Capítulo 52

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Vitória

Cobra olhou pra frente e ficou um tempo pensativo, enquanto seus olhos encheram de lágrimas. Eu nunca pensei de ver ele assim, deve ser uma história muito pesada mesmo.

Cobra: eu tenho um filho

Ok. Isso me chocou pra caralho.

Vitória: você é pai? - Fiz a pergunta mais óbvia do mundo, que burra.
Cobra: de um anjo

To tentando assimilar ainda as coisas, mas minha mente tá uma bagunça.

Cobra: esse aqui é o Lorenzo

Ele virou seu celular pra mim, onde mostrava a foto de um bebê. Que coisa mais linda, com os cabelinhos pretos.

Vitória: que perfeição, é a coisinha mais linda, onde ele mora?
Cobra: no céu mina - Deu uma risada amarga.
Vitória: ele morreu?
Cobra: não, Tiago que matou

Minha garganta fechou, nem consegui encarar o Cobra, que remorso que eu sinto dentro de mim de ter dado oportunidade desse cara me tocar.

Meus olhos encheram de lágrimas, como pode matar uma criança? O próprio sobrinho, do seu sangue. Esse cara não merece nem ser considerado um ser humano.

Vitória: eu sinto muito, de verdade
Cobra: tô ligado
Vitória: e a mãe dele?
Cobra: foi junto

Meu deus, como um ser humano é capaz disso? Como ter tanto ódio do próprio irmão a esse ponto?

Vitória: sinto muito Cobra
Cobra: valeu
Vitória: quer me contar como eles eram?

Talvez falar de momentos bons façam com que a dor que ele sentiu em lembrar de tudo seja amenizada.

Cobra: eu conheci a Bruna quando tava entrando pro movimento po, mo novinha ela era, a gente se envolveu, ela sofreu muito por minha causa, quando eu tirei a virgindade dela o pai descobriu né, jogou a menina na rua
Vitória: ainda tem gente assim né? - Falei incrédula.
Cobra: demais mina
Vitória: e no que deu depois?
Cobra: entrei de vez pro tráfico, botei ela pra morar comigo, não ia deixar ela na mão, até porque o maior culpado de tudo foi eu
Vitória: é, em partes sim
Cobra: ela morava comigo, mas não era fiel ta ligado, mas em uma dessas ela engravidou, e eu mudei minha visão, fiquei de boa, só com ela, apesar de não amar como minha mulher, era amizade e gratidão pelo filho que ela me proporcionou e culpa por ter estragado de certa forma a boa vida que ela tinha
Vitória: caralho
Cobra: ai meu pivete nasceu né - Sorriu bobo. - lindo pra caralho, foi tipo benção ta ligada? - Assenti. - mas depois de 3 meses, teve invasão no morro, Tiago ficou louco quando soube do meu filho, e ai aconteceu o bagulho todo, ele matou os dois e eu fui preso
Vitória: por envolvimento com o tráfico?
Cobra: e pelo assassinato do meu filho - Sua voz ficou bem pesada.
Vitória: não entendi
Cobra: até parece que não conhece o sistema, me culparam pela morte dele e da bruna, colocaram coisas que nem fiz
Vitória: que absurdo isso cara
Cobra: botaram tráfico, homicídio, latrocínio, até estupro porra, já matei gente pra caralho, não nego não, mas meu filho? chega a ser piada esse sistema do caralho
Vitória: e estupro?
Cobra: nunca
Vitória: caralho Cobra, que cara filho da puta, por que ele não ta morto?
Cobra: pra quê? ele já tinha ameaçado outra pessoa importante pra mim e ele ia cumprir, ia matar geral mina, eu não queria mais esse sangue nas mãos, tive força pra nada, só conseguia pensar no meu filho
Vitória: eu não consigo nem imaginar a dor que tu sentiu
Cobra: e sinto
Vitória: e a sua mãe?
Cobra: morreu, câncer em estágio avançado, mas na minha mente só da que foi desgoto por toda desgraça que aconteceu
Vitória: eu sinto muito por todas as perdas que você teve
Cobra: agora você entende porque não te quero com ele?
Vitória: eu me sinto imunda por ter transado com ele - As lágrimas que eu estava segurando finalmente caíram.

Se esse cara foi capaz de fazer isso com o próprio irmão, de quem ele teria pena? Eu trouxe isso pra minha família, a culpa é toda minha. Nunca vou me perdoar se algo acontecer com eles.

Cobra: vem cá

Ele segurou meu rosto com as duas mãos, limpando minhas lágrimas.

Cobra: nada vai acontecer com tu, tá entendendo? - Assenti.
Vitória: eu não tenho medo Cobra, eu só não quero que nada de ruim aconteça com a minha família
Cobra: eu não vou deixar nada acontecer - Beijou minha testa.

Carol

O D2 parou a moto, nós descemos e fomos em direção a areia. O mar é realmente impressionante.

Nos sentamos na areia, eu deitei minha cabeça no ombro dele.

D2: lindo
Carol: o mar é perfeito

Ficamos em silêncio por alguns minutos observando as ondas.

D2: você tem certeza que quer ir?
Carol: eu não quero ir, mas eu preciso
D2: eu não acho certo esconder isso po
Carol: não vamos falar disso por favor
D2: ta e você acha que esse bebê é o quê?
Carol: eu quero uma menininha, mas acho que vai vir um menino ai - Alisei minha barriga.
D2: e já pensou no nome?
Carol: o que você acha de Maiara?
D2: a não mo feio - Riu.
Carol: eu tenho um ótimo gosto tá?
D2: tem não - Rimos.
Carol: e qual você daria?

Ele encarou minha barriga e passou sua mão alisando.

D2: Maria Alice - Encarei ele.
Carol: forte e lindo, eu amei
D2: eu sim tenho bom gosto - Ri.
Carol: vou ter que concordar

Nossos olhares se encontraram e senti seus lábios tocarem os meus. Um beijo calmo, que me transmitia tanta paz.

D2: desculpa
Carol: continua

Nos beijamos novamente cada vez com mais intensidade. Passei a mão pelo sua barriga, até chegar na barra da bermuda.

D2: aqui?
Carol: será que a gente é preso? - Dei risada.
D2: vai ser por uma boa causa - Sorriu e me beijou.

Me deitei na areia e ele veio por cima de mim.

Levantei minha saia, dando total acesso ao D2, que puxou sua bermuda um pouco pra baixo junto com cueca. O pau dele já tava duro, bem duro.

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Lorenzo, filho de Cobra.

O Dono do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora