Capítulo 29

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Acordei já com aquele solzinho na cara, olhei meu celular, 10:07h.

Tinha um pouco de sangue no lençol, olhei pro meu braço e vi o estado que tava, bem inchado. Levantei pra tomar um banho, nossa como doeu a ferida.

Sai do banho, tentei dar uma limpada nela, mas tava impossível, só encostar de leve, doía. Então desisti, daqui uns dias cicatriza.

Coloquei um short jeans e uma blusinha de botão bem folgadinha pra não incomodar, assim desci pra tomar café.

Coloquei um short jeans e uma blusinha de botão bem folgadinha pra não incomodar, assim desci pra tomar café

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Estavam todos na mesa, me sentei também.

Vitória: bom dia gente
Todos: bom dia
Duda: como tá o braço?
PH: o que teve com teu braço?
JP: cofoi?
Vitória: só um tiro de raspão gente, nada demais
PH: ata
Duda: Pedro Henrique? sua filha tomou um tiro no braço e você fala um simples "ata"?
PH: oh Maria Eduarda, para de show, a menina disse que ta bem
Duda: ok Pedro Henrique, pega a preocupação que você tem com sua filha e soca no cu mesmo
Vitória: gente? para com essa palhaçada, eu to ótima
JP: bora comer

Peguei meu cafézinho e um pouco de ovos mexidos. Comecei a comer e minha mãe ainda tava de cara fechada pro lado do meu pai. Nem dei importância, logo se resolvem.

Terminei de tomar meu café e coloquei o prato na pia. Peguei meu celular, pistola e dinheiro.

JP: vai pra onde?
Vitória: vou assistir o jogo lá
JP: iii ta cheia de folga em, vou pra boca
Vitória: valeu trabalhador - Dei risada.

Fui descendo o morro, de sempre né mores. Chegando perto da quadra, vi o Cobra num beco falando nervoso no celular. Me aproximei como uma fofoqueira nata né.

Cobra: porra tu já ta me tirando o caralho dá paciência, eu vou te trazer pra cá minha princesa, calma ae... ta bom... te amo muito... se cuida minha princesa

Ele virou de costas e me encarou.

Cobra: curiosidade matou o gato, ou melhor a gata - Olhei com deboche pra ele.
Vitória: muito obrigada minha princesa
Cobra: já te falei que você brinca muito?
Vitória: o tempo todo

O Cobra me puxou com força pelo meu braço que tava ferido e a dor foi quase insuportável.

Vitória: AI PARA - Gemi de dor e ele soltou meu braço na hora.
Cobra: o que aconteceu?
Vitória: nada

Ele puxou a manga da minha camisa pra cima, olhou o ferimento, logo depois me olhou de cara feia.

Cobra: ta feio isso aqui em
Vitória: foi de raspão
Cobra: tu limpou isso aqui?
Vitória: não
Cobra: ta infeccionando
Vitória: virou médico agora?
Cobra: você acha que eu nunca tomei um tiro?
Vitória: ha ha
Cobra: bora pro postinho
Vitória: eu to bem, não preciso de médico não
Cobra: é? - Ele apertou meu ferimento.

Fui no inferno de voltei de tanta dor.

Vitória: CÊ TA DOIDO?
Cobra: você vai no posto ou quer perder o braço?
Vitória: vou pra quadra assistir o jogo, você não manda em mim Cobra
Cobra: sobe no caralho dessa moto agora ô amante de bandido

Não precisou nem falar duas vezes pra entender que se tratava do PK. E eu vou fazer o quê? Subir na moto né, antes no postinho do que na cova se o meu pai souber do PK.

Subi na moto junto com ele e descemos pro postinho, atraímos alguns olhares dos curiosos.

Paramos no postinho, entramos e logo fui atendida. Até na sala esse nojento entrou.

Doutor: bom dia! Vitória, qual a sua idade mesmo?
Vitória: 16 doutor
Doutor: ah claro, é que um pouco mais nova teria que ser atendida por um pediatra

Ouvi a risadinha do Cobra e olhei feio pra cara dele que parou.

Doutor: então Vitória, o que te trouxe aqui?
Vitória: nada demais doutor, só um ferimento
Cobra: ô seu doutor, a mina ta cheia de dor ai no braço por que tomou um tiro de raspão essa madrugada, e nem limpou a ferida
Doutor: nossa, passou algum remédio na própria ferida? fez algum curativo?
Vitória: não, não
Doutor: quando aconteceu, limpou a área?
Vitória: não, acabei adormecendo
Doutor: posso olhar?
Vitória: claro

O médico pegou no meu braço, e fez uns bagulho lá.

Doutor: a região está ficando inchada, ainda bem que veio a tempo, estava quase ocasionando uma infecção

[...]

O doutor fez todos os procedimentos e finalizou com um curativo, receitou um antibiótico para tomar durante poucos dias, pediu para evitar consumir muita bebida alcoólica e comidas remosas.

Saímos do postinho e fomos pra quadra. O cobra parou a moto e descemos.

Cobra: de nada
Vitória: obrigada inútil
Cobra: assim eu me ofendo
Vitória: foi pra ofender mesmo
Cobra: marrenta em mina
Vitória: um pouco
Cobra: uma foda de agradecimento rola?

Dei três tapinhas no ombro dele.

Vitória: deita e dorme, vai que em sonho

Ele agarrou a minha cintura com força discretamente.

Cobra: eu tenho certeza que se tem alguém sonhando com uma foda é você, a do Fernandes não foi boa né?
Vitória: não sei, vou testar hoje de novo
Cobra: bora ver
Vitória: ta me ameaçando?
Cobra: eu não ameaço, eu faço mina

O Dono do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora