pro vapor ali.

Abracei a Carol e fomos saindo daquela escola atraindo olhares.

O Dono do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora