Capítulo 84

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Vitória

Acordei num lugar totalmente estranho e com uma dor de cabeça horrível. Passei a mão onde doía, quando notei estava melada de sangue. Olhei em volta e vi minha mãe caída no chão. Me aproximei correndo.

Vitória: mãe acorda por favor - Bati de leve no rosto dela.

Passei o olho por ela toda, que aparentemente tava bem. Enquanto tentava acorda-la, lembrava de tudo que ocorreu, sei nem a quanto tempo to aqui.

Quando finalmente ela abriu o olho nos abraçamos.

Duda: você tá bem meu amor?
Vitória: eu to
Duda: onde a gente tá?
Vitória: eu não sei, só lembro do Fernandes com uma arma e eu acordei aqui
Duda: faz silêncio - Eu assenti.

Uns passos e barulhos de armas que eu reconheceria de longe. O som foi se aproximando cada vez mais. Até que um feixe de luz entrou por a porta, revelando o Fernandes. Fui pra cima dele na hora, que me empurrou no chão e minha mãe me abraçou.

Fernandes: tá loucona caralho? tá achando que o bagulho é como?
Vitória: o que você quer?
Fernandes: oh neném, quem quer algo com tu ainda nem chegou, mas fica tranquila tá? - Ele se aproximou, mas minha mãe o empurrou. - tá doidona oh coroa? tu nem era pra tá aqui e tá cheia de marra?
Duda: não encosta na minha filha
Fernandes: se falar demais eu separo as duas
Duda: PH vai te matar da pior forma possível
Fernandes: PH já já vai ser um homem morto - Piscou e saiu.
Vitória: ele vai matar meu pai - Minhas lagrimas começaram a rolar.
Duda: você sabe que não, é o PH, nada vai abalar ele
Vitória: isso é tudo culpa minha
Duda: não é meu amor
Vitória: é mãe, eu ficava com o Fernandes, mas ele me ameaçou e o Cobra bateu muito nele, só não bateu até matar porque eu impedi
Duda: meu deus - Deitei em seu colo.

Respirei fundo tentando me acalmar e pensando no intuito desse sequestro. Talvez tenha chegado a hora de conhecer o verdadeiro alto, que não era o do morro. Só não quero que nada de mal aconteça com minha mãe.

Além daqui, minha mente também estava em outro lugar, minha família. Minha agonia é não saber o que está acontecendo lá fora com os meus.

Depois de um longo tempo o Fernandes voltou para aquela sala.

Vitória: não vale a pena Fernandes
Fernandes: cala a boca
Vitória: você não vai sair vivo dessa, desiste enquanto ainda tem tempo - Ele me deu tapa na cara, o que me fez cuspir sangue.
Duda: NÃO ENCOSTA NELA

Minha mãe foi pra cima dele, o mesmo apontou uma pistola pra ela, entrei na frente impedindo que algo a atinja. Minhas vistas embaçaram por um minuto ao ouvir aquela arma ser destravada.

Fernandes: relaxa po, tem uma pessoa que quer te matar antes de mim
Vitória: de quem você tá falando?
Fernandes: tudo no seu tempo minha gata

Fernandes se aproximou, agarrou meu rosto e forçou um selinho, o que me fez cuspir na cara dele, depois só senti o soco no olho em resposta.

Vitória: eu não entendo o porquê disso, é dinheiro que você quer? se for a gente consegue agora, tá na sua mão
Fernandes: cê acha mesmo que se fosse dinheiro cê ainda estaria aqui?
Vitória: não abraçou o dinheiro, vai abraçar a morte, eles podem demorar, mas vão te encontrar e quando encontrarem, adeus Fernandes - Sorri sínica.
Fernandes: eles não vão chegar antes do chefe gata
Vitória: por que tanto suspense por esse teu chefe? tá dando pra ele Fernandes?
Fernandes: acho que você não tá em condição de fazer piada
Vitória: e quem disse que eu to fazendo piada?
Fernandes: vou trazer a comida da coroa, tu não come hoje - Falou saindo.

O Dono do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora