Capítulo 42

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Raissa: depois que você saiu do baile, tava mo chatão e a gente resolveu ir pra uma baladinha lá no asfalto
Vitória: teve uma hora que eu fui no banheiro e me bati com um cara muito gato, ele disse que o nome dele era Tiago Mendes, até então ok, nos beijamos e e do nada o Cobra apareceu e eles começaram a discutir, como se já se conhecessem
Carol: ciúmes?
Vitória: antes fosse
Raissa: agora se prepara
Vitória: ele é irmão do Cobra e policial do Bope
Carol: OI?
Vitória: é, poise
Raissa: agora conta a melhor parte
Vitória: Cobra quis mandar em mim, veio me dizer um monte de coisa, dai eu fugi dele e fui embora com o Mendes, a gente transou e tals
Carol: como assim? eu não teria essa coragem não
Raissa: a gente ficou esperando a bonita num barzinho perto da balada, quando ela apareceu o Cobra fechou uma cara surreal
Vitória: e eu nem te conto
Raissa: oque?
Vitória: ele me disse umas coisas quando veio me deixar em casa ontem, e eu to começando a me arrepender de ter desafiado ele ontem
Carol: por que?

Desbloqueei o celular e mostrei a conversa do Mendes a elas.

Raissa: ai meu cu, e agora?
Carol: cara, vou ser sincera, acho que você pediu por isso
Vitória: porra Carol, também não é assim
Carol: é a verdade Vi, você sabia quem ele era e mesmo assim você foi
Vitória: em partes sim
Carol: acho que você deveria mostrar isso ao Cobra, porque foi nitidamente uma ameaça
Vitória: vou tentar, apesar que ele nem olha na minha cara
Carol: e com razão
Vitória: caraca em, ta do meu lado ou do lado dele?
Carol: do lado da razão, e você agiu totalmente na emoção e você sabe
Vitória: eu sei - Respirei fundo.

Voltamos pra perto do pessoal, até que enfim a carne assou, que fome. Fiz meu pratinho e sentei.

PH: tá com fome né Vitória?
Vitória: nem to com muita
Menor: imagina se tivesse
Vitória: ai como vocês me julgam, eu to em fase de crescimento
JP: só se for da barriga né?
Vitória: vocês são insuportáveis cara
Duda: eles queriam um corpinho assim
Menor: defensora das causas perdidas
Ana: o que o tolinho ta resmungando ai? - Rimos dele.
Caio: po pai acho que a gente deveria fazer uma tatuagem só por isso - Ele não perde uma oportunidade.
Menor: prefiro continuar com meu pau

Meu pai deu um tapa na cabeça dele que olhou incrédulo.

Menor: doeu cara
PH: ousadia rapaz
Menor: magoou
Ana: obrigada PH - Fizeram toque.
Mel: oh tadinho do meu irmão gente - Mimou como se fosse uma criança, fazendo a gente rir.

Terminamos todos de almoçar, peguei alguns pratos pra levar lá dentro na cozinha. Coloquei na pia, quando virei pra voltar o Cobra tava vindo com outros. Fingindo que eu não existia, novamente.

Vitória: eu preciso falar com você

O idiota continuou ajeitando os pratos na pia e ignorando.

Vitória: é coisa séria Cobra, se não eu nem tava tentando
Cobra: fala
Vitória: não pode ser agora e aqui
Cobra: onde?
Vitória: lá no alto, pode ser?
Cobra: que hora?
Vitória: depois que a galera sair daqui

Ele virou a cara e saiu, meu deus em, que ódio é esse do próprio irmão gente. Af, era mais legal quando ele me provocava do que ignorava.

Voltei pra onde tava, bebendo um whisky de boas. As meninas tavam na piscina, mas eu não tava muito afim.

Duda: que foi?
Vitória: oi?
Duda: o que tá acontecendo?
Vitória: nada ue
Duda: Vitória eu posso não te apoiar a se envolver com as coisas do teu pai, mas você sabe muito bem que de resto eu vou ser sempre por você e pelo JP
Vitória: ta tudo bem mãe, juro, só não to muito afim de piscina
Duda: espero que seja só isso
Vitória: é sim

Voltei minha atenção pro whisky e pro meu celular.

[...]

Tomei um banho, coloquei um body branco com um short jeans e uma rasteirinha, afinal, hoje ainda é sábado, então quando terminar a conversa com o Cobra, vou pra praça resenhar.

Tomei um banho, coloquei um body branco com um short jeans e uma rasteirinha, afinal, hoje ainda é sábado, então quando terminar a conversa com o Cobra, vou pra praça resenhar

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Passei meu 212, peguei dinheiro, arma e celular, guardando tudo e desci.

Vitória: vão sair hoje não? - Falei quando vi meus pais assistindo TV.
PH: sair? JP saiu, você ta saindo, eu e sua mãe com a casa de graça, o que você acha que a gente vai fazer?
Duda: Pedro Henrique seu idiota
Vitória: ai meu deus que nojo - Ele riu.
PH: ta armada?
Vitória: to
PH: toma cuidado
Vitória: ta bom, beijos e aproveitem a casa - Dei risada e corri pra rua escutando uns gritos da minha mãe.

Fui subindo o morro nosso de cada dia, e hoje a caminhada vai ser grande. Não posso ficar de muita conversinha com o Cobra pelos becos daqui, todas as paredes têm boca e ouvidos. Marcar com ele lá no alto era o ideal, só vai ter a gente e eu posso falar em paz.

Meu pai me mostrou o alto quando era pequenininha, disse que era o lugar de paz dele, ver a favela que ele comanda. Mas porra, ir andando é um caralho em.

Continuei meu percurso reclamando e xingando nomes que nem existiam, olhei o celular e já tenho 15 minutos subindo, foda.

Um carro preto parou do meu lado, olhei direitinho e reconheci que era o do Cobra, o vidro abaixou e eu encostei.

Cobra: entra
Vitória: nem precisa pedir duas vezes

Entrei no carro, sentindo aquele ar geladinho, tava tocando Orochi, como eu amo.

Chegamos rápido, ele parou o carro cruzou os braços e me encarou.

Cobra: da o papo que eu vou desenrolar uns bagulho ali
Vitória: eu não passei meu número pro Mendes ontem, mas hoje no churrasco recebi várias mensagens e eram deles
Cobra: filho da puta - Passou a mão no rosto.
Vitória: ele falou merda pra caralho, olha aqui

Desbloqueei o celular, entrei na conversa e ele pegou da minha mão.

O Dono do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora