Capítulo 92

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Me deitei no peito do Vitor depois da nossa quinta foda, tava mortinha, ele sabe como acabar comigo.

Cobra: já tá na hora de tu ir

Me levantei e vesti minha roupa assim como ele. Fitei aquele rostinho sofrido que ele tava e minha garganta deu um nó, não vejo a hora dele tá pertinho de novo, longe de todo esse tormento.

Vitória: quando a gente vai se ver de novo? - Nos abraçamos.
Cobra: em breve minha dama, mas se liga, quero tu aqui de novo não
Vitória: mas Vitor...
Cobra: sem mas po, esquece, isso aqui não é lugar pra tu, tá de boa? - Assenti e revirei os olhos. - to te mandando o papo reto, para de revirar essa porra pra mim
Vitória: tá bom, eu não venho, mas se demorar muito?
Cobra: não vai po, relaxa ai

Saímos pro pátio e ele me levou pra pertinho do portão, onde várias pessoas saíam chorando, com olhares perdidos, uma tristeza sem fim.

Cobra: cuida de tudo lá e mais importante se cuida, quero tu gatona pra mim quando a lili cantar
Vitória: vou sentir saudades - Falei já sentindo o choro chegar.
Cobra: se liga - Segurou meu rosto. - te amo po, já já nós tá junto, mantém postura, abaixa a cabeça não - Assenti.

Demos um último beijo e eu saí dali, mas antes de passar por aquele portão acenei pra ele que retribuiu. Agora a única coisa que se passava na minha cabeça era quando eu o veria de novo.

[...]

Entrei em casa já tomando carão do meu pai, se preparando pra todo discurso.

PH: me enganou direitinho né filha da puta, tá me tirando como otário?

Eu tava tão destruída psicologicamente que comecei a chorar e corri pra abraça-lo. Trouxe comigo uma energia tão negativa daquele lugar.

PH: te falei que não era lugar pra tu - Alisou meu cabelo.
Vitória: eu precisa ver ele, são nove meses pai
PH: eu to ligado - Respirou fundo. - vai tomar um banho e descansar amanhã nós conversa

Subi pro meu banheiro, tirei aquela roupa e me joguei embaixo do chuveiro. Lavei meu cabelo, fiz minhas higienes e saí do banheiro. Vesti uma blusa do Vitor, que estavam entre todas as outras que eu roubava dele.

Me joguei na cama, fitei o teto enquanto a mente tava a milhão. O que será daqui pra frente? Será que ainda vai demorar muito? Será que ele vai ficar bem lá dentro? São tantas perguntas que eu me fazia e não achava resposta pra nenhuma delas.

Beijei nossa aliança e me aconcheguei no travesseiro, não demorou muito pra eu dormir no meio desses pensamentos.

[...]

Senti uma mão me cutucar incessantemente, já tava tão irritada de terem me tirado do meu sono que abri os olhos vendo a Carol.

Carol: oi minha cadelinha linda - Deu um beijo na minha testa.
Vitória: que horas são?
Carol: 10:11
Vitória: caralho - Levantei me sentando na cama.
Carol: me conta
Vitória: o que?
Carol: como foi ver o Cobra?
Vitória: foi tão bom ver ele depois de tanto tempo, sei nem explicar - Olhei pro nada.
Carol: o que aconteceu?
Vitória: aquele lugar tem uma energia tão pesada, um lugar tão ruim sabe? - Assentiu. - o coração aperta em saber que ele tá por lá e sem previsão de saída
Carol: eu nem imagino como isso seja, mas se você não tiver esperança é pior
Vitória: eu sei
Carol: coloca um sorrisão nessa cara que eu sei que tu deu ontem bandida - Dei risada da cara escrota que ela fez.
Vitória: dei muito
Carol: olha que cachorra
Vitória: foi tudo de bom
Carol: usou camisinha?
Vitória: nunca usei - Tomei um tapa na cabeça.
Carol: eu vou te matar
Vitória: eu tomo anticoncepcional, tomava na verdade, dei uma pausa quando o Cobra foi preso
Carol: tomou a pílula do dia seguinte?
Vitória: puts, cheguei tão mal ontem que nem lembrei
Carol: trate de levantar dessa cama, que a gente vai na farmácia comprar agora putinha
Vitória: tá senhora do anticoncepcional, cadê minha sobrinha?
Carol: com minha mãe

O Dono do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora