Capítulo 46

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JP

Porra. Ir embora? Não entre em minha mente não, tomar no cu. Negando o lugar que nasceu e se criou po, filha da puta do caralho.

Queria nem papo, nem tinha função mais hoje. Mas não queria encarar aquela cena melosa. Subindo o morro passei pela Tainá.

Tainá: oi amorzinho, quanto tempo em - Passou a mão pelo meu braço. - tava até querendo uma carona pro Alemão
JP: sobe pra boca
Tainá: oi?
JP: sobe caralho, não to pedindo não porra

Ela assentiu e foi subindo pra boca assim como eu. Passei por uns cria que tava no corredor.

JP: quero ninguém passando dessa porta - Eles assentiram e eu entrei na sala do meu pai. - tira a porra da roupa

Tainá: calma amor
JP: amor é o caralho - Virei um tapa forte na cara dela que me olhou sem entender.

Coloquei o pau pra fora, empurrei ela no sofázinho que tinha ali e meti pica.

[...]

Tava boladão mesmo, bati tanto na Tainá, que me implorava pra deixar ela ir embora, nem era pelo sexo, só pra passar raiva mesmo. Bateu arrependimento, mas logo passou quando senti a lombra da cocaína.

Tainá: posso ir embora? - Encarei ela vendo seu rosto vermelho dos tapas que dei.
JP: cala a boca e cheira aqui comigo
Tainá: eu não curto JP
JP: senta ai e aprecia então
Tainá: me deixa ir por favor
JP: vai ficar caralho, na hora de ficar rendendo pra bandido tu quer né porra, larga as roupa ai

Ela voltou a sentar no sofá, jogou as roupas que estava vestindo no chão, concentrei na carreirinha que fiz, cheirando toda e fazendo mais uma.

Vitória

Pagodinho do Alemão é tudo pra mim, vibe gostosa da porra.

VG: vem linda - Me puxou e nós dançamos juntos.
Vitória: e agora meu mundo é seu mundo meu corpo em seu corpo é um só, é um sentimento maior - Cantarolei.
VG: te amo como nunca amei ninguém, te quero como nunca quis um dia alguém você mudou a minha história
PH: assim eu fico com ciúmes

Puxei ele pra dançar comigo e já tava tocando outra música, que amo.

Vitória: até que durou me diz o porque perdeu tanto tempo aqui, te faço um favor melhor eu sumir
PH: fui mais um nas suas mãos não sei se por carência ou falta de opção
Todos: só sei que eu senti amor que pena só eu senti amor

Dei um gole na cerveja e sentei pra descansar, aproveitar e comer uma carne. Vi o Cobra chegando e fingi não ligar, ele cumprimentou todos com aquele sorriso e sentou do meu lado, onde tinha uma cadeira vazia. Meu pai deu um copo pra ele, que encheu de cerveja.

PH: para tudo que essa é pra minha mulher - Ela se levantou e ele começou a cantar. - eu vou me declarar com a voz do coração, olhar você nos olhos, segurando a sua mão, ajoelhar e dizer, meu grande amor é você
Duda: te amo
Vitória: minhas vidas

Eu sou completamente apaixonada por esses dois, por essa família. Tava sentindo falta do JP aqui, mandei mensagem, mas sem resposta. To sentindo uma coisa estranha quando falo dele, sei lá.

Tava anoitecendo, olhei no celular, 17:53. O pagode já tinha acabado, havia apenas um som ligado.

Kelly: to morta
VG: vou levar minha gravidinha pra casa gente
Duda: acho melhor a gente ir também

Senti uma pontada no coração e me apoiei na mesa.

PH: filha?
Ana: que foi Vi?
Vitória: vamo embora, não to com bom pressentimento, não sei
Duda: vamo logo

Não gosto desse sentimento, só me vem o João na cabeça. Minha ligação com ele é do caralho, sei que tem algo de errado com meu irmão.

Entramos no carro e meu pai dirigiu sentido o morro. Antes um pouco da entrada, o rádio dele tocou.

Xxx: fala chefe
PH: manda o papo
Xxx: mo gritaria na tua salinha aqui po, mano JP ta la dentro desde cedo

Pude ouvir de fundo uns gritos do JP e de uma mulher, e aquela voz irritante só pode ser da Tainá.

Meu pai cantou pneu, sumiu o morro correndo pra caralho até a boca. Deu pra ver que o tio Menor, Fael e Cobra seguiram ele. Já devem ta imaginando que aconteceu alguma coisa.

Duda: CALMA PEDRO HENRIQUE
PH: cala a boca Maria Eduarda

Quando começam a se chamar pelo nome é briga na certa. O que o João ta fazendo, meu deus.

Assim que chegamos na boca, desci do carro correndo, igual a todos.

Menor: que gritaria é essa porra
Caio: voz da Tainá
Raissa: ta chorando
PH: manda o papo Neguin - Falou com um vapor.
Neguin: JP se trancou ai cedo patrão, mandou ninguém incomodar não, só que o pai da mina ta ai dando show po

Olhei mais adiante e vi o pai da Tainá brigando com um vapor.

PH: o seu velho, cofoi? ta achando que aqui é circo?
Antônio: manda ele soltar minha filha - Falou cheio de marra.
PH: abaixa o tom, ta achando que ta falando com quem?
Antônio: MANDA ESSE BANDIDINHO DE MERDA SOLTAR MINHA FILHA

Meu pai agarrou ele pela camisa e empurrou na parede.

PH: vira a boca pra falar do meu filho ta entendendo? fecha o cu caralho
Duda: Pedro Henrique para porra

Ouvi mais gritos da Tainá e JP.

Tainá: ME SOLTA JP
JP: EU VOU TE METER A PORRADA CARALHO

A voz dele tava carregada, ele não ta normal não. Minha mãe começou a bater na porta sem parar e pedindo pra ele abrir, na verdade todos estavam pedindo, tio Fael tava tentando controlar o velho lá.

PH: ABRE A PORTA JP - Esmurrou a porta.
JP: SOME

Tava super agoniada com essa situação.

Vitória: JOÃO SOU EU VITÓRIA
JP: FALA
Vitória: ABRE PRA SUA IRMÃ POR FAVOR

Ficou um silêncio por uns segundos, mas ele destrancou a porta e pude ver o estado que tava aquele lugar. Maconha, pó e bebida por todo lugar. Ele me agarrou, me abraçando forte. Depois segurou meu rosto me forçando a encará-lo.

JP: tu é minha irmãzinha né porra?
Vitória: sou sim - Abracei ele novamente.

JP tava cheirando a bebida e droga, as veias alteradas, embolando a voz e com o olho da cor de sangue. Olhei pra o sofázinho e a Tainá tava lá jogada, totalmente nua. Com algumas marcas vermelhas na bunda e na cara.

PH: some menina

O Dono do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora